Bomba de corda eólica dupla

Uma das minhas bombas de corda eólicas (a do post anterior), tinha um sistema de bloqueio da turbina para que quando o vento soprasse pela parte de trás, ela se mantivesse imobilizada, porque não fazia sentido nenhum estar a girar ao contrário sem que estivesse a elevar água.


No entanto, os ventos de inverno que sopram quase sempre de sudeste e, por vezes, são ventos muito fortes que batem na parte de trás da turbina, destruíram o sistema de bloqueio, o que não me causou espanto porque esse bloqueio atuava junto ao eixo e nesse ponto não havia travão que aguentasse com a força que aí era exercida.

Inicialmente, esta bomba tinha sido pensada para funcionar apenas nos meses de março a setembro, quando os ventos sopram de noroeste e batem de frente na turbina, mas apesar das pás estarem semi-protegidas dos ventos de sudeste por edificações que existem no local, o sistema de bloqueio não resistiu, apesar de já o ter reforçado.

Por estas bandas costuma dizer-se: “se não os podes vencer junta-te a eles” e eu, embora não concorde muito com esse ditado, foi isso que fiz: já que não conseguia dominar os ventos contrários, decidi juntar-me a eles e aproveitar a sua força para também elevar água quando o vento sopra pela parte de trás da turbina.


Tive algum trabalho com esta modificação, mas no final fiquei satisfeito com ela, agora esta engenhoca puxa água sempre que existe algum vento, não só porque a sua direção predominante é de noroeste em metade do ano e de sudeste na outra metade, mas também porque mesmo que o vento bata na turbina um pouco de viés, ela consegue mesmo assim girar.

Comecei este trabalho esvaziando o tanque subterrâneo, retirando depois a corda da bomba e colocando mais um tubo para que água suba por esse tubo quando a turbina estiver a rodar ao contrário. A água puxada por esta parte esgota para um tubo que vai desaguar no que já existia na bomba, não havendo aí nenhum problema. Apenas quero referir que os dois tubos que transportam a água para cima têm obrigatoriamente que ter ambas as pontas alargadas para que as borrachas da corda não embatam nos bordos dos tubos.

Também é preciso que os tubos estejam bem colocados e direitos para que o atrito seja mínimo, sendo necessário ter em conta um ligeiro aumento desse atrito, porque embora a corda só esteja a puxar a água em um tubo de cada vez, sempre prende mais um pouquinho e é por isso que a máquina tem de ficar bem afinada.
 

Não me vou alongar com muitas explicações (porque o procedimento foi idêntico ao que já referi em outros posts e mostrei em vídeos anteriores) sobre a construção desta bomba inédita, que agora é ainda mais inédita e certamente única no mundo a funcionar desta forma. Poder-se-á argumentar que poderia ser melhor usar um catavento de eixo vertical, porque esse tipo de catavento roda sempre no mesmo sentido, seja qual for a direção do vento, mas eu… que já ando nesta batalha há alguns anos, já experimentei esse tipo de catavento e digo, baseado nas minhas experiências, que não. Um catavento vertical não tem força nem rotações suficientes para que, com ventos de fraca intensidade, eleve água com este tipo de bomba.


Na parte final do vídeo pode vê-la a funcionar em pleno e a elevar água tocada pelo vento que está a soprar pela parte traseira da máquina. Uma curiosidade: esta turbina tem uma forma um bocado estranha, ela tem uma concavidade na parte frontal e foi pensada para que os ventos laterais também a façam rodar, mas isso é uma história que contarei num futuro post. 

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