Aos
sábados, logo pela manhã, normalmente desloco-me até à minha chácara para
tratar da sua manutenção. Ontem tinha intenção de fazer uma pequena sementeira
de favas, mas o tempo esteve bastante chuvoso, pelo que decidi adiar esse
trabalho por mais uma semana, pelo menos. Como não estava em condições de se
poder fazer algo no exterior, decidi verificar como é que se encontrava a
bateria que costumo carregar com o meu carregador a pedal e ligar um autorrádio
que lá tenho para ouvir música ou notícias quando estou a trabalhar, ou não,
dependendo da vontade ou do estado do tempo, como era agora o caso.
A
bateria estava descarregada, o que não me causou surpresa, visto que a mesma já
tinha sido substituída no automóvel devido a não conservar carga suficiente
para arrancar com o motor. Resolvi então dar umas pedaladas para injetar alguma
energia na bateria e poder então ligar o rádio.
Uma
maquineta destas é muito fácil de fazer e pode ser muito útil num local onde
não exista energia elétrica, como é o caso da minha chácara. Isto funciona de
verdade e causa-me algum espanto não despertar tanto interesse como, por
exemplo, os geradores eólicos, que são muito mais complicados de executar e o
seu êxito nem sempre é uma certeza, pois o seu bom funcionamento depende de
alguns detalhes técnicos que é preciso dominar e também do factor vento, este
primordial e que nem sempre está de feição.
Para
construir uma maquineta destas, com exceção da bicicleta, todos os componentes
se conseguem facilmente numa sucata, portanto a custo muito baixo ou, com
alguma sorte, até de graça. O alternador que utilizei é de um antigo Renault
que foi para a sucata há muitos anos e o motor que serve de multiplicador de
velocidades era de uma máquina de lavar, que lavou roupa durante duas décadas.
O alternador teve mais sorte do que o resto do carro, pois continua a “exercer
a sua profissão”, agora num ambiente mais calmo e menos barulhento. Quanto ao
motor da máquina de lavar, esse mudou de profissão, mas acho que não tem razão
de queixa da mudança, pois não tem de se esforçar tanto.
É
claro que em vez do motor da máquina de lavar poderia ter aplicado outra coisa
qualquer, ou mesmo um outro motor avariado dado que está ali apenas para que,
no seu veio, fossem aplicados os volantes para as correias que vão para a
bicicleta e para o alternador. Assentei o alternador e o multiplicador de
velocidades numa base de betão utilizando, no caso do alternador, as mesmas
peças que o ligavam ao bloco do motor do carro; já na máquina de lavar servi-me
de dois crenques de bicicleta, para além da peça móvel que se vê na foto.
A
bicicleta de ginástica tem o volante onde funcionava a correia para regular o
esforço da pedalada, que serve perfeitamente para nele ser aplicada uma correia
para fazer a transmissão para o volante mais pequeno do multiplicador. No
volante da bicicleta fiz uns pequenos frisos para impedir que a correia possa
patinar.
Claro
que isto é apenas uma modo de fazer um carregador de baterias. Poderão e devem
mesmo existir ideias muito melhores do que esta para essa finalidade. Com uma
bicicleta normal é possível carregar baterias ligando uma correia da roda
traseira ao alternador. Nesse caso, devido ao grande diâmetro da roda, não deve
ser necessário multiplicador para aumentar as rotações e tem a vantagem de ser
fácil arranjar uma bicicleta dessas fora de uso. Também já vi um sistema em que
era utilizada uma bicicleta igual à do meu carregador, mas ligada diretamente
ao alternador, sem multiplicação de rotações, o que pode ser mais fácil de
executar, mas o rendimento do alternador será bastante menor, ou então terá que
se pedalar com muita rapidez, o que é pouco prático.
Uma
coisa é certa: Carregar baterias a pedalar é perfeitamente possível; é saudável
e pode contribuir, ainda que numa escala muito reduzida, para um modo de vida
ecológico e sustentável.
Na página Carregador de Baterias a pedal, tem mais explicações e outro vídeo sobre o assunto.
Na página Carregador de Baterias a pedal, tem mais explicações e outro vídeo sobre o assunto.
José Alexandre, obrigada pela visita ao meu blogue e pelo comentário generoso! Seja bem-vindo!
ResponderEliminarConheci esse sistema de recarga, através de uma reportagem em um presídio, onde os presos têm pena reduzida conforme as pedaladas que dão por dia. Eles geram energia para todo o presídio, economizando $$$$ para o Estado - uma espécie de trabalho!
Além do mais, como bem disse no seu texto, uma boa maneira de manter a forma! Haja fôlego, heim?
Olá Luma Rosa.
ResponderEliminarÉ uma honra recebê-la no meu humilde blog. Conheci o Luz de Luma através do comentário da Cintia e só tenho que lhe dar os parabéns por aquele espaço que, pelo que vi, trata-se de um grande blog que passarei a visitar futuramente.
Agradeço por se ter inscrito no painel de amigos deste blog (seguidores, facto que me leva a ter a esperança de a ver mais vezes por aqui e até a contar com mais comentários que serão sempre bem-vindos.
José Alexandre
Obrigada, José Alexandre!!
EliminarSerá sempre bem-vindo no Luz de Luma!!
Boa tarde José Alexandre. Estou tentando construir um sistema parecido, porém minha ideia é ligar todo o sistema a um inversor para gerar 110V. Estou me deparando com dificuldades em conseguir gerar a voltagem necessária no alternador (preciso de 10V DC), creio que o número de rotações ainda está baixo, mas também tenho dúvidas se as ligações elétricas estão corretas. Você pode detalhar melhor onde os fios precisam ser ligados (do alternador à bateria)?
ResponderEliminarMuito obrigado por compartilhar o conhecimento, assim que meu projeto estiver funcionando compartilharei os resultados também.
Diego
Olá Diego. Obrigado pelo comentário.
EliminarNão sei qual o tipo de alternador é que está a usar, mas, em princípio, a ligação dos fios não oferece qualquer dificuldade. O alternador tem dois parafusos um é o positivo o outro o negativo. Bastar ligar um fio do parafuso que tem a indicação - para o borne - da bateria e o outro parafuso que é o + para o borne + da bateria.
Tenha em atenção que com a ligação assim feita, de modo direto, o alternador está a consumir energia da bateria, pelo que só deverão estar ligados (alternador e bateria) quando estiver a fazer rodar o alternador.
Se tiver mais alguma dúvida ou dificuldade não hesite em expô-la. Se achar que lhe pode ser útil, poderei enviar-lhe uma foto em grande plano do alternador para ver como é que os fios estão ligados.
Os meus cumprimentos.