Actualmente
estão na moda as chácaras ou quintinhas, que são pequenos ou médios terrenos
onde os seus proprietários, principalmente ao fim de semana, procuram estar em
contacto com a natureza, fazendo alguns trabalhos agrícolas e tentando fugir
assim ao stress. Geralmente são pequenas propriedades, apenas com alguns
barracões ou currais para animais. Mas também existem aquelas quintinhas que
funcionam quase como uma segunda habitação do proprietário.
Hoje
vou falar da minha pequenina chácara ou mini quintinha, onde fiz algumas
pequenas construções, entre as quais um pequeno sistema de aproveitamento de
águas pluviais, aproveitando materiais que na sua maioria estavam deitados ao
abandono em aterros ou lixeiras.
Foi
há cerca de um ano atrás que dei por concluído este projecto que trazia em
mente já há algum tempo e que, de início, considerava um pouco utópico, mas que
com algum espírito de sacrifício, utilizando os fins-de-semana e períodos de
férias, consegui levar a bom termo. Chamo a este projecto, com alguma vaidade, a
“minha quinta ecológica”. Claro que não se trata de uma verdadeira quinta, é
quando muito, uma mini quintinha, eu é que a denomino assim porque me sinto
bastante orgulhoso do trabalho que realizei e com o esforço que despendi e que
agora me enche de satisfação.
o portão da "quinta" |
Num
terreno com a área de 800 m2 .,
que foi herdado pela minha esposa, onde apenas existiam algumas oliveiras, já
invadido por silvas e outros infestantes, comecei por fazer a limpeza do
terreno, procedendo em seguida à plantação de cerca de trinta árvores de
espécies diversas, sendo fruteiras a sua maioria. De seguida, iniciei a
construção de um pequeno barracão que iria servir para guardar algumas
ferramentas e servir de abrigo em tempo chuvoso.
Depois
como tinha absoluta necessidade de conseguir água para regar as árvores e
outros produtos agrícolas e como a abertura de um poço ou de um furo artesiano
comportava custos que não tinha possibilidades de suportar, dei início à
construção de um tanque que iria servir de depósito de retenção de águas
pluviais para serem utilizadas nas regas. Quando acabei a construção do tanque,
iniciei imediatamente a construção de alguns barracões e telheiros, cujos
telhados iriam ter a dupla função de cobertura e de abastecer o tanque com as
águas da chuva. Este tanque que, inicialmente, tinha capacidade para 6.000 litros de água
encheu em muito pouco tempo, logo nos primeiros meses de Outono, pelo que
verifiquei ter sido um erro não ter feito o tanque com muito mais capacidade, resolvendo
então fazer mais dois depósitos, sendo um deles construído em pedra de forma
redonda com um aspecto rústico bastante bonito.
Mas
como a água é essencial para o sucesso dum empreendimento desta natureza e, como
ainda não conseguia o armazenamento que permitisse a auto-suficiência do
precioso líquido durante o verão, decidi também aumentar a capacidade do
primeiro tanque que construí, podendo agora fazer o armazenamento de cerca de 20.000 litros de água,
que serão suficientes para as necessidades da “quinta” se não ocorrerem verões
muito secos.
Hesitei
um pouco sobre a melhor maneira de aumentar a capacidade de armazenamento de
água, tendo pensado em fazer um novo depósito, mas depois de analisar bem todos
os pormenores do projecto decidi aumentar as dimensões do primeiro tanque, porque
além de minimizar os custos em material, poupava também na mão-de-obra e
evitava a ocupação de mais terreno. Claro que parar obter sucesso numa
intervenção destas no tanque tive que operar com o máximo cuidado na ligação
das paredes, pois numa obra desta natureza qualquer fenda que surja pode
originar fugas de água, que depois são difíceis de eliminar. No entanto obtive
aqui tive sucesso absoluto, pois este tanque que concluí no verão passado, ficou
completamente estanque.
