Este artigo foi atualizado em 08/07/2017
HINO DA FORÇA AÉREA
Força Aérea Portugal!
Juventude audaz, valente
Nobre povo sem igual
Rumo firme sempre em frente!
Quer de noite, quer de dia
Sulcando o céu profundo
Com rasgos de galhardia
Os rumos que tem o Mundo!
Força Aérea! Força Aérea!
Sobre a terra, sobre o mar
Alma lusa, vida etérea
Subindo supremo altar
Vigilante e imortal!
Alerta homens do ar!
Alerta, alerta, voar!
Garantindo Portugal!
No dia 1 de Julho de 2017 comemorou-se o 65º aniversário da Força Aérea Portuguesa, que nesse dia do ano de 1952, foi constituída como ramo independente das Forças Armadas.
Esse dia, 1 de Julho, está também, infelizmente, ligado a uma das páginas mais negras da história da Força Aérea, pois foi na data em que se comemorava o seu 3º aniversário, 1 de Julho de 1955, que ocorreu o mais trágico e lamentável acidente da sua história, ocorrido na Serra do Carvalho - Vila Nova de Poiares, que vitimou oito pilotos, sendo considerado um dos maiores do género, a nível mundial, atendendo ao número de aviões envolvidos.
Um F-84 Thunderjet da FAP. (Foto Wikipédia) |
Naquele dia fatídico, doze aviões F-84 Thunderjet, comandados pelo capitão Rangel de Lima, dirigiam-se em formação para a Base Aérea da Ota, para participar nas comemorações do 3º aniversário da FAP, quando pelas 10 horas da manhã o desastre aconteceu.
Segundo o Diário “as beiras online” de 4 de Julho de 2005 e de acordo com Aniceto Ferreira de Carvalho, que na altura do acidente tinha 20 anos e era mecânico da FAP, “os aviões eram doze ao todo e iam a voar em formação. Iam quatro à frente, quatro atrás mas mais baixo, por causa do remoinho (movimento do vento), e outro quatro ainda mais baixo. Nesse dia estava nevoeiro e só os primeiros quatro, nos quais se incluía o capitão Rangel de Lima passaram a serra; os restantes oito embateram no terreno, tendo os seus pilotos tido morte imediata”.
Monumento de homenagem aos pilotos falecidos. Os seus nomes estão gravados na base. |
Capelinha erigida no local. |
Perpetuando a memória dos pilotos falecidos, foi erguido pela Câmara Municipal de Vila Nova de Poiares, um monumento no local do acidente, assinalando um acontecimento que deixou a Força Aérea, as famílias dos pilotos e todo o país envolto num manto de luto.
Para reforçar o simbolismo do local a autarquia construiu ainda uma capela em honra de Nossa Senhora do Ar e, na passagem dos cinquenta anos sobre o desastre, em 2005, foi inaugurado um monumento numa rotunda da vila, feito em parceria com a Força Aérea Portuguesa, para assinalar, marcar e manter viva a memória histórica do acidente ocorrido naquela serra.
Pensado por um arquitecto das FAP, o monumento a que se deu o nome de “Voo dos Anjos”, é constituído por oito colunas (numa alusão directa aos oito aviões que se despenharam vitimando os respectivos pilotos), encimadas por um vidro azul céu e alguns pares de asas, uns abertos e outros fechados, a fazerem referência ao levantar e aterrar dos aviões.
"O Voo dos Anjos", monumento construído para assinalar o 50º aniversário do acidente. Foi colocado numa rotunda à entrada de Vila Nova de Poiares. |
Mais alto sobe a Cruz de Cristo
Por vós elevada até ao céu
Vós sois o sol rasgando as trevas
Vós sois asas a brilhar nos céus!
Este acidente aconteceu a cerca de três dezenas de quilómetros da zona onde vivo e, apesar de ainda não ter nascido quando ele ocorreu, lembro-me, quando era criança, de ouvir os adultos falar sobre este acontecimento que pôs em estado de choque as populações da zona.
Todos os anos, no mês de Julho, a Força Aérea faz uma homenagem aos seus pilotos que pereceram neste acidente, realizando uma missa campal junto à capelinha e ao monumento erigidos na Serra do Carvalho. Também são depositadas coroas de flores na base do monumento e, nessa altura, o local é sobrevoado por aviões da F.A.P.
Fontes consultadas:
Os destroços dos aviões fazem parte do acervo fotografico da Foto Gaspar de Coimbra.
ResponderEliminarObrigado. Sabe-me dizer se é possível visualizar esse acervo?
EliminarSim, é possivel, estive lá este verão
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