TRABALHOS DE INVERNO NAS HORTAS

Agora que o meu último projeto caseiro, “um barco a sério”, está quase concluído há que voltar a dar atenção ao blogue e também a outras coisas que foram um pouco abandonadas. A agricultura é uma dessas coisas embora me pareça que, devido à época do ano e também à prolongada seca que atravessamos (acho que já não chove há mais de três meses, pois as últimas e escassas chuvas ocorreram durante o outono e o inverno já vai adiantado), pouco se perdeu com a inatividade nos trabalhos agrícolas.

As minhas culturas de inverno têm-se desenvolvido muito pouco devido à falta de chuva e também ao frio e ás geadas, no entanto já ando há algum tempo a saborear as cabeças e os grelos de nabo que plantei ainda em Setembro, quando ocorreram as primeiras chuvas e que tiveram uma boa germinação, mas que seguidamente, devido um largo período de ausência de precipitação, estiveram em risco de secarem por completo. Felizmente caiu alguma chuva em Outubro e a cultura lá se safou, embora a produção tenha sido tardia e pouco abundante.

O espantalho foi feito "às três pancadas" mas tem cumprido bem a sua missão
 de afastar os pássaros da zona da pequena plantação de ervilhas.
As favas e as ervilhas também nasceram muito bem, mas, pelo mesmo motivo, estão também muito atrasadas e a pedirem uma temperatura mais amena e sobretudo umas boas chuvadas, para que lá para maio possam também fazer parte da ementa da cozinha cá da casa.

O tanque que serve de armazenamento de águas pluviais da minha chácara, que costumava encher com o escorrimento das águas dos telhados de alguns barracões, logo no início do outono, este ano ainda está só com cerca de ¾ da capacidade e a terra está seca, como no verão, pelo que se não chover com alguma abundância durante a primavera, adivinha-se um muito mau ano agrícola, pelo menos para quem não tiver alguma água disponível para regas.

Apesar de tudo, quem se dedica à pequena, ou mesmo muito pequena agricultura, tem sempre alguma coisa com que se ocupar na chácara ou na horta, seja em que altura do ano for, e se não tiver sempre se pode inventar qualquer coisa para fazer. O essencial é nunca desistir.

Agora está na altura de fazer a poda das árvores de fruto e limpezas, para que, seguidamente, se preparem os terrenos para as sementeiras da primavera. Foi o que fiz nestes últimos dias tendo aproveitado também para fazer o estacamento das ervilheiras com os ramos provenientes da poda das árvores. Os pássaros não atacaram estas plantas, talvez devido ao espantalho que lá coloquei, pelo que germinaram todas, mas estão muito atrasadas, como já referi.

Nesta pequena horta foram colocados, para além de um espantalho,
também vários espanta-pássaros eólicos.
A propósito de espantalhos e espanta-pássaros, usa-se muito por aqui uma engenhoca que no fundo não é mais do que uma pequena hélice que é accionada pelo vento e que tem um mecanismo que produz um ruído intermitente com a finalidade de afastar as aves das culturas. O engraçado é que encontrei numa horta um autêntico parque eólico em miniatura, com mais de meia dúzia dessas “torres eólicas”, o que em dias de vento deve afugentar não só aves mas até javalis ou veados.


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