OS UNIFORMES DA MARINHA

A inconfundível boina do marinheiro

Há dias fiz uma visita ao meu baú de recordações do tempo do serviço militar. Não é mais do que uma mala antiga onde guardo as minhas fardas de marinheiro e mais algumas (poucas) coisas dessa época que recordo com muita nostalgia e uma grande emoção. Os quatro anos que estive na Marinha foram, talvez, os melhores da minha vida. O serviço militar que iniciei numa fase ainda muito imatura da juventude, teve pelo meio alguns acontecimentos históricos que vivi de muito perto e que tornaram esse período da minha vida muito emotivo mas também muito interessante e que me proporcionou imensas aprendizagens.

RECRIAÇÃO DA BATALHA DO BUÇACO


Monumento evocativo da batalha do Buçaco
O meu blogue tem sido pretexto para efectuar algumas viagens ao passado. Normalmente são recordações sobre momentos da minha vida que eu acho que merecem ser lembrados e por isso são viagens que normalmente não ultrapassam o espaço temporal de cinco décadas. Mas uma vez por outra lá faço uma viagem mais longa e hoje viajei no tempo 200 anos, tendo ido até ao ano de 1810, onde fui assistir ao vivo à Batalha do Buçaco.

A recriação desta célebre batalha, realizou-se às Portas de Sula, no local exacto onde, no dia 27 de Setembro de 1810, se defrontaram as tropas de Massena e o exército anglo-luso, comandado pelo general Arthur Wellesley. Esta recriação foi realizada por cerca de 200 participantes, oriundos de associações napoleónicas de vários países. Tratou-se de uma reprodução a preceito, com uniformes e armamento da época, que procurou dar a conhecer, tão fielmente quanto possível, as batalhas e os combates que se realizaram.

A EVOLUÇÃO DA ESCOLA NOS ÚLTIMOS ANOS

Nos últimos meses tem-se falado muito do encerramento de escolas. A verdade é que o fecho de estabelecimentos de ensino já vem acontecendo desde há muitos anos devido à falta de alunos, o que tem a ver com a diminuição da natalidade e também com a desertificação, ou quase, de muitas aldeias situadas em locais recônditos de zonas do interior. O governo actual entendeu que devia encerrar as escolas com menos de vinte alunos, uma medida que diz fazer parte de uma remodelação ou reforma do sistema de ensino, remodelação que terá em vista, prioritariamente, uma maior economia no sistema e que tem causado grande polémica. Claro que estes assuntos nunca são consensuais e existe sempre algum alarido quando são tomadas medidas deste tipo, alarido que acaba por desaparecer com o passar do tempo.

CERÂMICAS EM RUÍNAS

A cerâmica é o material artificial mais antigo produzido pelo homem, existindo há cerca de dez a quinze mil anos. Do grego "kéramos”, "terra queimada" ou “argila queimada” é um material de imensa resistência, sendo frequentemente encontrado em escavações arqueológicas.

A cerâmica é uma actividade de produção de artefactos a partir da argila, que se torna muito plástica e fácil de moldar quando humedecida. Depois de submetida a uma secagem para retirar a maior parte da água, a peça moldada é submetida a altas temperaturas ao redor de 1.000oC, que lhe atribuem rigidez e resistência, mediante a fusão de certos componentes da massa, e em alguns casos fixando os esmaltes na superfície.

O MONTE DE TRÁS DE FIGUEIRÓ

Já aqui falei do Monte Germanelo, onde existe um castelo medieval e do Jerumelo, dois montes unidos por uma curiosa lenda sobre dois irmãos gigantes que eram ferreiros e habitavam cada um em seu monte e que, tendo apenas um martelo, dele se serviam alternadamente, atirando a ferramenta de um monte para o outro.

O Monte Germanelo (à esquerda) e o Jerumelo (à direita).

A REVOLTA DOS MARINHEIROS DE 1936

Hoje, dia 8 de Setembro de 2010, passam 74 anos sobre a revolta dos marinheiros de 1936.