O poço de pedra |
Este
tanque que recebe todas as águas das coberturas aqui existentes, possui na sua
parte superior um tubo com a finalidade de transportar a água para outro
depósito quando esta se encontra ao seu nível mais alto, após o que estando este
também repleto, segue para um pequeno lago que fiz para alguns patos nadarem e
também para ajudar à captação de águas. Este lago tem um sistema de esgoto que
permite fazer a sua lavagem e aproveitar toda a água para regas, pois daqui
segue um tubo para um pequeno poço feito propositadamente para o aproveitamento
dessa água.
No
fundo do tanque principal coloquei uma torneira de uma polegada, que permite, estando
o tanque com uma boa quantidade de água, efectuar algumas regas por gravidade. Mas
para conseguir melhores resultados ligo aqui uma pequena motobomba que, praticamente
ao ralenti, consegue uma boa pressão na saída de água.
Apesar
de tudo não posso fazer uma exploração agrícola muito intensa do terreno nos
meses de verão, pois se o fizesse a água seria insuficiente, limitando-me à
sementeira de produtos de inverno e de batatas temporãs. O aproveitamento de
águas pluviais para regas é sempre insuficiente, a não ser que se construíssem
grandes depósitos para armazenamento, o que me parece uma opção difícil em
terrenos que permitam a exploração de água subterrânea através de um furo ou de
um poço. No entanto pode ser uma boa opção em locais onde não existe água ou
esta se encontra muito profunda no solo.
De
resto um sistema de aproveitamento de águas pluviais é muito simples de fazer. Basta
canalizar através de caleiras e tubos as águas dos telhados para um
reservatório. No caso de não haver telhados terá que se arranjar outra solução
para a sua captação, podendo a construção de um tanque com uma maior área
quadrada ser uma solução, que teria o inconveniente de uma maior exposição
solar que faria com que a água evaporasse em maior quantidade no verão, a não
ser que se construísse uma cobertura para o tanque.
A
maior dificuldade pode ser a construção do depósito que, para quem tiver alguns
conhecimentos do ramo, também não é difícil. Convém fazer uma construção segura,
de acordo com as suas dimensões, para não haver perigo de fugas de água. Existem
muitas formas de se construir um tanque que, na sua maioria, são feitos em
betão armado. No caso da construção com blocos de cimento, as paredes terão de
ser bem travadas, com pilares e vigas em betão. O reboco das paredes na parte
interna deve ser feito com areia lavada e cimento, devendo ser afagadas com
lasso de cimento (cimento amassado com água), com o reboco ainda fresco.
Com
a finalidade de embelezar o local construí o que pretendia que se assemelhasse
a um moinho de vento, que não o sendo realmente, tem também um aspecto visual
que considero agradável que, em conjunto com o poço de pedra e uma pequenina
casa também construída com o mesmo material e com um relvado envolvente, faz do
local um sitio muito apetecível para se passarem algumas horas sem stress, tratando
das árvores e dos animais ou simplesmente meditando e absorvendo a fragrância
perfumada das plantas.
Outro
projecto que idealizei para este local e que já concluí, não tendo no entanto
obtido o êxito que esperava, mas que vou ter que rever, foi um gerador eólico
de energia eléctrica, de fabrico completamente artesanal que se destinava a
carregar baterias de automóvel, para assim armazenar a electricidade para o
consumo da “quinta”. Tinha apenas em mente a utilização de um pequeno
frigorífico no verão e de um rádio. Acontece que o gerador, neste caso um
alternador de automóvel, necessita de um grande esforço da turbina para fazer a
rotação do campo magnético do alternador e assim produzir a energia que iria
ser armazenada nas baterias. Sendo assim apenas com ventos muito fortes será
possível extrair algum rendimento desta máquina. Terei que equacionar uma
possível substituição do alternador, por um gerador de outro tipo.
