“O
aerodínamo em aço fabricado industrialmente, que serve para acionar uma bomba
que aspira a água e do qual se veem milhares de exemplares em todos os países
onde a água está muito profunda na terra, é um dos instrumentos mais eficazes,
jamais inventados pelo homem. Essas antigas bombas, que se movem há 30 ou 40
anos, sem nunca terem faltado à sua obrigação, são aos milhares. Elas aspiram
facilmente a água que esteja a uma profundidade de 300 metros e funcionam,
igualmente, com muito pouco vento. Os braços da hélice estão montados num eixo
e podem voltar-se para os lados, em caso de tempestade.”
Estas
palavras são de John Seymour, escritor e ambientalista inglês e constam do seu
livro The Complete Book Of Self-Sufficiency, que na edição portuguesa tem o
título de Guia Prático Ilustrado da Autossuficiência. Este livro foi publicado
em 1976 e agora, volvidas que estão mais de três décadas, pode parecer que
estejam um pouco desatualizadas e que, no presente, as referidas máquinas façam
apenas parte da história do passado e tenham sido substituídas por modernas
bombas, movidas a energia elétrica ou através de motores de explosão.
É
verdade que se veem muitos destes moinhos marcando presença nas paisagens
rurais, mas já poucos se encontram a funcionar e muitos estão em estado
bastante degradado ou até em completa ruína.
No
entanto algo parece estar a mudar. A energia eólica agora está a ser novamente
aproveitada e em força, sobretudo para produção de eletricidade, mas não só,
pois muitos destes moinhos de bombagem de água estão a ser recuperados, senão
para voltarem a exercer a tarefa para que foram concebidos, pelo menos para
manterem a sua dignidade e uma presença viva e alegre na paisagem.
A
confirmar este renascer dos moinhos de bombagem de água, está o fato de estarem
a ser instalados instrumentos destes, novinhos em folha, o que quer dizer que
estas “velhas tecnologias” continuam atuais e que a aposta nas energias
renováveis não se resume apenas ao seu aproveitamento para produção de
eletricidade.