Já
perdi a conta às bicicletas que pintei. Claro que isso não faz de mim um expert
na matéria, nem sequer um bom pintor ou restaurador do que quer que seja.
Bem,
mas agora que acabei de pintar mais uma bicicleta, ou melhor o quadro e a
forqueta de uma bicicleta, porque normalmente nestas máquinas são só estes
elementos que se pintam, achei que podia relatar essa experiência no blogue,
não para ensinar como se faz, até porque existem muitas maneiras diferentes de realizar
esse trabalho, mas apenas para dar a conhecer o modo como o fiz, que não deverá
andar muito longe do que será normal num trabalho deste tipo, realizado de
forma amadora. No entanto, em pinturas anteriores nem sempre procedi do modo
como a seguir descrevo, pois nem todos os quadros estão no mesmo estado de
conservação e pode, dependendo desse estado, não ser necessário arrancar toda a
tinta antiga, bastando lixar sem chegar ao metal e, onde isso acontecer,
aplicar apenas aí tinta primária anti-ferrugem e depois a tinta acrílica com a
cor desejada.
Curiosamente
este quadro que pintei (ou repintei) agora, já tinha sido repintado por mim
anteriormente e estava há muitos anos sem ser usado, estando bastante enferrujado,
pelo que tive que retirar toda a tinta que ainda existia até chegar ao metal,
que lixei depois com uma lixa de grão médio de modo a não ficar demasiado liso
e permitir uma melhor aderência do primário anti-ferrugem.
O
motivo que me levou a fazer o restauro deste quadro foi a necessidade de
substituir a mesma peça na bicicleta de estrada que normalmente utilizo, a qual,
junto ao tubo frontal da direção, veio a apresentar de forma progressiva uma
fenda na solda que une o tubo frontal ao tubo que vai até ao centro pedaleiro.
Ainda
tentei soldar o quadro, mas não tive sucesso e a solda não tardou a estalar,
pois o método não foi o indicado para o material em questão, pois foi soldado a
elétrodo, quando deveria ter sido aplicada solda autógena.
O
quadro e também a forqueta são peças fundamentais da bicicleta que é fulcral estarem
em bom estado e não é difícil imaginar o que pode acontecer se um destes
elementos se partir com o veículo em circulação. Por isso decidi, uma vez que
tenho guardados alguns quadros de vários modelos, de bicicletas que utilizei
anteriormente, fazer o restauro de um deles, desistindo de reparar o que
partira, embora, possivelmente, um soldador com prática o pudesse reparar
eficientemente, mas, por via das dúvidas, tomei a outra opção, que não foi com
certeza a mais fácil:
1
– Lixagem do quadro:
Primeiro
raspei toda a tinta velha, lixando depois o metal com uma lixa de grão médio.
De seguida lavei o quadro com água para expulsar todo o pó.
2
- Aplicação da tinta primária anti-ferrugem, em spray:
Pendurei
o quadro pelo tubo do selim, de modo a poder atingir todas as suas partes com a
nuvem de tinta. Depois de uma primeira aplicação esperei alguns minutos e dei
uma segunda demão, sempre com a lata a cerca de 20 cm do ferro e aplicando
camadas ligeiras para que a tinta não escorresse.
3
– Pintura com tinta de spray vermelho fosco:
Procedi
tal como já o fizera para a tinta primária, talvez com um pouco mais de
cuidado, pois agora, se algo corresse mal, seria mais difícil corrigir e
afetaria a aparência final do trabalho:
4
– Acabamento final com verniz incolor brilhante:
Foi
a primeira vez que utilizei este produto na pintura de uma bicicleta. Embora
seja normal aplicar verniz na pintura automotiva, penso que não seria
necessário, neste caso, tratando-se de uma bicicleta, se tivesse pintado com
tinta brilhante. Ficou mais caro e o resultado final foi o mesmo. Aparentemente
terá valido apenas pela experiência.
