A saúde é o bem mais precioso que qualquer pessoa pode ambicionar. Existem doenças que têm destroçado a vida de muitas pessoas e famílias, que levando uma vida normal e despreocupada, se vêm de um momento para o outro a braços com problemas sanitários graves, independentemente de se tratar ou não de pessoas com actuação preventiva nos cuidados com a sua saúde. Em Portugal a esperança média de vida segundo dados do Eurostat de 2006 é de 75,5 anos para os homens e 82,3 anos para as mulheres. Há doze anos atrás era de 71,6 para os homens e 79 para as mulheres. Por estes números se pode verificar que tem havido um aumento significativo nessa média, que ainda se pode realçar se recuarmos mais no tempo, indo buscar, por exemplo, os dados do INE de 1974, em que a esperança de vida, aqui calculada pela média entre homens e mulheres era de 68,6 anos.
Creio que estes números reflectem, em primeiro lugar, o avanço da medicina e uma melhoria na assistência e tratamento de doenças, que tem superado o aparecimento de novas enfermidades. O stress da vida actual, que tem fomentado um aumento muito significativo de doenças de foro psicológico, aliado ao aparecimento de algumas doenças ainda sem cura possível, faria prever números diferentes, que felizmente não se verificam. É certo também que actualmente todas as pessoas têm, de um modo geral, um maior cuidado com a sua saúde, praticando desporto, fazendo uma boa alimentação e recorrendo a consultas, médicas regulares.
Apesar de tudo nem todas as pessoas têm acesso, por motivos económicos, à mesma qualidade de assistência e tratamento, havendo doentes que esperam vários anos por consultas especificas no Serviço Nacional de Saúde, porque não possuindo meios para recorrer a médicos particulares, se vêm obrigados a esperar, com o mal de que padecem a agravar-se.
Também existem médicos que em consultas particulares fazem distinção entre os seus doentes, atendendo de maneira diferente os pacientes, conforme a classe social a que pertencem. Tenho experiência disso, pois há algum tempo atrás, valendo-me da minha qualidade de beneficiário da A.D.S.E., resolvi marcar uma consulta particular no consultório do meu médico de família, para evitar ter de me deslocar para o Centro de Saúde de madrugada e pensando que assim beneficiaria de um melhor atendimento. Puro engano meu, porque depois de esperar cerca de uma hora que acabasse a consulta do doente que me antecedeu, entrei para o consultório, tendo sido “despachado” em menos de 10 minutos, tendo metade desse tempo sido passado com o médico a falar ao telefone. Depois disto ainda lá voltei nas mesmas condições, tendo-se repetido o mesmo tipo de consulta, pelo que concluí que, apesar das dificuldades de marcação de consultas no Centro de Saúde, era preferível ser atendido aí.
Para tentar manter-me em forma pratico, desde muito novo, alguns desportos de que destaco a modalidade de ciclismo, no entanto tenho outros cuidados com a minha saúde, em especial com a alimentação pois um grande número de doenças é provocada pelo facto de não se dar a devida atenção aquilo que se come e também por uma alimentação insuficiente, ou em excesso.
Devo dizer que até há bem pouco tempo atrás não tinha grandes preocupações com a alimentação pois sempre fui uma pessoa pouco esquisita com a comida, alimentando-me de acordo com as possibilidades de cada momento. No entanto, ultimamente, tenho procurado fazer uma alimentação mais consentânea com a minha idade actual, tentando diminuir a quantidade de comida ingerida, fazendo refeições mais leves, pois como é sabido o estômago com o avançar da idade tende a diminuir a produção de suco gástrico, tornando as digestões mais difíceis. No caso de pessoas sedentárias, que não têm grande actividade física, será necessário evitar o consumo de produtos muito calóricos que poderão dificultar ainda mais o trabalho do sistema digestivo, e aumentar os níveis de gordura no organismo.
Se é verdade que praticar exercício físico é bom para a saúde, é igualmente certo que um pouco de lazer também não faz mal a ninguém, sobretudo a pessoas com uma actividade profissional intensa cujo descanso, sendo merecido, é também necessário para aliviar cargas excessivas de stress e de esforço, que podem conduzir ao aparecimento de doenças várias que podem ir, na área do sistema digestivo, desde uma simples gastrite até a uma úlcera. Mas é principalmente a nível do coração que o stress pode provocar danos mais graves, podendo até, em conjunto com outros problemas, levar a um enfarte ou ataque cardíaco.
Devo dizer que, no meu caso, os tempos de lazer têm sido muito poucos, tendo-se resumido, na altura do verão, a umas idas à praia da Figueira da Foz e a alguns passeios em família aos fins-de-semana; no entanto espero, de agora em diante, começar a ter espaço para poder gozar, de vez em quando, de alguns dias de férias, que julgo inteiramente merecidos.
Mas uma grande vitória na minha actuação preventiva em relação às doenças, foi conseguida há quatro anos atrás, quando deixei o hábito de fumar, que tinha desde os 17 anos e que, devido a sofrer de sinusite, fazia com que apanhasse por ano, uma série de constipações, acompanhadas de tosse de que dificilmente me conseguia livrar, apesar da medicação que tomava. De então para cá as constipações que tenho apanhado têm sido ligeiras e têm-se curado em menos de uma semana, sem tomar qualquer medicamento.
