O reservatório de água com o nome da Unidade Militar, avistava-se ao longe... |
Antes
do encerramento do Grupo nº 1 de Escolas da Armada, quem se dirigia dos lados
da estação de Vila Franca para a Unidade da Marinha, a algumas centenas de
metros de distância, logo lhe saltava à vista o reservatório de água do
complexo militar que ostentava o nome da Unidade. Acho que aquela estrutura
funcionava quase como que um farol para os alunos marinheiros que tinham sido
alistados mais recentemente, pelo menos para mim era assim. O nome ali inscrito
identificava a Unidade e também fazia transparecer alguma publicidade, pois
naquele sítio estratégico era impossível a alguém que por ali passasse,
inclusivamente na auto-estrada, não desse por ele e não ficasse a saber que
aqueles edifícios faziam parte de uma escola ou de um grupo de escolas que pertencia
à Marinha.
Os
tempos mudaram e aquela Unidade Militar, que incluía a Escola de Instrução
Militar Básica (recruta) que formou milhares de marinheiros, encerrou, como é
do conhecimento geral, há quatro anos atrás. Acho que não adianta estar mais a
lamentar o sucedido, mas o certo é que todos os que frequentaram aquela Escola,
entre os quais eu, autor deste blog, me incluo com muito orgulho, jamais irão
esquecer aquele local e os edifícios que compunham aquela área militar, mesmo
que as suas estruturas venham a ser destruídas.
O nome da Unidade Militar desapareceu e a entrada está completamente descaraterizada. |
Infelizmente
a realidade mostra que, de algum modo, essa destruição já começou. A começar
logo pelo depósito da água, de onde já foi ocultado o nome da Unidade. A
entrada principal também está irreconhecível; o portão de ferro gradeado foi
arrancado, assim como as pilastras e as lindíssimas peças que as encimavam. O
letreiro com o nome das Escolas também desapareceu, claro, e em substituição do
antigo portão foi lá colocado um outro, feito em chapa lisa, completamente
inestético.
A entrada para o Grupo 1, antes e agora. Mais palavras para quê?... |
A
entrada principal do Grupo 1 tinha alguma beleza arquitetónica e esta mudança
parece querer dizer que não existe qualquer intenção em preservar a
originalidade, pelo menos do edifício principal. Poderia, eventualmente,
existir algum projeto que apontasse para a recuperação do imóvel mantendo a
traça dos seus tempos de glória, mas parece que não será assim, a avaliar pela
retirada daquelas peças mais ornamentais da entrada, que a descaraterizaram
completamente. Também pode acontecer que a substituição do antigo portão tenha
a finalidade de ocultar aos olhos de quem passa a decadência do interior da
Unidade. Quem diria que depois do orgulho pelo local que se adivinhava na sua
clara identificação, se passasse a uma fase de ocultação dessa identidade,
apagando e retirando do reservatório e do portão o nome de um grupo de escolas
de várias especialidades da Marinha, que, para além da sua componente militar,
era também e, sobretudo, um grupo de escolas que formava cidadãos para servir
bem o país na Marinha e, posteriormente, na vida civil...
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