A aguardente de dióspiros foi feita num pequeno alambique. |
Eu não tenho
grandes conhecimentos em matéria de destilações e é muito provável que não siga
à risca os procedimentos necessários para produzir uma boa aguardente seja ela
de que fruto for, mas a verdade é que tanto com o bagaço de uvas como com o
medronho sempre consegui obter uma bebida de razoável qualidade. Já com uma
destilação que fiz de maçãs, a coisa não correu nada bem e, para ser sincero, o
produto saiu mesmo muito mau, e para ser mais sincero ainda, verifiquei alguns
meses depois que essa aguardente era intragável e acabei mesmo por a deitar
fora.
Já com a
destilação de dióspiros, a última que fiz, digamos que a coisa correu assim,
assim. Esta não a irei jogar fora, mas também não posso dizer que ficou uma
“pomada” por aí além, embora tenha de esperar algum tempo para saber mais sobre
a sua qualidade, sendo certo que o grau alcoólico me parece bastante baixo.
Depois
destas experiências e apesar de todos os anos ter muitas maçãs e também
dióspiros provenientes do meu pomar, fazer aguardente destes frutos está fora
de questão, embora pondere de futuro fazer experiências com outros frutos, apesar
de algum ceticismo.
Já falei em
outros posts sobre o modo de proceder para fazer aguardente, acho que a
destilação de dióspiros não difere muito dos outros frutos. Primeiro é preciso
colocar os frutos num recipiente a fermentar, depois de devidamente limpos,
sendo conveniente utilizar dióspiros bem maduros. Estes frutos derretem-se com
facilidade não sendo necessário fazer qualquer trituração, eu pelo menos não o
fiz, sendo que apenas mexi a pasta de dióspiros umas três ou quatro vezes
durante o tempo em que estiveram na vasilha a fermentar e que foram cerca de
dois meses. Não sei se foi o tempo correto, mas o certo é que pesquisei
bastante sobre o assunto e não consegui encontrar grandes informações sobre o
mesmo. Espero que este artigo venha a colmatar um pouco essa falta de informação,
apesar de reconhecer que se trata de um tema de que também pouco sei e esse
pouco não tem nada de técnico, o que aprendi foi graças apenas às minhas experiencias
caseiras. Talvez através dos comentários alguém possa acrescentar algo mais
sobre este assunto, tornando o artigo ainda mais pertinente.
Fiz um vídeo
sobre a minha destilação de dióspiros que espero seja do agrado dos leitores do
blog e de todos os interessados na matéria.
Nas zonas rurais, antes do aparecimento da Internet, para fazer pesquisas sobre qualquer assunto de que tínhamos pouco ou nenhum conhecimento, era costume irmos “pesquisar” ao café ou à taberna da aldeia. Nesses locais desenvolviam-se autênticos “fóruns” onde se discutia sobre os mais diversos assuntos. A agricultura era um dos temas mais falados...