Já escrevi dois artigos neste blogue sobre a Linha de Caminho de Ferro da Lousã: “Linha da Lousã a Caminho do Futuro” e “O Fim da Linha da Lousã”. Talvez tenha sido um pouco ingénuo sobre o que escrevi no primeiro, mas, a verdade é que estava longe de imaginar o rumo que as coisas iriam tomar, ou seja: uma grande indefinição que se vive hoje sobre o futuro da Linha, com o fantasma da não concretização do projecto das obras de implementação do metropolitano de superfície a assombrar os concelhos de Miranda do Corvo, Lousã e Coimbra.
A razão apontada pelo governo para não concluir a obra ou, pelo menos, para fazer alterações ainda indefinidas que podem pôr em causa um transporte de natureza ferroviária que, aliás, já funcionava há mais de cem anos, é de que o país não tem meios para concluir o projecto já iniciado. Justificações absurdas, uma vez que essas razões a existir, já existiam quando deram ordens para o desmantelamento da ferrovia, que se encontrava em funcionamento, com a promessa de que iam modernizar o sistema já existente.
A razão apontada pelo governo para não concluir a obra ou, pelo menos, para fazer alterações ainda indefinidas que podem pôr em causa um transporte de natureza ferroviária que, aliás, já funcionava há mais de cem anos, é de que o país não tem meios para concluir o projecto já iniciado. Justificações absurdas, uma vez que essas razões a existir, já existiam quando deram ordens para o desmantelamento da ferrovia, que se encontrava em funcionamento, com a promessa de que iam modernizar o sistema já existente.
Depois do grande trabalho que foi feito há mais de um século pelos nossos antepassados, que desbravaram o terreno, furaram montes, transpuseram rios e barreiras, fazendo uma obra que se pode considerar homérica para a época e que ainda hoje é o orgulho de uma região, não passa pela imaginação de ninguém que todo esse trabalho seja simplesmente desprezado, pois seria uma atitude indigna de um país para com o seu passado, um atitude que só viria descredibilizar ainda mais a classe política.
Posso continuar a parecer ingénuo, mas ainda acredito que os comboios vão voltar a circular na Linha, pelo menos entre Serpins e a Estação do Parque. É o mínimo que se exige aos homens de hoje que, com todos os meios técnicos que agora têm ao dispor, estão a achar muito difícil fazer apenas melhoramentos, que são importantes, sem dúvida, mas que não passam disso mesmo, numa via-férrea que já existia e cujas dificuldades maiores já tinham sido ultrapassadas há muito tempo e em condições, certamente, muito mais difíceis.
O povo dos três concelhos está atento e a luta em defesa do Ramal da Lousã já se iniciou, primeiro com uma marcha lenta na auto-estrada do Norte e ontem com uma manifestação em frente à Assembleia da República e residência oficial do primeiro-ministro, em que estiveram envolvidas mais de um milhar de pessoas.
O assunto irá ser discutido brevemente na Assembleia da República (dia 19 de Janeiro), mas fala-se também de novas formas de luta, entre as quais o boicote dos concelhos de Miranda, Lousã e Coimbra às próximas eleições presidenciais. Trata-se de uma luta justíssima, uma luta apartidária e cívica que está a unir os três concelhos e que irá dar, com toda a certeza, os seus frutos. Quando todos remam no mesmo sentido o barco (neste caso o comboio) chega mais facilmente ao seu destino.
Sendo assim é possível acreditar que a Linha da Lousã, vai continuar rumo ao futuro!
Manifestação em frente à Assembleia da República |
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ResponderEliminarGosto de ler notícias assim. Existem portugueses que sabem manifestar-se com civismo. Podem não ser notícia mediática por não haver violência implícita, mas é muito melhor assim.
Obrigada pela «reportagem».
Boa semana.
Um abraço.