Construção de uma bomba eólica - turbina e colocação em funcionamento

3 – Construção da turbina e funcionamento da bomba


Para fazer esta turbina, comecei por preparar um aro de roda de bicicleta, alargando nove dos furos já existentes na roda. A turbina irá ficar com nove pás e os furos utilizados foram calculados para que os braços venham a ficar todos à mesma distância uns dos outros.

Para os braços utilizei tubos de 15 mm de diâmetro. Estes tubos são em inox e a maior parte deles foram reaproveitados de restos de obras, ou sucatas.



De seguida, preparei um velho recipiente de cozinha, também ele em inox e fiz a marcação dos furos para os tubos, de modo a que fiquem também todos com a mesma distância.

Depois de medir o círculo total do recipiente, dividi por nove, tendo ficado com a medida exata para fazer os furos.

Fiz a marcação para os furos dos tubos e também marquei o centro do recipiente onde irá ficar um pedaço de tubo para aí entrar o eixo da turbina.

O recipiente é de aço e tive alguma dificuldade em fazer os furos nele. Comecei por tentar fazê-los com o berbequim, ou furadeira, mas acabei tendo de os fazer com a rebarbadora.


A seguir, enfiei os tubos na roda e também no recipiente. Este aro de bicicleta vai ser fundamental na resistência da turbina porque as pás não irão partir encostadas ao cubo da turbina, mas sim à roda. O facto de o número de pás ser nove é apenas porque o material que eu tinha disponível para as fazer não deu para mais, mas com este número já dará para que a turbina funcione com ventos fracos.



E já estou a fazer o trabalho de consolidação do cubo central, utilizando um método que foi inventado por mim, penso que mais ninguém faz este trabalho assim, mas eu já fiz assim mais de meia dúzia de turbinas de vento e nunca nenhuma deu problemas nesta parte. Faço a união de todas as peças colocadas no interior do cubo usando cimento e, tenho para mim, que fica muito mais seguro do que se fizesse o trabalho com soldas. Também com este tipo de material leve que utilizo não devia ser muito fácil nem seguro fazer isto com soldagens. Claro que as peças têm que estar todas bem centradas e acomodadas dentro do cubo e a argamassa deve ser feita com areia limpa, rica em cimento e bem vibrada. A massa vai entrar também dentro dos tubos, ficando tudo perfeitamente seguro. Eu costumo utilizar cimento branco porque é mais duro do que o cimento normal.


A seguir fiz as pás. Elas são de chapa inox e foram feitas dos restos de um velho painel solar que tinha no meu armazém de sucatas. A turbina vai ficar toda feita com materiais não corrosíveis, o que evita pinturas e, naturalmente, se não houver nenhum azar, vai durar para sempre.

Fiz o recorte das pás com uma rebarbadora e depois lixei as arestas. As pás ficaram com 70 cm de comprimento e cerca de 15 cm de largura média, mas a turbina irá ficar com um diâmetro de cerca de 2 metros.


Servi-me de um pilar redondo e agi de forma a que elas ficassem com uma concavidade. Essa concavidade serve para que o vento atue com mais força ao bater nelas, mas vai servir também para lhes dar mais resistência. As pás com a concavidade já não dobram com facilidade.

De seguida, preparei dezoito abraçadeiras metálicas para fazer a fixação das pás aos braços da turbina.



Fiz quatro furos nas pás e coloquei as abraçadeiras, utilizando parafusos. Este também é um sistema original, inventado por mim e que é também muito seguro. As pás ficam muito bem fixadas, deste modo. Os tubos da turbina vão entrar nas abraçadeiras e a inclinação das pás é regulada do melhor modo possível para que a turbina gire à maior velocidade. Essa inclinação pode ser regulada a contento, mas, na minha opinião, essa inclinação deverá ser de 45 graus.


Bem… chegou a altura de colocar a turbina na torre. O eixo é de 20 mm e vai entrar no furo deixado no cubo central. Depois é apertar bem e, aparentemente, ela vai ficar pronta a funcionar.

E, de facto, ficou a funcionar, mas algo não correu bem… sabem o que foi?... A corda patinava na roldana de transmissão, por isso tive que fazer aqui mais uma intervenção…


Retirei a corda e depois utilizei um método, que já tinha usado em outra turbina. Barrei a concavidade da roldana com cola vedante. Esta cola é altamente aderente e não se descola com a água. Como é algo pegajosa e emborrachada é o ideal para que a corda da bomba tenha aderência, sem que sofra qualquer dano.

No dia seguinte coloquei a corda no sítio, atei-a de novo e aí ficou a funcionar em pleno. Estávamos em pleno verão e nessa época, sobretudo durante a tarde, sopra sempre uma brisa de noroeste que é suficiente para fazer funcionar a bomba. Espero que gostem deste trabalho e, quem tenha interesse em fazer algo igual ou parecido, pode assistir os vídeos que estão no final dos posts e também no canal do Youtube “Luz Verde”, seguindo todos os passos da construção desta bomba, que é um trabalho completamente original, sendo um género de bomba muito pouco, ou mesmo nada visto em Portugal.

 


2 - Roldanas e canalização

2 comentários:

  1. Vc é fantástico, uma inspiração.
    Quem dera conhecer pessoalmente seu recanto.

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    1. Obrigado! Fico muito contente por gostar do meu trabalho.

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