O VALE DO ESPINHAL

Nas zonas mais interiores do distrito de Coimbra não existem muitos campos agrícolas de grande dimensão, pelo menos que eu conheça, uma vez que a região é predominantemente florestal, onde abundam pinheiros e, sobretudo, eucaliptos. Há muito tempo que se investe na plantação de eucaliptos, devido à procura desta madeira pelas empresas de celulose e também porque o eucalipto se desenvolve muito rapidamente. Esta árvore em cerca de dez anos fica pronta para o corte para celulose, (o que vulgarmente se designa por faxina) e depois reproduz-se novamente, podendo desenvolver vários rebentos de que irão surgir outros tantos troncos.

Dadas as vantagens económicas que representa não é difícil adivinhar a razão da escolha dos proprietários dos terrenos por esta árvore, em detrimento de outras, inclusivamente em terrenos onde outrora se cultivavam produtos agrícolas, embora a plantação de eucaliptos obedeça a uma legislação restritiva no que se refere ás áreas geográficas de plantio.

No entanto, em alguns vales por onde passam pequenos rios e ribeiras de interior, ainda é possível encontrar grandes campos agrícolas onde se fazem sementeiras ou que são utilizados para pastoreio.



Campos agricolas no Vale do Espinhal.
Nas zonas de Espinhal e Penela encontram-se alguns desses campos, que são um regalo para a vista, pois formam um quadro muito bonito com o seu verde intenso e grandes rebanhos pastando calmamente.

No fértil Vale do Espinhal por onde corre a Ribeira de Azenha, o curso de água que algumas centenas de metros a montante forma a famosa Cascata da Pedra da Ferida, existem vastos campos utilizados para pastagens e não muito longe dali, já banhados pelas águas do Rio Dueça, encontram-se outros grandes terrenos onde a agricultura ainda não foi esquecida.

Nesta zona há algumas grandes quintas que, certamente sem a azáfama de outros tempos, ainda sobrevivem emprestando à paisagem a beleza característica das zonas rurais.

Casa agricola em ruínas onde deve ter existido um lagar, de que já só restam as mós.
Encontram-se por ali casas com alguma nobreza na traça e também instalações agrícolas, algumas em estado de ruínas ou semi-ruínas, que mereceriam certamente melhor sorte. Não conheço a sua história mas percebe-se perfeitamente que já tiveram os seus tempos de glória.



O palácio da Quinta da Boiça.
O edifício mais marcante é, sem dúvida, o palácio da Quinta da Boiça, que hoje apresenta um aspecto bastante desolador. Quem não conhecer o local e que ali chegue por acaso, vai certamente estranhar a magnificência do edifício ali situado, um pouco perdido no meio de campos e pinhais, apesar de não muito longe dali se encontrar a histórica vila de Penela.

Um antigo espigueiro.
Atualização em 17 de Julho de 2012

Nos terrenos agrícolas do Vale do Espinhal encontra-se em construção um grande viaduto que faz parte do novo IC3 entre Condeixa e Tomar. Este viaduto, com quase um quilómetro de extensão, está quase concluído e veio modificar a paisagem daqueles terrenos verdejantes, onde existe uma exploração agro-pecuária e onde pastam rebanhos de ovelhas.


Vista do Vale do Espinhal, já com o viaduto, avistando-se ao fundo o Monte de Vez com o seu  Parque Eólico.
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