Aplicação da argamassa nas juntas |
Há dias recebi um comentário de um leitor
a perguntar se o cimento que apliquei nas juntas dos troncos da minha cabana,
não teria estalado com a secagem da madeira.
Este
comentário veio recordar-me as dúvidas que eu próprio tivera quando resolvi
aplicar argamassa de cimento nas juntas, logo após a conclusão da cabana e
quando os troncos ainda estavam bem verdes. Felizmente, os receios que tivera
na altura não se vieram a concretizar e agora, passado quase um ano após a
conclusão da obra, verifico que, salvo uma ou outra estaladela, que serão
corrigidas sem problemas, o trabalho está quase como quando foi efetuado.
Ainda pensei em assentar os troncos já sobre uma camada de cimento e cheguei mesmo a colocar os primeiros desse modo, mas depressa cheguei à conclusão que isso era impossível, dada a natureza do trabalho em que muitas vezes um tronco que já está colocado, mas, seja porque não encaixou bem, ou por outro motivo, tem que ser retirado para que algo seja corrigido. O cimento assim acabava por cair ou secar, isto para além das pancadas que é preciso dar nos troncos para pregar algum prego, ou por outro motivo, o que ia originar a que o cimento nunca aderisse ou que, no caso de já estar seco, acabasse por partir.
É
do conhecimento geral que quase todas as madeiras encolhem um pouco com a secagem,
abrem frechas e têm tendência para entortar. É certo que a minha cabana é bem pequenina
e por isso menos sujeita aos efeitos da dilatação mas, mesmo assim não esperava
um resultado tão bom no trabalho de calafetagem.
Exterior das paredes. |
As
explicações que encontro para o sucesso do trabalho são o facto de quase todas
as juntas terem mais ou menos um cm entre um tronco e outro, o que permitiu que
a argamassa do exterior ficasse ligada aquela que foi aplicada no interior.
Assim a argamassa, mesmo a que não tenha aderido ou colado à madeira, ficou
segura e impedida de se soltar e cair. Quando estamos a assentar os troncos
esforçamo-nos por uni-los o melhor possível, mas se pensarmos bem, talvez seja
melhor existir essa pequena folga nas juntas. Isto que estou a dizer só se aplica
na construção de cabanas rústicas e não em cabanas ou casas de troncos de
construção mais fina, que às vezes até são construídas com toros já trabalhados
em fábricas e que são fornecidos prontos para aplicação.
A
outra explicação é que a madeira estava toda verde e, naturalmente, terá secado
de forma uniforme e a cabana terá “descido” um pouco, toda ao mesmo tempo, dado
a ligação das paredes ser perfeita e, para isso, terá contribuído também o
telhado ser de telhas de concreto, portanto uma cobertura pesada, o que terá
ajudado a que a madeira se mantivesse unida, sem que existissem grandes
convulsões.
De
qualquer modo, atendendo a que a madeira que utilizei não era propriamente de
tamanho uniforme e muito menos os troncos eram direitos, era impossível que não
ficassem algumas frestas e, mesmo que essas frestas fossem muito pequeninas,
era sempre necessário tapa-las com alguma coisa.
Interior da cabana |
Sei
que as frestas das cabanas que outrora eram construídas, por exemplo pelos
colonos americanos, eram tapadas com barro e até com ervas e eu ainda pensei em
utilizar também o barro, que tinha a vantagem de ficar gratuito, mas achei que
com o cimento o trabalho ficaria melhor e seria mais durável. Havia outra
hipótese, que aliás está descrita no artigo “construir uma casa de troncos” onde foi dito que “as
fendas deixadas entre um tronco e outro devem ser vedadas com uma mistura de
serragem fina com cola branca e mais um pouco de cimento. Faça uma inspeção e,
se em alguns lugares a vedação das fendas está afrouxando, você tem de aplicar
uma segunda camada desta mistura para reparar as falhas.
Esta última opção poderia ser muito boa, mas só
no caso de existirem apenas frestas muito pequeninas, caso contrário gastaria
uma fortuna em cola e esta não acompanharia as contracções da madeira, pois não
é elástica e mais tarde teria problemas. Uma opção porventura melhor seria
utilizar um tipo de silicone que fosse elástico e apropriado para o efeito.
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Este foi o último engenho construído pelo autor do blog. Trata-se de um pequeno gerador eólico cujos principais componentes foram extraídos de uma velha máquina de lavar roupa. Não se trata de uma máquina para produzir grande energia, mas ela foi equipada com elementos refletores que transformam a sua aparência visual num espetáculo. Seja de dia, com a luz do sol, ou à noite com a iluminação local ou com a os faróis dos automóveis projetando a sua luz sobre o pequeno gerador, as suas pás brilham e lançam chispas douradas, o que transforma esta máquina num elemento muito decorativo.
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