Construir um forno de barro

Existem muitas formas de construir um forno, umas mais simples outras mais complicadas, no entanto para quem não esteja muito habituado ou não tenha grande jeito para esse tipo de trabalho, todas as formas de construção podem parecer complicadas… Há tempos lancei-me na construção de um modelo de forno completamente original de que já dei conta no blogue em “forno caseiro multifunções” e “um forno para todos os fins”. Apesar de ter buscado alguns conhecimentos no livro “Guia Práticoda Autossuficiência” de John Seymour, e no seu forno “Fachongle”, o certo é acabei por fazer um forno diferente e que julgo não existir nenhum totalmente igual no mundo, pois saiu tudo da minha imaginação e mesmo, podendo considerar esse forno relativamente bem sucedido, penso que pequei pelo exagero da inovação e sobretudo, pela pequena dimensão do forno propriamente dito, apesar de o conjunto do sistema devido à sua complexidade ser algo volumoso.

É possível construir um forno de uma forma muito fácil, pois já existem há vários anos à venda nas indústrias de olaria, fornos pré-feitos, ou melhor os moldes para a construção do forno em barro cozido com uma espessura de cerca de dois a três cm. Esse molde é depois revestido exteriormente com tijolos de barro maciços ou mesmo fazendo uma caixa quadrada à sua volta que é depois preenchida com areia o que permite a conservação do calor por mais tempo no interior do forno, tendo o inconveniente do preço do molde que não é barato. E, claro, existem os fornos já construídos à venda, que podem ser uma boa opção para quem tem possibilidades financeiras e não quer, não pode, ou não sabe efetuar o trabalho. É uma ótima opção em termos de comodidade, mas que sai do âmbito deste blog que faz a apologia do “fazer pelas próprias mãos”.

Creio que a dificuldade maior da construção de um forno é devido à sua forma redonda e daí o aparecimento dos moldes em barro. No entanto é possível fazer um forno usando um monte de terra moldando-o de forma arredondada e depois assentando os tijolos por cima. É uma forma de fazer um forno que descobri no livro brasileiro “Vida – um guia de autossuficiência” que me parece bastante fácil e cujo conjunto (forno e construção de apoio com cobertura em telha) podem ficar com um aspeto rústico e bem agradável num cantinho do pátio ou quintal das habitações.


Tijolos queimados, barro, estacas de madeira ou cimento, latas vazias, um pouco de imaginação e muito capricho. Estes são alguns dos itens que você precisa para construir um forno de barro, o famoso forno caipira, daqueles usados para fazer assados, pães, biscoitos e outras delícias, muito comuns nas zonas rurais, mas também ao alcance dos moradores da cidade. É muito fácil a sua construção. Comece preparando a massa de barro, que será usada para fixar os tijolos e para o reboco, da seguinte maneira: para cada lata de 20 litros de terra vermelha peneirada – este tipo de terra é o mais indicado – acrescentar 100 gramas de açúcar mascavo, para dar melhor liga ao barro, e juntar água, aos poucos, até a massa ficar com a consistência desejada, ou seja, fácil de trabalhar.

A seguir finque no chão quatro estacas de madeira, bem resistentes. Firme-as bem, formando com elas um quadrado de um metro de lado. Em lugar das estacas, podem-se usar manilhas de barro de quatro polegadas – tendo no seu interior um pedaço de ferro – cheias de cimento, ou pilastras de cimento. Agora, para construir uma base na qual será assentado o forno, coloque sobre as estacas um estrado de caibros bem resistentes. Sobre esse estrado, ponha uma chapa de latas ou de metal. Aí, então, assente duas fiadas de tijolos inteiros, com muito cuidado, bem juntinha uma da outra, para ficar bem segura a base onde será levantado o forno.


Finque no chão quatro estacas bem resistentes. Elas servirão de apoio para o estrado de caibros.

Sobre o estrado coloque uma folha metálica. Depois, o piso de tijolos.

Sobre a base, assente uma fiada de tijolos, em forma de círculo, deixando, porém, um espaço de cerca de 40 cm para a boca do forno. Terminada esta etapa, para facilitar o trabalho de assentamento dos tijolos, coloque sobre a base, dentro da fiada de tijolos um monte de terra na altura desejada (o ideal é o máximo de 50 cm), obedecendo ao formato arredondado, No local reservado para a boca, antes de colocar a terra, ponha uma tábua de 40x30 cm, e continue assentando os tijolos, agora sobre a fileira anterior, com a terra servindo de suporte e molde. Não se esqueça de deixar no terço superior uma abertura, do tamanho de meio tijolo, que funcionará como a chaminé do forno.


Agora, assente uma fiada de tijolos em círculo. Use uma régua para fazer um trabalho perfeito.

Para ajudá-lo a dar a forma ao forno e no assentamento dos tijolos,
faça um monte de terra dentro do círculo.
A tábua determinará a boca do forno.


Na parte interna da boca, faça uma saliência (para fora) para que a tampa vede bem o forno quando estiver a ser usado, não deixando que o mesmo esfrie. Reboque bem, para completa vedação e, depois de terminada a cúpula do forno, retire a terra do seu interior.


