Quando
idealizei a minha chácara fiz a construção de um galinheiro onde cheguei a ter
uma razoável quantidade de galinhas e outras aves como patos, pombos e rolas.
Esse galinheiro tinha uma parte coberta com cerca de 12 m2 para abrigo das aves e
uma área descoberta, mas toda vedada com rede de arame entrançado nas partes
laterais e com rede de vinil, daquela que é usada em rebocos, por cima. Esta
área, com a sua vedação integral, permitia que os pombos e as rolas voassem
dentro do recinto que tinha aproximadamente 80 m2 e impedia a entrada de
aves de rapina ou de outros animais predadores que viessem atacar a criação.
Tinha
alguns casais de patos que ali faziam criação e construí propositadamente para
eles um pequeno lago onde eles nadavam e chafurdavam à vontade. Enfim, para
galinheiro não estava nada mal.
Porém
o galinheiro tinha uma falha de segurança. Lá não entravam raposas, nem gatos,
cães ou falcões. Mas entravam lá pardais!
Sempre
ouvi dizer que “gado de penas” não enriquece o dono e de facto achava que as
aves comiam muito, mas o que havia de fazer?… Tinha de as alimentar e se os
pardais lá entravam e ajudavam à festa, também tinham direito à vida…
A rede era de boa qualidade, mas tinha os buracos demasiado grandes por onde entravam os pardais. |
Em
dada ocasião resolvi fazer uma plantação de milho para dar às galinhas. A ração
é cara e o milho, descontando o trabalho que dá, sempre ficava mais barato.
Escolhi milho de grão miúdo, pensando que assim as galinhas o comeriam melhor,
pois geralmente elas só o comem se este for triturado. Depois de todo aquele
ciclo de trabalho que envolve a produção de milho desde a sementeira até à
debulha e que passa por sachas, regas, etc. achei que tinha milho suficiente
para alimentar as galinhas durante um ano, ou seja, até à próxima colheita.
De
início as galinhas parecia que não gostavam muito do milho, mas lá o iam
debicando e, passado algum tempo, deviam ter-lhe tomado o gosto, pois quando
entrava no galinheiro para abastecer os comedouros estes estavam sempre vazios.
Deste modo tinha o cuidado de deixar sempre uma quantidade razoável de milho,
pois não queria que as minhas aves passassem fome. No entanto começava a achar
estranho o apetite das aves pelo milho, pois aparentemente olhavam para os
bagos com algum ar de enfado e apenas davam algumas bicadas pouco convincentes.
Certo
dia, depois de abastecer os comedouros, afastei-me do local e regressei algum
tempo depois, pé ante pé, sem fazer barulho, para ver se as galinhas estavam a
comer, pois podia dar-se o caso de estarem com vergonha de comer na presença do
dono…
De
facto o milho estava a ser comido e de que maneira! Mas não eram as galinhas
nem os patos ou os pombos, embora estes últimos gostassem de o fazer, que o
estavam a comer. Eram dezenas e dezenas de pardais que tinha entrado pelos
buracos demasiado grandes da rede e se deliciavam com o meu milho que tanto
trabalho me dera para cultivar!
A
partir daquela altura desanimei um pouco com aquela atividade. Já investira
bastante dinheiro com a rede para vedar todo aquele espaço e agora tinha de
comprar mais rede que podia ser igual à da parte de cima, em vinil, para
sobrepor à rede de arame das vedações laterais e assim impedir a entrada dos
pardais. Achei que não valia a pena estar com mais despesas e que o melhor
seria desistir das aves que voavam que eram os pombos e as rolas, até porque já
tinha chegado à conclusão de que não gostava de os ver em cativeiro e reduzir a
quantidade de galinhas e patos, confinando-os a um espaço mais pequeno.
A capoeira agora tem uma rede mais fina, sobreposta. |
Acabei
por desistir totalmente da criação e estive mais de um ano sem aves na
capoeira, até que achei que estava na altura de voltar a ter galinhas para,
pelo menos, ter ovos para consumo próprio, pois os ovos das nossas galinhas são
sempre de melhor qualidade do que aqueles que adquirimos no supermercado. É
verdade que as rações estão bastante caras, mas com alguns restos da cozinha de
casa, mais umas couves da horta a coisa lá se compõe sem grandes estragos
financeiros e a vantagem é óbvia: ter ovos sempre frescos e de boa qualidade.
Este
ano tenciono plantar milho novamente e fazer uma maquineta para o triturar, mas
os pardais não vão ter direito a nada, pois entretanto tratei de acautelar a
situação e agora as galinhas têm os seus aposentos vedados com uma rede mais
fina.
Optei
por comprar galinhas já bem crescidas pois mesmo sendo mais caras, acaba por
compensar, pois estão próximo da postura e há também a vantagem de, mais
facilmente, comprarmos galinhas saudáveis e resistentes, pois quando são ainda
pequenas, muitas vezes, seja com o frio ou por qualquer outro motivo, há muitas
que adoecem e acabam por morrer. Comprei-as a seis euros cada uma e a acreditar
nas palavras do vendedor, são galinhas que comem pouco e põem ovos todos os
dias durante dois anos sem parar. Será?... Se assim for, perante tanta
produtividade, quem sabe se criar galinhas não será uma atividade com
futuro?!...
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Ah meu amigo, galinha pra mim iria virar animal de estimação...rs , acho até que teria dó das pobres ficarem a botar ovos o tempo todo... não sou muito boa pra isso não.
ResponderEliminarE, voce já deve imaginra, sua amiga aqui nem compra carne e quase nunca come os ovos... para mim seria bom aquele milho e a couve da sua horta.. deve acreditar que sou uma pessoa economica , fácil de sustentar!
Boa sorte com sua criação amigo, que tenham muitos ovos para lhe dar :)
Boa semana e beijinho
Sei que a Cintia é uma grande amiga e protetora dos animais, mas eu também gosto muito deles e as minhas galinhas são como animais de estimação, pois trato-as muito bem e, sempre que posso, abro a porta do galinheiro e elas passeiam livremente pela chácara.
EliminarÉ verdade que elas pôem muitos ovos, mas isso faz parte da sua natureza e elas devem sentir-se felizes com isso, porque quando pôem um ovo começam logo a cantar...
Bem minha amiga pode vir a Portugal sem receio que encontra por cá muitos legumes fresquinhos para as suas refeições.
Desejo-lhe um ótimo final de semana.
Beijinhos.