Neste post vou apresentar um novo projeto: Uma bomba
centrífuga a pedal.
Tinha uma bomba centrífuga acoplada um motor a gasolina que
estava avariado, sem grandes possibilidades de recuperação, pelo que decidi
colocar essa bomba a funcionar a pedal utilizando uma bicicleta de ginástica.
Lembrei-me, com alguma razão, que poderia muito bem fazer ginástica e ao mesmo
tempo também produzir também um trabalho útil.
Essa bomba foi separada do motor e para que pudesse
funcionar de forma independente fui forçado a cortar a viela do motor mesmo
junto à cambota. No veio desta bomba que era rodado pelos movimentos da viela
coloquei uma polia de reduzido diâmetro.
Comecei por arranjar a base para suporte da máquina,
utilizando duas pranchas de madeira. Numa das pontas colei e preguei uma tábua
onde iria ser aparafusada a bomba centrífuga. Depois coloquei duas travessas
por debaixo das pranchas, tendo também utilizado cola e pregos para que tudo
ficasse bem seguro. A madeira que utilizei é toda proveniente de restos de
obras, sendo portanto uma reciclagem que realizei.
Depois de ter a base pronta comecei a ensaiar a colocação
dos mecanismos. Para além da bicicleta utilizei também uma parte de um
alternador de carro avariado, duas correias e algumas polias para fazer um
sistema de multiplicação de rotações.
Depois de ter feito esse primeiro ensaio preguei uma tábua que
irá servir de suporte à peça do alternador que por sua vez ficará a servir de
suporte a duas polias. A peça do alternador é a parte exterior quem tem um
rolamento onde rodava o veio. Fiz nessa peça de madeira três furos para enfiar os
parafusos que ficarão a segurar a peça do alternador. Esses parafusos eram os
parafusos que fixavam o corpo do alternador e estavam mesmo a calhar para o que
eu pretendia. Primeiro marquei devidamente o sítio onde devia fazer os furos e
depois coloquei uns pedaços de tubo e algumas anilhas para que a polia maior
ficasse devidamente centrada com a roda da bicicleta.
Apliquei no veio da peça do alternador uma polia de máquina
de lavar roupa com um diâmetro de cerca de 30 cm e, no mesmo veio, uma polia
muito mais pequena que era, aliás, a polia do alternador avariado. O veio do
alternador foi cortado junto ao induzido, ou seja aquela parte que tem as peças
que se transformam em ímanes poderosos quando o alternador está a produzir
energia.
Depois ensaiei com as correias o local onde deveria fixar a
bomba, após o que procedi à sua fixação ao suporte de madeira. Utilizei umas
travessas de ferro que apertam a bomba contra o suporte de modo a poder fazer o
ajuste da tensão da correia Estava convicto que com este sistema de aumento de
rotações a bomba iria girar a alta velocidade e daria para puxar água de um
poço e, como veremos mais adiante, não me enganei.
Fixei também a bicicleta ao suporte de madeira com quatro
parafusos, após o que fiz um primeiro teste de pedalada, mas constatei que a
correia que liga a roda da bicicleta à polia patinava devido ao esforço exigido
para fazer rodar a bomba. A bomba estava muito presa, mas depressa verifiquei a
causa do problema… é que a bomba não tinha água dentro e estas bombas não podem
trabalhar sem água, sob pena de se danificarem… Coloquei água na bomba e a
partir daí o sistema começou a funcionar, mas fiquei desconfiado de que a
correia iria novamente patinar quando estivesse a puxar água do poço porque a
roda da bicicleta não era própria para correias trapezoidais.
Fui experimentar a máquina num poço que tinha a água a cerca
de 2,50 mt e funcionou, conseguindo puxar um caudal de água razoável, mas
aconteceu o que eu já suspeitava: a correia patinava na roda da bicicleta.
Resolvi o problema da patinagem da correia colocando uma
polia trapezoidal, também de máquina de lavar, aparafusada à roda da bicicleta,
depois de ter feito alguns pequenos cortes na roda para encaixar a polia, que
encaixou na perfeição na roda, tendo-lhe colocado três parafusos ligados às
rodas para a fixar. Fiquei com a certeza absoluta que a correia não iria mais
patinar daí para a frente.
Depois desta alteração fui testar a bomba num outro poço,
precisamente na minha chácara e verifiquei que a máquina estava a funcionar bem
e que não era necessário muito esforço para elevar uma boa quantidade de água,
o que também já tinha constatado na experiência anterior.
Depois deste projeto concluído minha intenção agora é estudar
a possibilidade de instalar um sistem
a de rega por aspersão utilizando esta
bomba caseira. Por isso fiz vários testes de pressão da água, tendo chegado à
conclusão que isso pode ser viável se estiver disposto a “pedalar bastantes quilómetros”.
A água que utilizo na minha chácara é aproveitada da chuva,
sendo armazenada em tanques de cimento que estão um pouco abaixo do nível do
solo e por isso não será exigido um grande esforço para a sucção da água.
A minha chácara é totalmente ecológica e quero fazer a menor
utilização possível de combustíveis poluentes. Já ali instalei uma bomba de
corda que eleva água para um depósito, utilizando também uma bicicleta e também
um sistema de elevação de água pelo vento, mas este último só dá algum
resultado quando há vento forte. Neste blog estão vários artigos sobre todos
esses projetos.
Neste vídeo pode assistir à construção da bomba e as experiências feitas.