Máquina de partir milho. |
Em
seguimento ao post anterior “moinho caseiro para partir milho” vou relatar a
forma como construí a maquineta que, entretanto, já foi modificada quanto à
forma de aplicação da força necessária para o seu funcionamento.
Gosto
de ser original e, depois de algum tempo a magicar sobre a forma de fazer a
dita máquina, os planos surgiram no cérebro. Utilizaria um quadro de bicicleta
dos vários que tenho guardados à espera de ter utilidade para eles e cimento,
que é um material que está presente na maior parte dos meus projetos caseiros,
para fazer as mós.
Inicialmente era assim e ainda não tinha o doseador de milho. |
Não
foi fácil e depois de ter a máquina pronta e de a testar, cheguei à conclusão
que o papel do quadro na engenhoca (ver foto) tinha que ser anulado e uma das
mós ser refeita. Acontecia que o milho quando entrava no espaço entre as duas
mós forçava a mó móvel para fora e originava uma má trituração do cereal. A
solução que encontrei foi abrir um buraco na mó fixa e chumbar aí um ferro
circular, que passaria a ser o eixo onde encaixava e rodava a mó móvel. Outro
problema era conseguir dosear o milho que entrava na máquina para ser
triturado, pois se entrasse muito a mó ficava presa e se fosse pouco demais o
rendimento era muito baixo e a produção demorada.
Foi
então que me lembrei da forma como o milho entra nas mós dos moinhos de moagem
e que é através de uma espécie de pequena caleira que, com a trepidação
originada por uma roda que gira em cima da mó, deixa cair o milho lentamente.
Esse sistema é designado por “chamadouro”, porque o seu papel é “chamar” o
milho para as mós. Resolvi fazer um sistema idêntico que resultou em pleno e
que é perfeitamente regulável para fazer o doseamento do milho que entra nas
mós.
Como
disse no inicio do post, fiz uma alteração na máquina que era inicialmente
tocada à manivela e, embora funcionasse perfeitamente, era um bocado cansativo
fazer girar a roda de cimento, mesmo não sendo um esforço muito grande. Para
facilitar o trabalho resolvi aplicar-lhe uma transmissão a pedal, colocando na
mó móvel uma velha roda pedaleira que, através de uma corrente ligada ao
sistema pedaleiro de uma bicicleta, faz girar a mó com grande facilidade e
pouco esforço do “ciclista”, pois como é natural as pernas têm mais força do
que os braços e o esforço é feito em simultâneo (ou quase) com as duas pernas.
Interior e exterior da mó móvel e mó fixa feita no interior de um bidão recortado. |
A
parte mais importante da engenhoca é o conjunto de mós. Como nos moinhos de
vento ou de água, tem uma fixa e outra móvel, mas a grande diferença é que elas
funcionam na vertical, contrariamente ao que acontece nos moinhos. O sistema
destina-se apenas a triturar o milho, não a fazer farinha, no entanto é
possível regular as mós para partir o milho em bocados maiores ou mais
pequenos, ou mesmo quase em pó. As mós foram feitas com betão, ou concreto e
para que ficassem o mais duras possível, fiz a mistura com areia e brita limpas
e cimento, tudo em partes iguais. Como se sabe o concreto, depois de bem seco
fica muito rijo e como é facilmente imaginável não tem qualquer problema em
partir os bagos de milho.
Pequeno vídeo com a máquina a funcionar.
Devido às alterações que fui obrigado a fazer, a maquineta deu bastante trabalho, mas
todos os projetos, dos mais pequenos e insignificantes aos mais importantes e
complexos, são alvo de estudos, ensaios e experimentos até que finalmente se
obtenha sucesso e mesmo depois disso, ainda se vão introduzindo melhorias que
com o correr do tempo se acham possíveis e ou necessárias. Claro que se
voltasse a construir outra maquineta destas, já tudo seria mais fácil e rápido
e até mais perfeito, pois modificaria algumas coisas que já concluí que podiam
ser melhoradas, mas para as minhas necessidades serve perfeitamente.
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Mais um bom trabalho
ResponderEliminarObrigado pela visita e pelo comentário positivo.
EliminarMuito interessante ja me inscrevi no Blog
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