Apenas
consegui levar a cabo este empreendimento, porque, tendo poucas possibilidades
económicas para tal, fiz o trabalho todo pela minha mão e grande parte dos
materiais que aqui empreguei, foram materiais usados que transportei de algumas
lixeiras e aterros. A cerca de um quilómetro da quinta esteve durante muito
tempo um misto de aterro e lixeira, em terrenos municipais onde eram
depositados muitos materiais usados que depois eram empurrados com uma máquina
para um barranco, acabando aqui a sua vida útil. Pois foi daqui que levei
muitas coisas de utilidade que empreguei na quinta, como: tijolos antigos
usados, blocos de cimento, lancis de passeios, telhas velhas, madeira, tubos de
plástico, redes de vedação, pedaços de ferro de obras, latas de tinta, pedras e
até sacos de cimento já um pouco empedrado, que utilizei em fundações.
Quanto
à pedra à vista que utilizei nas construções foi trazida de serras das
redondezas, no meu pequeno tractor. Também fiz extracção de areia e cascalho de
alguns ribeiros e valetas, trazida pelas chuvas, que se acumulava nalguns
locais, impedindo por vezes a circulação da água. Deste modo, fazia a limpeza
desses cursos de água, e ao mesmo tempo fazia também o aproveitamento desses
materiais, que empregava nas construções da “quinta”, conseguindo assim, com a
recuperação de materiais deitados ao abandono, com alguma despesa também, mas
sobretudo com muito trabalho, fazer uma obra muito útil, com um aspecto rústico
muito agradável à vista, muito diferente de alguns quintais completamente desleixados,
de aparência muito desagradável.
Este artigo foi atualizado em Março de 2016, com novos dados em: Como construir uma pequenina chácara, sustentável e barata.
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COMO CONSTRUIR UMA CABANA DE TRONCOS - Teoria e prática
Neste post, o autor do blog depois de dar algumas indicações teóricas e tecer considerações sobre os métodos para construir uma cabana ou pequena casa de troncos, descreve a forma como construiu a sua própria cabana de troncos, desde o corte das árvores na floresta até aos acabamentos finais. Tratou-se de uma verdadeira aventura, pois o autor trabalhou sempre sozinho, tendo feito o registo fotográfico e de vídeo em forma de selfie. Este artigo é bastante completo e pode ajudar quem pretenda iniciar uma aventura semelhante...
Os três vídeos referentes a este projeto, publicados no Youtube, estão prestes a atingir um milhão de visualizações... Não perca! Quero ler o artigo
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Espero que o temporal desta noite não tenha estragado nada, seria um sacrilégio!
ResponderEliminarQue este tractor o possa conduzir a um feliz Natal e Ano Novo com saúde.
josé Vitor
Sr. Prof. José Vítor:
ResponderEliminarObrigado pela sua preocupação, mas foi apenas o telhado daquele pequeno telheiro onde se vê metade do reboque da moto-enchada, que voou pelos ares. Foi aterrar a mais de 50 mts. de distância em cima de um faval. Felizmente não causou prejuízos de maior.
Aproveito para lhe agradecer e retribuir os votos de feliz Natal e próspero Ano Novo.
Encontrei este blog por acaso, quando procurava, para ler online, o livro da autosuficiencia, de John Seymour, para um cunhado meu.
ResponderEliminarJá andei a ler uma boa parte dos seus posts e gostei!
Vou adicioná-lo aos favoritos!
Boas Festas e continuação de boas ideias!
Luís Amorim
ResponderEliminarPor acaso vi este blog, e gostei. Passado um ano tornei a encontrar e estive a ver tudo. a minha opinião acerca deste blog é muito positiva e vou adicionar aos meus favoritos.
Cumprimentos ao autor e que continue com o bom trabalho que faz com este blog.
São estas opiniões positivas que me dão alento para seguir em frente com o blog. É uma grande satisfação saber que há leitores que gostam deste trabalho.
ResponderEliminarMuito obrigado!
muito bem pela iniciativa! Gosto muito dessa iniciativa sua. OSMAR/CAMPINAS/BRASIL
ResponderEliminarem 800 m2 constriu tudo isso? tenho um terreno aqui no Brasil, cidade de Vinhedo, um terreno de 840 m2. Pretendo construir um geraor eolico com gerador de cubo de bicildeta.
