A BIBLIOTECA ITINERANTE DE MIRANDA DO CORVO

A BIBLIOTECA ITINERANTE DE MIRANDA DO CORVO,
COMEMOROU MEIO SÉCULO DE EXISTÊNCIA

Tomei conhecimento desta notícia através do jornal local “Mirante”, de que vou reproduzir um pequeno excerto:

«A Biblioteca Itinerante de Miranda do Corvo, criada pela Fundação Calouste Gulbenkian e desde Novembro de 2001 integrada na Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional, comemora no dia 10 de Setembro, 50 anos de actividade.
A efeméride é assinalada com uma exposição intitulada “50 anos a alimentar o espírito”, patente na Biblioteca Municipal local, para além de um almoço, uma cerimónia na Câmara Municipal e a recriação do primeiro percurso.
A “viagem” por esta biblioteca itinerante, que se mantém no activo, inclui uma circular a determinar que alguns livros não estivessem à vista (por o conteúdo poder incomodar o antigo regime) e folhas sobre pedidos de empréstimo de livros de estudo para quem tinha mais dificuldades económicas.
Durante décadas foi “o maior e, por vezes, o único contributo válido para que as populações que visitava pudessem ter acesso à cultura”, refere uma nota sobre a efeméride.»

OS MEUS NAVIOS

Tive uma fase da vida em que, influenciado pela minha passagem pela Marinha e pela História das Descobertas, me dediquei, aproveitando alguns tempos livres, à construção de barcos à vela em miniatura. Foi uma actividade que durante algum tempo me apaixonou.

Construí sete navios, o maior dos quais mede aproximadamente 1,00 mts. de comprimento, 020, mts. de largura e 0,75 mts. de altura, do fundo do casco ao cimo do mastro mais alto. 

São peças de artesanato muito bonitas, em que o material utilizado foi predominantemente a madeira, tendo gasto na sua construção um número elevadíssimo de horas, pois todas as peças foram trabalhadas a partir da madeira de móveis antigos. Também utilizei corda de nylon para a elaboração das escadas e para todo o trabalho de cordoaria.

Tentei fazer a imitação de antigas naus e caravelas mas sem seguir nenhum modelo de embarcação em concreto, socorrendo-me apenas de fotografias e gravuras para tentar fazer a imitação, o mais aproximada possível, de antigos veleiros.

O FIM DO GRUPO Nº 1 DE ESCOLAS DA ARMADA

Encerraram no passado dia 31 de Agosto as instalações da Marinha em Vila Franca de Xira. Como antigo marinheiro não posso deixar de lamentar este facto, pois foi ali que fiz a recruta e a especialização na classe de Abastecimento, no já longínquo ano de 1972. Assentei praça em Janeiro desse ano na Escola de Alunos Marinheiros, que fazia parte do Grupo nº 1 de Escolas da Armada. Do meu meio século de aprendizagens, um ano foi ali passado; três meses de recruta e nove de especialização. Recordo-me da forte disciplina e da dura e intensiva instrução que era ministrada aos militares nesse tempo, devido à situação que o país atravessava. Lembro-me também dos instrutores muito competentes, que aqui ministravam os seus ensinamentos, muitos deles já calejados por muitos anos de experiência e com várias comissões de serviço em África, que procuravam incutir nos alunos um espírito de coragem, lealdade e fraternidade que em muitos iria perdurar pela vida fora. Creio que o homem que sou hoje se deve, um pouco também, à minha passagem por este Grupo de Escolas. Creio também que Vila Franca de Xira, que há muitos anos convivia com os marinheiros, ficará um pouco mais pobre com o encerramento deste estabelecimento militar.

Mas, enfim, os tempos agora são outros e, felizmente, nesta altura o país não necessita de ter tantos militares ao seu serviço e naturalmente a Marinha terá de gerir da melhor maneira os seus meios. Para sempre fica a saudade e a recordação de alguns bons momentos ali passados e também as aprendizagens lá alcançadas.

Foto de capa da Revista da Armada nº 55
de Abril de 1976
Foto "Meio Século de Aprendizagens"
Foto "Meio Século de Aprendizagens"
Pequeno vídeo do Grupo 1, cedido pelo camarada António Moleiro 


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