Este pessegueiro tem uma boa carga de fruta e os seus ramos são frágeis, pelo que foi escorado com vários paus. |
Um
dos cuidados a ter com as árvores fruteiras, ou pelo menos com aquelas mais
frágeis e que estão com maior carga de fruta, é fazer o escoramento preventivo dos ramos
que achamos que não irão aguentar com o peso da produção. Essa avaliação deve
ser feita quando os frutos ainda estão pequenos, porque se o não fizermos
arriscamo-nos a que um belo dia cheguemos ao pé de uma das nossas estimadas
árvores e encontrarmos um ou mais ramos caídos no chão. Isso é sempre
desagradável e foi o que me aconteceu recentemente, aliás tal facto todos os
anos me acontece, o que faz denotar algum descuido, sendo isso que faz soar o
alarme e desencadear a operação de escoramento.
É
um trabalho fácil de fazer e nem todas as árvores têm necessidade disso. Acho
que o problema também tem muito a ver com alguma má qualidade da poda, que pode
originar a carga excessiva de alguns ramos. É certo e sabido que quando as
árvores produzem uma elevada carga de fruta, ela tende a ser mais pequena e de
menor qualidade e é por isso que muitos agricultores desbastam o fruto para que
os que ficarem sejam maiores e melhores e também para que os ramos não
esgalhem. Apesar desse desbastamento ser aconselhável eu nunca tive o hábito de
o fazer, talvez por falta de convicção nos benefícios e por gostar de ver as
árvores pejadas de frutos. Afinal, quem não gosta de ter o seu pessegueiro ou a
sua macieira com uma bela quantidade de fruta.
Pessegueiro com um ramo caído, devido ao peso da grande carga de frutos que tinha. |
Os
pessegueiros são as árvores cujos ramos quebram com mais facilidade, mas há
muitas outras em que é necessário escorar os seus ramos. Das árvores que eu
tenho na minha chácara essa variedade costuma ser a mais afetada, mas qualquer
uma que tenha ramos compridos, com muitos frutos, deve ser escorada. Ainda me
lembro de, no ano passado, uma enorme pernada do meu diospireiro, que estava
cheia de belos dióspiros ainda verdes, ter esgalhado, causando-me enorme pena,
não só por serem frutos de ótima qualidade, mas porque se os dióspiros forem
colhidos quando ainda não estão completamente maduros, se conservam por muito
tempo, sendo por isso uma ótima reserva, numa altura do ano em que a fruta
começa a escassear.
Para
fazer o escoramento dos ramos ou das pernadas das árvores, costumo ir à
floresta e cortar algumas pequenas acácias que formam um forcado devido à
bifurcação do tronco e depois espetá-las na terra, por debaixo das árvores, servindo
de apoio aos ramos que estão ou podem estar em risco de quebrar.
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