ResponderEliminarObrigado Otocamp, pela visita e pelas palavras que deixou. Desejo-lhe sorte com o seu gerador eólico!
ResponderEliminarconhece o gerador por cubo de bikes?
ResponderEliminarCubo de dínamo shimano dh3n30
ResponderEliminarNão, não conheço esse tipo de gerador. Será que se refere a um dínamo de bicicleta igual ao que apliquei no meu gerador eólico com dínamo de bicicleta?
ResponderEliminarboa noite,
ResponderEliminarele é diferente desse. É um gerador que fica dentro do cubo da bike, e nâo desse modelo que fica em contato com a roda para gerar energia. Achei legal, além de gerar mais energia com menos resistência. tente acessar esse link, ou então pesquise na internet como : gerador cubo dinamo para biciletas.
Eu encomendei um...
http://www.ciclourbano.com.br/pecas/cubos/cubo-de-dinamo-son-preto.html
Já dei uma vista de olhos ao site. Parece muito interessante esse gerador de cubo e será certamente uma boa opção para um pequeno gerador eólico, pois a partir dele talvez não seja muito difícil construir e pôr a girar uma pequena turbina.
ResponderEliminarVá dando notícias sobre o seu projeto.
Um abraço.
Para além do blog agradável a leitura e com muita mais valia, admiro e tiro o meu chapéu a perseverança e inteligência do dono do mesmo. è como espíritos deste género, que consegue-se muito com pouco, e com retorno de vida saudável e motivação
ResponderEliminarCaro visitante:
EliminarObrigado pelas palavras amáveis!
olá,... mais uma vez vou comentar: meu sinceros parabéns!!!.... 800m2 é realmente um espaço pequeno para tanto capricho e dedicação.... tenho pouca idade (26) e não vejo a hora de poder ter minha própria quinta. Felicitações do Brasil!!!... Boa Sorte e bom trabalho!
ResponderEliminarOlá, Joel. Obrigado por mais este comentário.
EliminarÉ verdade, o espaço é muito pequeno, gostaria que fosse uma área maior para poder criar coisas novas, mas, enfim... é o que tenho.
Desejo-lhe também Boa Sorte e que consiga ter a sua quinta o mais breve possível
Parabens vai luta, vai contribuir para desenvolmento de novos meios de energia, com relacao ao gerador, pesquise, tenho certeza que vai encontrar profissionais que vao de ajudar desenvolver, quem sabe vc ja comecar a receber encomendas, por se tratar equipamento de baixo custo . E dispertar empreendedores para fabricar pecas para suas futuras montagens, vai em frente felicidades o campo e grande. Fabrique tambem movido por moinho etc, desde que seja de baixo custo. Parabens
ResponderEliminarOlá amigo. Obrigado pelo comentário.
EliminarA minha chácara mudou bastante depois desta postagem, já lá construí uma bomba de corda eólica e outros engenhos movidos a vento ou de forma manual e brevemente irei fazer um novo post sobre este tema.
Olá. Tenho um casal de patos. A pata começou a pôr. Juntei seus últimos 6 ovos da primeira postura e coloquei para chocar em uma galinha. Hoje completaram-se os 28 dias e não nasceram os patinhos. O que pode ter havido? Será devido à pata que era nova demais? O pato não encheu os ovos? Ela pôs uns 16 ovos, coloquei os últimos 6 pra chocar, repito. Será que espero mais alguns dias?
ResponderEliminarTente observar os ovos colocando-os junto a uma lâmpada ou contra o sol. Se estiverem fecundados deve ser possível ver umas manchas escuras, ou então espere mais uns dias...
EliminarValeu! Eu percebi que um dos ovos apresenta uma mancha escura arredondada na casca, por fora. Vou fazer isso com a lâmpada.
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