Velha nau de pedra fria,
Carregas para o futuro
O sal e o cheiro a maresia.
Aquele palpitar fremente…
E também a saudade, os sonhos de aventura
Que me repassam o coração e a mente.
Já
falei no blogue, dos meus navios; miniaturas que construí utilizando como
matéria principal, madeira extraída de móveis velhos. Hoje, vou falar pela
primeira vez da minha Nau de Pedra, obra que estava um pouco esquecida talvez
porque pensava ser um trabalho de menor valor.
Há
uns tempos atrás publiquei uma foto dessa nau no site do Núcleo de Marinheiros da Lousã e essa foto despertou a atenção de um antigo marinheiro e meu amigo,
de seu nome António Moleiro, que a publicou no seu blogue (NRP Álvares Cabral F 336). O interesse desse marinheiro, que é um apaixonado por navios e um
estudioso da História Naval, deu-me a certeza de que, afinal, esse meu trabalho
esporádico de escultor, sempre tem algum mérito.
Por
isso, e porque me sentia de algum modo incomodado pela não inclusão desse
trabalho nos artigos sobre meus navios, decidi agora apresentar a Nau de Pedra
no “Meio Século”, esperando que seja do agrado dos visitantes.
Se
tivesse tempo podia dedicar-me a fazer mais trabalhos do género, mas a verdade
é que para além da falta de tempo, não creio que tenha talento para esse tipo
de arte, no entanto, está nos meus planos construir uma pequena nau em betão,
talvez porque o cimento é um material que faz parte, há longos anos de muitos
dos meus projectos.
E,
além disso, no meu percurso de vida consta uma passagem pela grande Nau de
Pedra da Marinha, que é o edifício histórico situado junto ao Tejo, onde
outrora, foram construídas muitas Naus que partiram à descoberta de novos
mundos.
Um
dia, quando procurava num aterro materiais para a construção da minha chácara,
encontrei dois pedaços de pedra ornamental que transportei para casa, ainda sem
saber o destino que lhes iria dar. Creio que a ideia de gravar na pedra a
figura de uma nau surgiu naturalmente, dado o meu interesse e o gosto que tenho
por esses antigos navios e pela história que os tornou eternos.
Numa
das peças de pedra gravei o velame e a mastreação da nau. Na outra dei forma ao
casco, utilizando uma pequena rebarbadora, uma maceta e um cinzel. Depois foi
só fazer a ligação das duas peças tendo usado cimento branco. Um trabalho que
achei bastante fácil, o que é natural dada a sua simplicidade. De qualquer modo
é um óptimo adorno para o exterior da minha casa e que me faz recordar que
também eu fui escultor por um dia.
Amigo e Camarada josé Alexandre
ResponderEliminarPrimeiramente o meu agradecimento pela descrição sobre a minha pessoa.
Sobre a escultura em questão,continuo a afirmar a minha predileção sobre esta escultura,em prol de outras com outros materiais e até com mais perfeição técnica.
Porquê,esta parece e é diferente das esculturas que nos habituamos a ver.
Nesta escultura,além da habilidade do seu escultor,encontra-se nela também a simplicidade com que foi esculpida,não houve cobertura ou retificação sobre os seus sulcos,deixando até alguns traços irregulares,que na minha opinião favorecem a nau e não deviam ser rectificados,mas a vontade ou o poder de alteração pertence sempre ao artista.
Ao amigo e Camarada José Alexandre mais uma vez os meus parabéns por esta dignissima obra,e também pelas outras já postadas.
Parabéns também pelos 100.000
Um Abraço
A.Moleiro
Caro amigo e camarada António Moleiro,
ResponderEliminarPois é... eu sempre gostei deste meu trabalho e também acho que é interessante. Acontece que os meus familiares e amigos que conhecem esta e também as obras construída em madeira, elogiaram apenas as últimas e nunca ninguém me disse nada acerca da Nau de Pedra.
Talvez, por isso, eu a tivesse relegado para segundo plano, mas como já disse no texto do artigo, o facto do marinheiro e meu amigo António Moleiro a achar interessante, fez-me olhar para esse trabalho de outro modo e de sentir orgulho por ele.
Se fizer mais algum trabalho do género, o meu amigo receberá a notícia e fotos em primeira mão.
Obrigado pela atenção e pelas palavras elogiosas.
Um abraço
José Alexandre
Parabéns Amigo José Alexandre
ResponderEliminarPara além de poeta é escultor. Não desista, bote mãos ao cinzel é á maceta e força, da pedra tosca sairá arte tal qual os antigos maçons que deixaram obra feita para que hoje possamos contemplar.
É que, sómente a pedra perdurará no tempo e será testemunho da nossa passagem pela Terra.
Um abraço
Camilo