CONSTRUÇÃO DE UMA TURBINA EÓLICA PARA ELEVAR ÁGUA COM VENTOS FRACOS

Esta turbina é muito diferente das anteriores que já elaborei e é mais uma tentativa de melhorar o meu sistema de rega eólico, no sentido de que funcione com ventos fracos e ao mesmo tempo, tenha um sistema de proteção contra ventos tempestuosos.

Esta turbina tem apenas quatro pás e a ideia é de que gire com rotações mais elevadas e, ao mesmo tempo, com menor esforço, uma vez que o diâmetro da roda de engrenagens foi diminuído em relação às turbinas anteriores. As pás são de poliestireno, sendo fixadas através de abraçadeiras, a tubos de aço. Esses tubos giram no interior de outros tubos fixados ao cubo central. O giro é controlado por uma ranhura feita nos tubos, onde se move um parafuso que impede o desencaixe dos tubos que sustentam as pás. Se o vento soprar com demasiada força as pás deverão ficar em posição de bandeira, não oferecendo resistência ao vento. Apliquei molas no sistema para que as pás retornem à posição de trabalho quando a força do vento diminuir.
Como se trata de uma turbina que se destina a funcionar apenas no período de verão e, como é muito leve, pode ser retirada da torre com extrema facilidade. Também podem ser retiradas apenas as pás, desapertando os parafusos das abraçadeiras.

Outra alteração importante foi feita na transmissão das rotações da turbina para a bomba propriamente dita. Anteriormente, a corda da bomba tinha um comprimento total aproximado de 20 metros e ela circulava em todo o sistema, desde a turbina eólica até ao fundo do poço. Agora, a transmissão da turbina para a bomba é feita primeiro para uma roldana aplicada na torre da bomba através de uma corrente metálica, o que para além de diminuir o atrito, veio diminuir o comprimento da corda para cerca de metade. A essa roldana foi apliquei uma roda de bicicleta que se destina a transmitir as rotações para a corda da bomba. A rotação é multiplicada porque o diâmetro da roda é um pouco superior ao da roldana onde circula a corrente metálica.

Os círculos ou pistões de borracha da corda foram colocados mais próximos uns dos outros, com um nó de cada lado, funcionando o sistema agora bastante melhor, conseguindo, de facto, elevar água com ventos mais fracos.

O material que utilizei para fazer as pás, pode parecer um pouco estranho, ou até mesmo improvável, porque, normalmente, estas peças são feitas de metal e o poliestireno pode parecer muito frágil para este fim, mas esse não é o caso dado que a sua espessura é de cerca de 13 cm, sendo mesmo assim mais leve do que qualquer metal, mesmo que este tenha apenas um ou dois mm de espessura. O certo é que a máquina funciona muito bem e já esteve a trabalhar com ventos fortes e, por conseguinte, a altas rotações, tendo o material resistido bem. O poliestireno que utilizei tem uns frisos que “prendem” o vento o que favorece o giro da turbina. Na minha opinião, estes frisos substituem com vantagem a concavidade que as pás tradicionais dos moinhos de bombagem têm.

Fiquei bastante satisfeito com o resultado dos primeiros testes desta máquina muito original, sabendo no entanto, muito bem, que não se trata de uma engenhoca para bombear água para irrigação de uma grande quinta, mas apenas de uma chácara muito pequenina como é a minha. De qualquer modo, com esta bomba eólica e a minha bomba de corda a pedal que eleva 100 litros de água por minuto, posso dispensar completamente o uso de motores de combustão para regar e isso é importante, não tanto pela economia, mas sobretudo pelos benefícios ambientais e também pelo prazer que dá construir este tipo de engenhos, com recurso, em grande parte, a materiais resgatados de sucatas e do lixo.

Vídeo da construção da turbina.

Vídeo com a máquina a funcionar.


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