FRAGATA D. FERNANDO II E GLÓRIA


A fragata D. Fernando II e Glória em Cacilhas
Não é minha intenção falar da história deste navio, porque não sou a pessoa mais indicada para o fazer e também porque se o fizesse iria apenas repetir o que já consta de muitos e bom sites na Internet o que iria contra umas das finalidades deste blogue, que é a partilha de conhecimentos e informação o mais original possível. Assim, o motivo deste artigo é apenas o de relatar algumas das impressões com que fiquei numa visita que fiz a este navio museu.

Como habitante do interior do país, mas com uma forte ligação saudosista à capital, devido à minha permanência em Lisboa, durante o cumprimento do serviço militar na Marinha, resolvi fazer mais uma visita a esta cidade para matar saudades de alguns locais ligados ao imaginário da minha juventude.

Depois de algumas voltas pela baixa e pelas zonas ribeirinhas de Santa Apolónia, Terreiro do Paço e Cais do Sodré, resolvi embarcar num cacilheiro e visitar algumas áreas da margem sul. Quando saía da Estação Fluvial de Cacilhas, chamou-me imediatamente a atenção um navio veleiro que ali se encontra, que verifiquei tratar-se da Fragata D. Fernando II e Glória. Devo confessar que, apesar de saber que este navio tinha sido recuperado e estivera em exposição na Expo 98, que infelizmente não visitei, desconhecia completamente que agora se encontra naquele local e aberto ao público, para visitas.

Tenho uma paixão muito grande por este tipo de navios, o que pode ser comprovado na página deste blogue “Os meus navios”, pelo que a minha reacção foi imediatamente a de me aproximar para apreciar de perto a sua beleza e também para captar imagens fotográficas. Infelizmente o local em que está não permite a obtenção de boas imagens de corpo inteiro do navio e consequente apreciação de todo o seu esplendor, devido a ter um parque de estacionamento ao lado e alguns postes de iluminação, mas o facto de poder entrar no navio e conhecê-lo por dentro fez esquecer, naquele momento, esse pormenor menos bom.

Quando pisei o convés, fiquei impressionado com o grande número de peças de artilharia com que está equipado e também com o seu leme, que era manobrado por dois homens, ou por quatro, em caso de mau tempo.

Mas tudo ali nos transporta aos tempos históricos da navegação à vela e, no interior do navio, para além da apreciação física do mesmo, estão recriadas cenas de vida a bordo, que fazem com que, por momentos, a imaginação nos transporte a esses tempos, que seriam certamente difíceis, mas que deixaram um rasto de fascínio, que permanecerá eternamente.

Adorei fazer esta visita e recomendo-a vivamente, não só pelos conhecimentos que proporciona, mas porque com elas será possível manter vivo aquele símbolo da nossa história e assim efectuar, naquele navio e sem sair do local, uma fabulosa viagem ao passado.

Quanto ao serviço que é oferecido em termos explicativos sobre algumas partes do navio, do seu equipamento e da sua vida a bordo, acho que não será a melhor, pois as informações embora bastante detalhadas e claras, são fornecidas oralmente, através de um pequeno aparelho (tipo telefone ou rádio), algumas talvez demasiado longas, pois que para serem ouvidas na totalidade podem fazer prolongar demasiado a visita e acabam por não ficar retidas na memória sendo preferível, em meu entender, a entrega aos visitantes de um folheto com informações detalhdas, que acabaria por ser muito mais útil.

Uma das peças de artilharia no convés
A roda do leme
Parte do convés

Manobras na coberta

O cozinheiro a tratar das refeições

Sala de jantar

Na enfermaria

Doentes ou sinistrados em repouso
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4 comentários:

  1. Ola Filho da Escola... Jose Alexandre
    Sou o Caldas 6809 de Marco de 1961, um ja velhote Filho da Escola, com prazer de visualizar os Sites e Blogs de outros Filhos da Escola.
    Muito bem feito teu Blog.
    Vou-te seguir inserindo teu Link na minha Pagina Pessoal.
    http://virgiliopscordeiro.no.comunidades.net
    Quando tiver mais tempo deixarei outros comentarios, pois da-nos prazer recebe-los.
    Dei com o teu Blog num Artigo inserido na http://companhia2fz.blogspot.com
    Um Abraco
    V. Cordeiro

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  2. Aqui umas notas minhas sobra esta Fragata.
    Quando do incêndio, servia esta maravilhosa Nau, de casa para os nossos amiguinhos os fragatinhas. Quem não se lembra deles. Davam cor à capital juntamente com o resto da marujada em uniforme.
    Pessoalmente conheço um fargatinha aqui onde vivo e é uma pessoa exceptional.
    Quando fiz serviço no NRP Sagres, havia um Cabo Manobra, do Traquete (mastro de vante para quem não sabe), o Cabo Zé, o qual era também um Filho da Escola e da Fragata. Notóriamente, os fragatas eram dos marinheiros mais corajosos e bem treinados que conheci. Bem educados! Pudera, passaram a infância a marchar aquele convés e a sua piscina era o Tejo á volta do navio.
    A Fragata era uma instituição para crianças orfãs e sem abrigo e deu muito bom homen a este Portugal. Pena que a restauraram para a colocarem nesse local.
    Para as modernices que tanto têm destruído este país, a Marinha deveria obrigar o pessoal a saír de uniforme e só permitir que que os militares de licença o tirassem quando se encontrassem a uma distãncia de mais de 50 Km (por exemplo) das suas unidades e depois nunca antes de chegar à morada de licença. Antigamente (eu sei sou cota) só se podia andar de trajo civil depois de se chegar a casa. Claro que isto pouco funcionava mas pelo menos havia a beleza da Marinha nas ruas da capital. Quem nunca foi aos Estados Unidos ou à inglaterra, Alemanha, Holanda, Dinamarca, França, Russia, e muitos outros países e viu a marujada nas ruas não aprecia nem entende o seu significado. Não é só nostalgia.
    Bem haja a todos.

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  3. Esqueceu-me de algo. Para os filhos da escola. reparem nas macas (em 1972 ainda eram fornecidas aos recrutas) e nas célebres mantas da marinha. As minhas ainda as tenho algures numa arca. Que quentinhas que eram.
    Bam Haja

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    1. É verdade, amigo José Flor. Nós os cotas guardamos na memória a visão das ruas de Lisboa inundadas de marujos que lhes davam um colorido especial. Agora, quando vou a Lisboa, não consigo avistar um único marinheiro fardado.Também é verdade que a Marinha agora não tem nem metade do pessoal que tinha no início dos anos 70, e dos que ainda restam, já nenhum sai para a rua de uniforme.
      E, no nosso tempo, não era só em Lisboa que se viam marinheiros. Aos fins de semana encontravam-se também alguns nas mais recônditas vilas e até aldeias. mas, é claro, isso também tinha muito a ver com a guerra colonial que obrigava o país a ter muitos militares e, por esse lado, é bom que as coisas tenham mudado.
      Um abraço.

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