Se
tiver algum cuidado esta pintura poderá durar alguns anos, embora,
naturalmente, nunca será como um pintura de fábrica, nem em perfeição nem em
qualidade, pois a tinta em spray, por muito boa que seja, nunca será a mais
indicada para este tipo de trabalho. Serve para desenrascar, mas, pela
experiência que tenho, nunca terá a resistência da tinta utilizada por
profissionais ou até mesmo da tinta de esmalte sintético que normalmente utilizamos
para pintar grades, portões e outras coisas do género. A vantagem da tinta em
spray penso que será apenas por ser vaporizada e permitir um acabamento
idêntico à da tinta aplicada à pistola. Se não fosse isso mais valeria pintar à
trincha com tinta sintética, aliás, já pintei algumas bicicletas dessa forma e
o trabalho se for feito com cuidado e alguma habilidade, fica bastante
aceitável e até mais barato.
Pequeno filme com as várias fases do trabalho.
Artigo relacionado
CARREGADOR DE BATERIAS A PEDAL
CARREGADOR DE BATERIAS A PEDAL
Depois de algum desalento com as tentativas de produzir energia através da força do vento, o autor do blog resolveu construir um carregador de baterias a pedal. Com esta engenhoca movida a energia muscular, é possível carregar uma bateria de automóvel e ao mesmo tempo praticar exercício físico. É muito fácil de fazer, mas atenção que é preciso alguma força de vontade para pedalar com rapidez durante vários minutos... Quero ler o artigo
Muito bom o seu site S.José..Nesse momento estou a restaurar a minha bicicleta tem aqui boas dicas!
ResponderEliminarContinue com o seu excelente trabalho nota-se muita dedicação..Tem aqui grandes posts..
A velhice é um posto :)
Abraços!!
boas,
ResponderEliminarsabe-me recomendar uma boa marca de spray para pintar a bicicleta?
cumps
colorgin
EliminarOlá, Olho Vivo!
ResponderEliminarHá lojas especializadas na preparação de tintas para automóveis que vendem tinta em spray para retoques. Penso que essa deve ser de boa qualidade, mas também é muito mais cara. É uma questão de te informares numa dessas lojas ou, caso não saibas de nenhuma, informa-te numa loja de ferragens que talvez tenham tinta de boa qualidade.
Cumps.
boas acabei de ver a pintura e ficou boa mas pode gastar menos dinheiro e a pintura ficar 1 pouco melhor eu vou pintar o meu quadro e forqueta de estrada agora e com menos de 30 euros faço a festa toda e nao e pintura pintura e lacaguem mesmo .e sobre o verniz nao fique arrependido ois ele ivita a estalaguem da tinta au longo do tenpo .caso queiram algumas dicas este e o meu email disponham . fernandoserrinha@gmail.com .
ResponderEliminarEstou a restaurar uma Solex 2200 e estou a pintá-la de preto brilhante. Só que estou com um problema: sujidade. Por mais que coloque o quadro dentro de uma estufa improvisada (caixote grande transparente), o quadro e as peças ficam com algum pó do ar colado à tinta. Claro que depois de secar não há nada a fazer, mas o que estou a fazer mal? Se eu deixar as peças do quadro secar ao ar livre apanha muito mais sujidade, sendo necessario pintar de novo.
ResponderEliminarNão me parece que esteja a fazer nada de mal. Possivelmente está a exagerar com a sujidade na pintura porque a secagem normalmente é rápida. A não ser que esteja a utilizar uma tinta que demore muito tempo a secar...
EliminarOlá... comprei uma bike nova e quero personalizar pintando com as cores da minha empresa para publicidade. Por ser nova eu preciso lixar ou posso pintar por cima da pintura original? Queria apenas pintar por cima mas estou com receio de que não cubra bem. Mas como é nova (sem arranhões e sem ferrugem) pode ser que dê certo. Pode me ajudar? Obrigada!
ResponderEliminarSendo a bicicleta nova não me parece boa ideia estar a pintá-la agora. Por muito bem que fique a pintura nunca será como a de fábrica. Não aconselho a fazer isso, mas se quiser ir com essa ideia para a frente terá que dar uma lixagem, ainda que ligeira e com uma lixa fina.
EliminarAcho que o melhor era arranjar uns autocolantes para fazer publicidade à empresa, não pintando a bicicleta ou então recorrer a um profissional para fazer o trabalho.
Espero ter ajudado e obrigado pelo comentário.