Em 1920, o brasileiro Washington Luís, fez da frase “governar é abrir estradas” o lema da sua campanha para governador do Estado de S. Paulo. A prioridade de seu governo era o povoamento do interior do estado, mas não se povoa sem se abrirem estradas, e de todas as espécies; governar era, portanto, fazer estradas!
Governar não era apenas isso, mas essa seria, certamente, uma das grandes prioridades dos governos em todo o mundo, em favor do desenvolvimento das regiões que viriam a ser servidas por essas estradas.
Construção da primeira estrada em macadame, nos Estados Unidos da América (1823). Pintura de Carl Rakeman. (Wikipédia) |
Uma estrada, actualmente em construção, na zona de Lamas, Miranda do Corvo. |
Actualmente, a construção de estradas envolve um número elevado de máquinas de vários tipos, consoante os trabalhos a que se destinam. Em estradas principais pretende-se que o traçado seja o mais direito possível, sem declives muito acentuados e, por isso, em terrenos acidentados é necessário efectuar grandes movimentações de terras, que são escavadas nos montes, carregadas em camiões e transportadas para zonas baixas em que é preciso ganhar altura. Estas terras são dispostas em camadas e calcadas com os cilindros compactadores, para que mais tarde o pavimento não ceda. Para encurtar distâncias constroem-se viadutos e pontes, rasgam-se montanhas…
A construção de estradas envolve um grande número de máquinas. |
Antigos cilindros compactadores. |
As espalhadoras de alcatrão tinham uma caldeira onde o alcatrão era aquecido para ficar liquidificado e poder, assim, ser pulverizado. Algumas não tinham tracção própria e tinham que ser puxadas por veículos ou, em tempos mais recuados, por animais, estando equipadas com uma fornalha a lenha, para aquecer o alcatrão.
Um espalhadora de alcatrão. |
Estas máquinas antigas encontram-se em Eiras, num estaleiro da Câmara Municipal de Coimbra e em algumas são visíveis inscrições com as iniciais CMC, identificando o seu proprietário. É pena que estas máquinas não sejam mais bem preservadas, a exemplo do que aconteceu com outras que se encontravam num estaleiro da J.A.E. e que foram transferidas para junto do Museu da Chanfana, em Miranda do Corvo que, na altura se encontravam bastante degradadas, mas que foram posteriormente alvo de trabalhos de recuperação, encontrando-se agora em condições dignas de poderem ser admiradas por todos aqueles que apreciam estes equipamentos, agora obsoletos em termos de funcionalidade, mas que deixaram marcas na história da construção de estradas e no desenvolvimento tecnológico nos séculos XIX e XX. Seria bom que estas seguissem o mesmo caminho e fossem também restauradas e colocadas num local onde pudessem ser devidamente apreciadas, dado o seu valor museológico.
Amigo, achei interessante voce começar essa publicação falando de uma coisa que conheço tão bem ... por um momento a sensação era de que voce morasse aqui ao lado de casa. Vivo nessa cidade imensa, e nesse estado do mesmo nome São Paulo e, aqui temos estradas para todos os lados do País! As muitas avenidas tão movimentadas e importantes dessa cidade começaram dessa forma, foram abertos os caminhos para que nossos pés caminhassem ...
ResponderEliminarBeijinho e muito carinho ... ótimo final de semana para voce J. Alexandre! :)