O reboco feito com terra peneirada tem muita importância. Vai ajudar na vedação.
Não se esqueça de deixar uma pequena abertura no alto do forno. Ela funcionará como chaminé.


Tudo pronto. Agora é hora de queimar o forno, colocando fogo no seu interior. Quando as paredes internas ficarem esbranquiçadas está no ponto certo. Depois de tudo isso, providencie uma tampa para o forno. Ela deve ser de metal para evitar que se queime e, na parte de fora, deve ter um puxador.

Para usar o forno abra a chaminé, acenda a lenha dentro dele e deixe queimar até virar brasa. Nesse ponto retire as brasas com uma enxada ou pedaço de madeira molhada. As cinzas são puxadas com uma vassoura de mato verde. A seguir, a chaminé é fechada com um pedaço de tijolo enrolado num pano molhado. E o forno está pronto para ser usado. Antes, porém, experimente a temperatura, colocando no seu interior um pedaço de papel. Se pegar fogo ele está muito quente; se apenas torrar o papel, pode ser usado sem problema. Caso esteja muito quente, pincele as paredes e o piso com a vassoura de mato molhada e tudo será resolvido. Agora é só colocar para assar o que quiser, vedar bem a boca do forno, para não sair o calor, e pode estar certo que o seu forno será um sucesso.

Dicas importantes:

Para evitar que pães, biscoitos e assados se queimem por cima, cubra as assadeiras com folhas verdes de bananeira, muito usadas no interior; e se o seu forno foi construído ao relento, providencie uma cobertura para protegê-lo das chuvas, feita com telha ou outro material.



Bombas de poço antigas, de volante

Bomba de volante


Hoje em dia a extração de água de poços é feita, sobretudo, com recurso a bombas elétricas, no entanto existem algumas daquelas bombas antigas de funcionamento manual que ainda trabalham, como esta da foto, que está montada num poço junto ao qual foi instalado um parque de merendas, servindo a bomba para tirar água do poço para uso dos utilizadores do parque.

O depósito de combustível da minha motoenxada

Com este depósito é muito fácil verificar o nível de
 combustível. O filtro funciona no exterior. 
Para verificar o nível de óleo do motor de um qualquer veículo, o modo mais corrente de o fazer é através da vareta de nível que encaixa num orifício que conduz ao depósito do óleo. Embora nos automóveis exista um visualizador do nível do lubrificante, acho que ninguém confia muito nisso preferindo verificar de modo real o nível do óleo do seu motor, dada a importância que tem a lubrificação para o bom funcionamento e durabilidade da máquina.

E então, como é que se verifica o nível de combustível no depósito do nosso automóvel?...

MOINHO CASEIRO PARA TRITURAR CEREAIS

Máquina para partir milho
Este ano fiz uma pequena sementeira de milho com a finalidade de ajudar à alimentação das galinhas. Agora já não se vêem como se viam antigamente as terras ocupadas com esse cereal, quando quase ninguém dispensava um forno para cozer a broa, cultivava o seu próprio milho e o mandava moer num dos muitos moinhos de vento ou de água que existiam aos milhares nas zonas rurais.

Nas aldeias, no final do verão, realizavam-se as célebres descamisadas, onde a vizinhança se juntava nos pátios ou nas eiras, à noite, à luz do candeeiro a descamisar as espigas, numa grande festa. Todos os agricultores entremeavam algum milho vermelho, também chamado de milho rei, na sementeira precisamente para que quando ao descamisar fossem aparecendo algumas dessas espigas. Quem as encontrava tinha que dar um abraço a todas as pessoas presentes e nessa altura era uma grande algazarra.

Bicicletas de estrada para subir montanhas

Agora que as antigas bicicletas pasteleiras, são consideradas peças de coleção e apenas circulam ocasionalmente em concentrações, onde os seus donos as exibem orgulhosamente e que esse conceito de “pasteleira” (andar a pastelar, andar devagar), que marcou uma época, está ultrapassado, importa fazer algumas considerações sobre o tipo de veículo a pedal mais consentâneo com os utilizadores mais antigos, que não se identificam com os modelos mais em voga como as BTT ou “montain bikes” ou com as modernas bicicletas de estrada, que outrora eram mais conhecidas como bicicletas de corrida.

Nos meus tempos de infância e juventude ainda não tinham surgido, ou pelo menos não eram ainda muito vistas as bicicletas para todo o terreno. Nesse tempo os modelos mais utilizados eram as pasteleiras que, nos anos 60, estavam em evolução, com a produção de máquinas com um sistema de três andamentos, que funcionava embutido no cubo da roda traseira e os travões em forma de ferradura que eram acionados através de cabos e que vinham substituindo os travões de alavanca. Os ciclistas mais jovens começavam a optar pelas bicicletas de corrida, bastante diferentes das bicicletas de estrada de hoje, se comparadas principalmente pelo material com que eram produzidas. Naquele tempo o aço era o material mais usado na construção dessas máquinas e estas eram terrivelmente pesadas, no entanto já tinham carretos com três ou cinco andamentos, roda pedaleira dupla e um design desportivo que apaixonava os amigos do pedal.