Apesar de poder, felizmente, considerar-me uma pessoa saudável, tenho no entanto ao longo da minha vida passado por algumas vicissitudes e problemas agudos de saúde, tendo por isso recorrido a medicamentos receitados pelos médicos, mas que nunca tomo sem antes ter lido e compreendido completamente os folhetos informativos que os acompanham, tomando conhecimento, através deles, da sua composição e sendo sobretudo alertado para possíveis efeitos secundários que podem provocar, tendo já chegado a decidir não tomar alguns em que, avaliando os prós e os contras cheguei à conclusão, que eram maiores os danos que poderiam eventualmente provocar do que o efeito benéfico que deles poderia advir.
As profissões que tenho exercido ao longo da vida não têm sido de molde a suscitar grande preocupações a nível de doenças profissionais, pois o meu trabalho tem sido saudável, se esta expressão me é permitida, pois nunca tive necessidade de manusear produtos perigosos ou estar em contacto com materiais ou zonas poluentes; as excepções serão o contacto com o pó de cimento e os problemas com a coluna cervical devido ao esforço e ao manuseamento e transporte de materiais muito pesados. Este peso excessivo de alguns materiais tem sido altamente prejudicial em serviços como a construção civil onde, por exemplo, os sacos de cimento pesavam até há pouco tempo 50 kg. e eram muitas vezes transportados às costas, assim como o manuseamento de vigas e outros materiais pesados. Actualmente os sacos de cimento pesam apenas 35 Kg. o que leva a crer que estará a ser dada alguma atenção ao assunto, no sentido de minorar os efeitos nefastos para a coluna de determinados esforços. Mas é também com o cimento que é necessário ter cuidados de manuseamento pois o pó pode causar alergias e irritação da pele, além de que a ingestão desse mesmo pó pode causar problemas pulmonares de alguma gravidade. Nesta área, os meus cuidados têm sido essencialmente na prevenção de acidentes de trabalho, pois, à excepção do meu trabalho actual, as minhas funções têm sido em áreas de bastante perigosidade, como é o caso da construção civil, que é dos ramos de trabalho onde acontecem mais acidentes, tendo eu próprio sido vitima de alguns, felizmente sem gravidade.
Na profissão que exerço actualmente, embora seja um trabalho de pouco risco no que respeita a acidentes, tem no caso específico das minhas funções como operador de reprografia, algumas exigências de cuidado no manuseamento de produtos utilizados nas fotocopiadoras, como é o caso do toner. Este produto não é considerado perigoso, no entanto é de evitar a inalação de pó, pois pode provocar irritação do aparelho respiratório.
Após ter consultado a ficha de dados de segurança deste produto, no site do fabricante, na Internet, fiquei a saber que o toner não representa grandes riscos para a saúde, sendo a maioria dos seus componentes de risco quase nulo. No entanto, como “o seguro morreu de velho”, tento manter a sala onde funciona a reprografia o mais arejada possível, para evitar o odor desagradável que é imanado das máquinas em funcionamento. Antes da renovação do equipamento da reprografia, quando era feita a limpeza interna das máquinas antigas, era costume inalar algum toner pois o trabalho era feito de modo artesanal e acontecia por vezes o derramamento de toner para o chão, o que fazia com que andassem pelo ar muitas partículas de pó. Era corrente dizer-se que a inalação de pó de toner fazia muito mal à saúde e que até poderia ser cancerígeno, o que não é verdade, a fazer fé na respectiva ficha de segurança. E, segundo essa mesma ficha, também representa pouco ou nenhum perigo para o ambiente.
Como funcionário público estou abrangido pela ADSE – Assistência na Doença aos Servidores Civis do Estado, facto que permitindo ter algumas vantagens em relação aos beneficiários da Segurança Social, como a possibilidade de recorrer a diversos serviços particulares que têm acordos com esse organismo, ou o direito a uma comparticipação na compra de alguns artigos médicos, como óculos, próteses e outros, tem também muitas desvantagens, como o pagamento mais elevado pelo utente de muitos exames médicos, além de não permitir isenções, contrariamente ao que acontece na Segurança Social.
Atendendo ao facto da esperança média de vida em Portugal estar a aumentar e, também porque a vida activa dos jovens se inicia agora muito tarde, é de recear que, futuramente, o sistema social tenha cada vez mais dificuldades em honrar os seus compromissos, sendo de temer que as próximas gerações possam ficar um pouco entregues a si próprias, tendo elas mesmo de fazer a gestão da sua vida de modo a assegurarem a sua própria reforma.
Este artigo faz parte do meu Portefólio Reflexivo de Aprendizagem e, com ele, procurei atingir vários domínios de referência do Núcleo Gerador Saúde; no entanto, apenas aqui reproduzo o conteúdo da minha autoria, tendo feito uma grande adaptação, pois achei que não fazia grande sentido estar a publicar conteúdo que tinha pesquisado na Internet e que abarcava uma grande área deste vasto tema desde “teorias do envelhecimento” até à origem de diversas doenças e cuidados a ter para o seu tratamento e prevenção. A única excepção são os dados do Eurostat e do INE, no início do artigo.
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