
Enquanto ia colhendo os pequenos frutos brilhantes, vieram-me à mente recordações da minha infância, de tempos difíceis, quando eu e os outros meninos pobres da aldeia, munidos de um balde ou de uma lata, procedíamos ao rebusco da azeitona nos olivais. Depois de concluída a colheita ficavam sempre alguns frutos escondidos pelas ervas, que nós íamos procurar, pois a azeitona naquele tempo tinha valor e assim conseguíamos arranjar alguns tostões. Mas era um trabalho duro e pouco produtivo, agravado pelos dias frios do fim do Outono e do Inverno.
Rebusco o pequeno fruto meio apodrecido,
No meio das ervas daninhas.
A sua seiva vai escorrendo,
Por entre os dedos gelados,
Destas mão tão pequeninas.
O balde nunca mais enche?
Quando é que regresso a casa?
Ainda não apanhei meio alqueire,
Nem sequer uma quarta rasa!
Vou para casa, tenho frio,
São horas de regressar.
Amanhã apanho mais,
Tenho de encher um alqueire,
Para depois o trocar.
No meio das ervas daninhas.
A sua seiva vai escorrendo,
Por entre os dedos gelados,
Destas mão tão pequeninas.
O balde nunca mais enche?
Quando é que regresso a casa?
Ainda não apanhei meio alqueire,
Nem sequer uma quarta rasa!
Vou para casa, tenho frio,
São horas de regressar.
Amanhã apanho mais,
Tenho de encher um alqueire,
Para depois o trocar.
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