Neste post vou contar como fiz uma cerca de rede para
proteger uma horta dos animais silvestres que existem na zona. O mais
interessante é que não gastei um único tostão com esta cerca, tendo recorrido
ao aproveitamento de materiais lançados ao abandono.
Comecei por desbravar um antigo terreno agrícola que já não
era cultivado há mais de vinte anos. Estava completamente infestado de
amoreiras silvestres, uma planta invasiva, vulgarmente conhecida como silvas.
De seguida cavei uma porção de terreno com cerca de 100
metros quadrados para aí semear alguns produtos agrícolas de inverno, já que o
terreno não tem água para regas. O terreno tem cerca de 500 m2, mas para já
apenas preparei 100 metros, tendo arrancado as raízes das silvas que coloquei
em monte para mais tarde queimar.
O trabalho seguinte foi juntar todos os pedaços de rede
metálica que tinha no meu armazém de sucatas. Tinha redes de várias medidas que
tinha guardado ao longo do tempo provenientes de restos sobrantes de outras
vedações. Juntando todos os pedaços consegui 40 metros que eram suficientes
para o terreno que preparara.
Num aterro ou lixeira encontrei vários mourões ou vigotas de
cimento que serviam perfeitamente para suportar a vedação. A foto mostra os
mourões já prontos para carregar, mas eles foram tirados de um barranco situado
em frente para onde tinham sido lançados, juntamente com outros materiais
considerados inúteis por quem os lá colocou.
Depois transportei os mourões para o terreno e espetei-os na
terra, separados por cerca de dois metros, tendo de seguida estendido os pedaços de rede de encontro aos mourões, amarrando-os com arame.
A cerca que fiz em redor do terreno é apenas para proteger
as culturas dos animais silvestres que abundam nesta zona, sobretudo javalis e
veados. Antigamente todas as propriedades ali em volta eram terras de cultivo,
mas estão quase todas abandonadas, ou então os seus proprietários optaram por
plantar eucaliptos, uma ideia muito má, dada a nocividade desse tipo de
árvores, pois absorvem toda a água do subsolo e, pior ainda, são a causa de
muitos incêndios florestais, onde, infelizmente, não ardem só os eucaliptos,
mas qualquer tipo de árvore que seja apanhada pelo fogo. Eu sou contra a
plantação desordenada de eucaliptos e, remando contra a maré, decidi recuperar
aquele terreno para a agricultura, apesar das culturas neste sítio, estarem,
muito provavelmente, prejudicadas pela vizinhança de eucaliptos que vão sombrear
muito o meu terreno.
Coloquei na vedação uma cancela de ferro que já tinha
servido noutras paragens, mas ainda estava demasiado nova para estar sem
serventia.
Fiz no terreno uma primeira sementeira de alhos, mas há ali
espaço suficiente para semear outros produtos de inverno como batatas temporãs,
favas, ou ervilhas.