O objectivo principal da revolta em que estiveram envolvidos os navios “Afonso de Albuquerque” e “Dão” era passar a barra e, uma vez ao largo, fazer ao Governo de Salazar, um ultimato, para que fossem libertados e reintegrados 17 camaradas, punidos após uma expedição do “Afonso de Albuquerque” a Espanha, em Agosto, pouco depois de ali ter eclodido a guerra civil e também a libertação de todos os camaradas que já anteriormente tinham sido expulsos e presos.

CONSTRUA A SUA PRÓPRIA CAIXA DE CORREIO

As férias chegaram ao fim e agora há que ter ânimo para enfrentar de novo o stress do dia-a-dia de trabalho que é, afinal de contas, isso que move o mundo. E nestes tempos conturbados, felizes são aqueles que ainda podem ter férias e um trabalho para retomar.

As minhas férias, em boa verdade, limitaram-se a um passeio de um dia a Lisboa, as umas voltas de bicicleta nos arredores da terrinha e a dois ou três mergulhos numa piscina. O resto do tempo foi passado a fazer umas carocas para ganhar mais uns cobres e alguns trabalhos de manutenção em casa, tendo aproveitado também para fazer pesquisas para futuras postagens no blogue, não na Internet, mas sim no exterior, em contacto com a natureza e com a realidade dos assuntos que irão constar nesses artigos.


Dos trabalhos de manutenção destaco a restauração de uma caixa de correio que tinha construído há mais de vinte anos, quando passou a ser obrigatória a colocação nas habitações desses receptáculos para a correspondência, que até então era tradicionalmente enfiada por debaixo da porta, pelo carteiro.

Naquela altura as caixas de correio que se encontravam à venda eram quase todas feitas em metal, mas eu, talvez porque naquela altura trabalhava na construção civil, decidi que queria uma em cimento e feita por mim.

A ideia inicial era a de construir uma miniatura que se assemelhasse à minha própria casa e na qual as cartas seriam metidas por debaixo da porta, o que seria uma forma de manter viva a tradição da entrega da correspondência. Acabei por desistir dessa ideia porque iria obrigar a fazer uma caixa demasiado grande, o que acabaria por ser pouco estético.

Optei então por fazer pequenos blocos de cimento com as dimensões de 0,10x0,05x0,05, usando um molde para o efeito e utilizando cimento branco e areia. Depois fiz uma pequena placa de cimento para servir de base à casinha e então passei a fazer o assentamento dos blocos com argamassa de areia fina, tal como se estivesse a construir uma casa, tendo deixado, como é evidente, as aberturas para a entrada da correspondência e para a porta. Para a cobertura fiz previamente duas placas de cimento com 0,015 de espessura que foram assentes nas empenas em forma de V. Nessas placas colei umas pequeninas telhas que fiz utilizando cimento branco, tendo feito previamente um molde com um bocado de tubo de pvc. Poderia tê-las feito com barro mas optei pelo cimento devido à dificuldade que iria ter para efectuar a sua cozedura.


Esta caixa de correio tinha, quando acabou de ser construída, a mesma aparência que tem hoje, à excepção do telhado que era da cor natural do cimento branco, não tendo, na altura, sido pintado. O tempo vai deixando as suas marcas e achei que era chegada a altura de lhe tratar do visual.

Naquela época havia uma grande procura de caixas para o correio e eu estive tentado a montar uma pequena indústria artesanal para fazer a sua produção para venda. Mas desisti por falta de tempo e, entretanto, começaram a aparecer caixas idênticas produzidas industrialmente, encontrando-se centenas delas por aí. Mas a minha foi das primeiras desse género e ficou nessa altura conhecida como “a caixa de pedra”, termo que era utilizado muitas vezes para ajudar os carteiros a encontrar o destino da correspondência.


Ainda construí uma outra caixa igual, apenas um pouco mais pequena, que me foi solicitada, mas, como se tratava de um trabalho artesanal, não era muito rentável, devido ao tempo gasto na sua produção.

No entanto para quem gosta do termo “faça você mesmo” é uma forma muito útil de gastar algum tempo e, de resto, os custos do material são insignificantes, havendo sempre a possibilidade de fazer a obra seu gosto, pondo à prova os seus dotes em arquitectura.

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