CARRINHOS DE ROLAMENTOS E BIKE TRIKES

Bike trikes com as rodas envoltas numa película de metal.

Todos os veículos vão evoluindo ao longo do tempo e até mesmo as pequenas criações de engenharia caseira não fogem a essa regra. Os carrinhos de rolamentos, que surgiram há várias décadas como brinquedo de rua e que não eram mais do que uma tábua de madeira assente em dois eixos com dois rolamentos cada, rolamentos esses que eram obtidos nas oficinas de automóveis, já gastos pelo uso depois de terem feito muitos milhares de quilómetros nas rodas dos mais diversos veículos, também tiveram a sua evolução e alguns, mais sofisticados, passaram a ser construídos em ferro, mas mantendo a tradição do uso de rolamentos em contato direto com o solo.

FAZER UMA CALÇADA RÚSTICA

Aspeto final do trabalho com as pedras ainda com um tom esbranquiçado devido ao  pó do saibro.

Os projetos ligados à construção civil, por mais pequenos que sejam, muito dificilmente são dados como concluídos em definitivo. Quem tiver espírito criador está sempre a imaginar algo de novo para fazer e mesmo que tenha decidido que determinado trabalho atingiu os objetivos e que deve ser considerado como pronto, rapidamente surgem novas ideias e outros pequenos projetos irão aparecer. Isto é o que sucede comigo e é por isso que estou sempre ocupado, tenho sempre muito que fazer e não me sinto bem se assim não for. Se não tiver nada para fazer, rapidamente tenho que inventar alguma coisa.

MOINHOS DE VENTO EM LUTA PELA SOBREVIVÊNCIA

Relato de uma passagem de Miguel Torga pela região do Rabaçal:


“O esqueleto de um moinho de vento a entristecer ainda mais esta paisagem desolada de paredes ressoantes, olivais mirrados e carrasqueiras agressivas. As rodas de pedra em que assentava todo o engenho, que assim podia ser adaptado a qualquer aragem, o ciclópico vigamento de carvalho que as unia, e as duas mós, suspensas no vazio, coladas uma à outra como maxilas defuntas. As velas voaram, o grão deixou de cair da moega, a fome mudou de rumo e da fábrica alada ficou apenas, à margem da estrada da vida, uma caricatura espectral. E é junto dela que penso noutros moinhos, que em vez do pão do corpo moeram pão do espírito, e de que só restam também carcaças semelhantes. Moinhos que, como este, tiveram destino, mas não tiveram futuro.”

Rabaçal, 4 de Março de 1973.  Miguel Torga Diário XI.

CONSTRUÇÃO DE UMA CHÁCARA COM MATERIAIS RECICLADOS

Depois da minha casa, o projeto caseiro que realizei e que vem a seguir em importância é a minha chácara. Creio que a designação de chácara é mais comum no Brasil,  sendo que em Portugal esse termo corresponde a uma quinta de pequena dimensão. Provavelmente chamar chácara ao meu pequeno empreendimento também será excessivo, uma vez que se trata de uma pequenina propriedade onde plantei árvores de fruto e fiz apenas umas construções rústicas, muito modestas. Não lhe quero chamar quinta e mesmo que a designação de chácara seja pouco utilizada em Portugal, gosto da palavra e como uma grande parte dos leitores deste blogue são brasileiros, acho que fica muito bem assim uma vez que este projeto, indiretamente, faz parte de muitos artigos do blogue.

Muitos dos materiais utilizados nas construções foram reaproveitados de lixeiras ou aterros onde eram despejados restos de obras. Encontrei tijolos, ferro, areia, telhas, lancis de passeios, madeira, tubos e muitos outros.

PESQUISE NO BLOGUE MEIO SÉCULO DE APRENDIZAGENS

O blogue “Meio Século de Aprendizagens”, segundo o serviço de estatísticas do Blogger, ultrapassou nesta data a marca das 500.000 páginas visualizadas. 

Em Agosto de 2011, no artigo que escrevi sobre o 2º aniversário do blogue, queixava-me de ainda não ter, sequer, atingido as 100.000 páginas vistas. Nessa altura estava longe de imaginar o aumento de visitantes que o blogue iria ter a partir daí, o que fez com que, em cerca de mais 20 meses, atingisse o meio milhão de páginas visualizadas.

Pode não ser um número muito elevado, para o tempo de vida do blogue, mas se atender a que o número de posts é de apenas 284, significa que, em média, cada post foi visto 176 vezes. Isto é apenas figurativo uma vez que neste, como em todos os blogues, existem posts de sucesso que têm muitas visitas e são intemporais, continuando a despertar o interesse dos leitores ano após ano. Há outros que também despertam interesse, mas que com o passar do tempo vão diminuindo a capacidade de atrair visitantes e também aqueles que, apesar de todo o esforço posto na sua composição, não lograram conseguir grande relevância para os leitores.

BATATAS E GEADA, UMA RELAÇÃO PERIGOSA

A geada queima as batateiras, eu sei e toda a gente sabe que isso acontece, portanto os batatais semeados em Janeiro e Fevereiro e até mais tarde, correm o risco de um dia para o outro ficarem completamente chamuscados, mais ou menos como ficavam as plantações de tabaco quando se encontravam na fase de secagem.

Semear batatas muito cedo é um risco, ainda maior quando as sementeiras são feitas em locais desabrigados ou em zonas muito frias. Ninguém consegue prever com exatidão o tempo que irá fazer e tanto pode acontecer que o ano corra bem a esse tipo de sementeiras, como vir a suceder que o trabalho tenha sido, de forma parcial ou total, em vão. Se não houver geadas nem chuva em demasia, os batatais desenvolver-se-ão bem, sem ser necessário recorrer a regas nem a grandes tratamentos contra o míldio ou contra o escaravelho e obter-se-á uma boa colheita em plena primavera.
 
As batateiras queimadas pela geada