Uma
das mais antigas pontes de Coimbra foi restaurada para ser utilizada por peões.
Esta ponte que estava desativada há vários anos livrou-se definitivamente da
passagem de veículos automóveis e vai ficar ao serviço exclusivo de peões e
ciclistas. Após a tragédia de Entre-os-Rios, em que ruiu uma ponte semelhante à
da Portela do Mondego e que causou a morte a várias dezenas de pessoas, esta
estrutura passou a ser olhada com desconfiança e terá sido isso que acelerou a construção
de uma nova ponte na zona, se bem que essa obra fosse imprescindível a curto
prazo, dado que já se estava a tornar obsoleta para o imenso tráfego que a
cruzava e que não tinha outra alternativa por perto. O cruzamento de veículos
na ponte era um martírio, especialmente quando havia cruzamento de veículos
ligeiros com pesados, (não dava para fazer cruzamento entre dois véiculos
pesados) dada a estreiteza do seu tabuleiro, onde também tinham de circular
peões.
Essa
ponte foi inaugurada em 1873 e diz-se que está assente em estacaria de pinho
verde. Na data, a construção de uma ponte como esta era uma obra de vulto e,
provavelmente, nesta altura seria cruzada apenas por veículos de tração animal,
pois data de 1895 a
chegada do primeiro veículo automóvel a Portugal. Assim, a sua largura seria
bem suficiente para a época e talvez até tivesse sido levado em conta uma
possível expansão do seu tráfego.
Na
construção da nova ponte da Portela cometeu-se o erro de não se pensar no
futuro próximo e apenas se fizerem três faixas de rodagem, o que parecia um
pouco absurdo, dado que já era insuficiente para a época da construção. Essa
insuficiência foi agora remediada com a abolição dos passeios e a construção de
mais uma faixa para veículos. Com a auto-estrada 13 quase concluída e a
desaguar a poucos metros de distância, a ponte da Portela terá um grande
aumento de tráfego e a quarta faixa era imprescindível, mas não deixa de
parecer que esse remedeio teria sido evitável se tivesse existido um melhor
planeamento da obra, no seu início.
Coimbra
é, decididamente, uma cidade de muitas pontes. Só aqui, separadas por poucos
metros, existem três: as duas já mencionadas e também a ponte ferroviária do
ramal da Lousã, que se encontra desativada há vários anos e que também sofreu
obras de restauro, estando à espera que sobre ela voltem a passar comboios,
embora, pelo andamento da “carruagem”, ainda vá ter muito que esperar.
Para
além destas e de muitas outras pontes que a cidade tem, com a construção da A13
muitas outras surgiram, não propriamente dentro da cidade, mas nos seus
arredores, entre as quais merece especial destaque a ponte sobre o rio Ceira,
na zona do Cabouco e a apenas algumas centenas de metros da Portela. Não sei
qual o nome exato dessa ponte, mas ela é, certamente, a mais alta ponte de
Coimbra e uma das maiores da cidade. A sua arquitetura é muito diferente não
tendo a beleza de outras pontes, como a ponte Rainha Santa Isabel, mas não
deixa de impressionar pela sua grandeza.
Olá meu amigo!
ResponderEliminarQuanto tempo não deixo uma mensagem para voce no seu blogue... infelizmente, seus últimos assuntos não eram muito fáceis para eu comentar...rs . Mas, hoje eu vou!
Aqui a moda é construir pontes estaiadas, tem várias, são bonitas, mas confesso que me dá uma dúvida quando olho aquela estrutura toda suspensa por cabos de aço... medo!
Ótima semana para voce José Alexandre!
beijinho
Olá, amiga Cintia!
ResponderEliminarÉ com imenso prazer que recebo os seus comentários, mas compreendo perfeitamente que as minhas matérias nem sempre a motivem a dar uma opinião. Eu também não tenho opinado no seu blogue, talvez pelo mesmo motivo, pois a verdade é que falamos sobre assuntos muito diferentes, mas se calhar é por isso mesmo que eu valorizo ainda mais os seus comentários.
Quanto ao assunto deste post, eu gosto muito de pontes, gosto de admirar aquelas construções arrojadas e além disso elas são um elo de ligação entre pessoas. Acho que este meu fascínio por pontes vem de uma aventura de infância que ocorreu quando cruzava uma velha e tosca ponte de madeira...
Obrigado minha amiga!
Beijinho.
Que aberração foi aquela da cor da tinta utilizada no restauro da ponte antiga?! A ponte era tão bonita, ficou, esteticamente, arruinada!
ResponderEliminarA ponte estava toda enferrujada e necessitava de pintura. Agora, quanto à cor, depende dos gostos. Pessoalmente, acho que não será caso para dizer que ficou estéticamente arruinada.
EliminarObrigado pelo comentário.
I enjoyed reading your blog, very nice to get such good information! From seeing the bridge for the first time I had no idea of its age.
ResponderEliminarA little at the start of the bridge there's a little house / cabin (Link in google street view: https://goo.gl/maps/x3FB36orDnYSPj1s6 ), is this related to the bridge? What purpose did it serve? It looks like it is there to weigh cars, but surely it was not there when the bridge was first built? Was it a tollhouse or was the road toll free? I would love to find out more about these cabins, but it is hard to find (Also since I do not speak portuguese so have to translate all information).
Tradução automática:
Gostei de ler seu blog, muito bom receber informações tão boas! Ao ver a ponte pela primeira vez, não tinha ideia de sua idade.
Um pouco no início da ponte há uma pequena casa / cabana (Link no Google Street View: https://goo.gl/maps/x3FB36orDnYSPj1s6), para que serve? Parece que está lá para pesar carros, mas certamente não estava lá quando a ponte foi construída? Era um pedágio ou uma estrada sem pedágio? Eu adoraria saber mais sobre essas cabines, mas são difíceis de encontrar (também como eu não falo português então tenho que traduzir todas as informações).
The small house is an old police station. The scale was to control the weight of truck loads.
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