A TORRE SINEIRA DE MIRANDA DO CORVO


A "nova" torre sineira.

A torre do antigo castelo de Miranda do Corvo foi, recentemente, alvo de obras que lhe alteraram profundamente a aparência visual. Desapareceram as ameias que lhe davam um aspeto medieval, fazendo lembrar um pouco que ali existiu um castelo que fez parte da linha defensiva do Mondego.

A torre agora está mais alta e no cimo tem uma espécie de gaiola, que lhe serve de cobertura e sobre a qual foi colocado um catavento com a figura de um galo e que é encimado por uma cruz. Esse catavento destina-se, como é lógico, a indicar a direção do vento, mas não nos parece que tenha grande utilidade nessa função, devendo ser mais para servir como decoração. A torre, em tempos mais recuados, também já lá tivera uma peça idêntica, que entretanto desaparecera.

A torre, como mostra a fotografia seguinte, é a que está na memória da maioria dos mirandenses, pois o edifício adquiriu esse visual nos anos trinta, quando ali ocorreram obras de restauração. Foi nessa altura que a torre recebeu o relógio e foram implantadas as ameias, peças essas, construídas em tijolo e rebocadas, assim como o resto do corpo da torre, tendo sido tentada a imitação de blocos de pedra através de juntas artificiais desenhadas no reboco.

Belisário Pimenta talvez tivesse razão, mas este visual da
 torre está na memória de várias gerações de mirandenses.

A propósito dessa configuração da torre, Belisário Pimenta escreveu em 1949 que “a edificação quase desapareceu debaixo de uma vestimenta que lembra, sem ofensa, a das torres de papelão pintado para uso das crianças…”.


Este postal, supostamente do início do século XX, mostra a torre como ela
era antes da implantação do relógio e das ameias. Junto à construção com
a cobertura piramidal, podem ver-se ainda restos da muralha do castelo.


A torre, antes das obras da década de trinta era, porém, bastante diferente; não tinha ameias, mas sim uma cobertura de quatro águas fazendo lembrar uma pirâmide. No cimo dessa pirâmide teria também um indicador de direção dos ventos.

Este painel de azulejos da Estatuária Artística de Coimbra -
 Cerâmicas Estaco, empresa de Coimbra, (agora uma fábrica
 em ruínas onde laboraram muitos mirandenses), mostra a torre
 de uma forma um tanto "esquisita". Parece um misto de torre
 antes e após anos trinta, pois tem a cobertura em forma
 de pirâmide de antes da intervenção dos anos 30,
 mas também o relógio e as ameias de depois. 


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