Este
ano fiz uma pequena sementeira de milho com a finalidade de ajudar à
alimentação das galinhas. Agora já não se vêem como se viam antigamente as
terras ocupadas com esse cereal, quando quase ninguém dispensava um forno para
cozer a broa, cultivava o seu próprio milho e o mandava moer num dos muitos
moinhos de vento ou de água que existiam aos milhares nas zonas rurais.
Nas
aldeias, no final do verão, realizavam-se as célebres descamisadas, onde a
vizinhança se juntava nos pátios ou nas eiras, à noite, à luz do candeeiro a
descamisar as espigas, numa grande festa. Todos os agricultores entremeavam
algum milho vermelho, também chamado de milho rei, na sementeira precisamente
para que quando ao descamisar fossem aparecendo algumas dessas espigas. Quem as
encontrava tinha que dar um abraço a todas as pessoas presentes e nessa altura
era uma grande algazarra.
Agora,
na minha aldeia, já não se fazem descamisadas e as poucas pessoas que ainda
semeiam milho, desfolham as espigas no próprio milheiro deixando as capas
agarradas ao canoilo, ou seja o troço que resta do milheiro. Poupa-se trabalho,
porque agora já ninguém está para romantismos e o milho, com todo o trabalho
que dá desde o lavrar da terra até ao armazenamento e que passa por sachas,
adubação, regas, etc. etc., não me parece que dê para enriquecer ninguém.
Noutros tempos, quando para além da utilização da farinha para cozer a broa, a
palha era aproveitada para dar ao gado e até as capas das espigas serviam para
fazer colchões, o milho tinha outra importância económica. Agora, apenas para
servir de alimentação às galinhas, parece uma atividade pouco rentável.
Pode
não parecer mas esta conversa sobre milho e galinhas tem muito a ver com o
título deste post, que é apresentar o meu mais recente projeto caseiro e que é
um pequeno moinho manual para partir milho.
É
que as galinhas de agora são bastante esquisitas na alimentação. É certo que
são muito produtivas, todos os dias põem um ovo cada, mas não estão para comer
tudo o que lhes põem à frente. E vai daí, desconsiderando todo o trabalho que o
milho me deu e em vez de ficarem gratas por isso, recusaram comê-lo, apesar do
seu aspeto brilhante e apetitoso.
Tinha
semeado milho miúdo com a esperança de que as galinhas comessem os grãos
inteiros, mas concluí que não tinha outro remédio senão triturá-lo… – Grandes
marotas – pensei em voz alta – vão-me obrigar a partir o milho. Pensam que não
tenho mais nada para fazer!...
E
foi assim que resolvi pôr mãos à obra para construir uma máquina para partir
milho. Inicialmente pensei em fazer uma utilizando um motor de máquina de lavar
roupa. Fazem-se umas máquinas excelentes, sem grandes complicações, com um
desses motores, mas o facto de não ter nenhum desses motores disponíveis e principalmente
porque na minha chácara não há eletricidade, resolvi fazer uma de funcionamento
manual.
Num
próximo post vou descrever a forma como procedi e os materiais que utilizei na construção
deste moinho que é totalmente original. Nunca tinha visto nada semelhante, foi
tudo imaginado por mim e deu-me bastante trabalho a fazer, principalmente
porque já depois de estar pronto, algo correu mal e teve de ser modificado.
Agora
parece estar bastante funcional e certamente irá atender às minhas necessidades,
cumprindo a missão para que foi criado.
Fiz
um pequeno vídeo mostrando o moinho em funcionamento:
Depois de algum desalento com as tentativas de produzir energia através da força do vento, o autor do blog resolveu construir um carregador de baterias a pedal. Com esta engenhoca movida a energia muscular, é possível carregar uma bateria de automóvel e ao mesmo tempo praticar exercício físico. É muito fácil de fazer, mas atenção que é preciso alguma força de vontade para pedalar com rapidez durante vários minutos... Quero ler o artigo
Quase todos os engenhos caseiros que construímos foram elaborados um pouco ao sabor do acaso, porque não existia qualquer tipo de projeto ou plano escrito. A construção de uma bomba de corda que, em principio, era para ser mista, ou seja para funcionar à mão ou tocada pelo vento, foi apenas o início de uma grande aventura. Nenhum outro projeto do autor sofreu tantas alterações e deu tanto trabalho como este, para não falar de algumas desilusões... Quero ler o artigo
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