A postagem com o título “Gerador Eólico Caseiro” continua, segundo as estatísticas, a ser nitidamente a página mais visitada deste blogue.
Sendo certo que me esforço o mais possível por escrever artigos com algum interesse e qualidade, não me parece, contudo, que a curto ou médio prazo vá conseguir suplantar com outro qualquer artigo o que escrevi sobre o meu gerador eólico. Já tentei descortinar a razão do sucesso deste artigo uma vez que ele não representa o relato de um projecto com êxito pleno, uma vez que não consegui atingir com ele os objectivos que pretendia e que passavam, principalmente, pela produção de energia eléctrica para armazenar em baterias de automóvel.
Creio que esse sucesso se deve, em primeiro lugar, à seriedade com que o artigo foi apresentado e que, de algum modo, permitiu desmistificar um pouco a utilização de um alternador de automóvel para produzir energia acoplado a uma pequena turbina eólica de fabrico caseiro.
Não é possível carregar baterias com um alternador, desta forma, foi a conclusão a que cheguei. Já aqui escrevi outro artigo sobre o assunto com o titulo “Gerador Eólico com Alternador de Automóvel", com o intuito de, dentro dos meus modestos conhecimentos, dar a conhecer as razões da inutilidade dos esforços em se conseguir carregar baterias com um alternador, mas não em absoluto, claro. Poderá ser possível com modificações no aparelho e através de uma turbina com grandes pás onde o vento poderia exercer uma força grande, obter algum êxito. Mas de uma forma primária, com uma máquina pequena e completamente artesanal, atrevo-me a dizer que é impossível, mesmo.
Entretanto, tenho recebido comentários e sugestões na página e também por email no sentido de pôr o gerador em funcionamento, fazendo modificações no alternador, ou aplicando outro tipo de gerador. Uma dessas sugestões aponta para a aplicação do sistema de um ciclomotor que também carrega baterias de 12 volts, mas que devido à pouca cilindrada do veículo, gera um menor campo magnético podendo ser, eventualmente, aplicado com êxito numa pequena turbina.
De qualquer modo resolvi deixar, por agora, esse projecto de lado e tentar obter energia de forma idêntica, utilizando um dínamo de bicicleta de 18 volts, aplicado num cata-vento que recuperei depois deste ter sido parcialmente destruído por uma forte tempestade num dos últimos invernos e que aqui dei conta em: “Vendaval na Chácara”.
Não é, certamente, uma grande solução para que possa conseguir grandes resultados, nem sequer sei se com o dínamo conseguirei carregar uma bateria, mas sei que pelo menos irei acender uma lâmpada quando soprar algum vento pois conheço bem o funcionamento do dínamo visto este já me ter iluminado, e bem, muitos quilómetros de caminho quando, já lá vão muitos anos, tinha necessidade de utilizar a bicicleta durante a noite em deslocações para o trabalho.
E, de resto, este cata-vento que antes tinha a finalidade de embelezar a paisagem, irá continuar a ter a mesma função, pois não foi inicialmente projectado para gerador eólico, apenas aproveitei a sua recuperação para fazer algumas modificações, entre as quais aplicação do dínamo.
Apenas fiz ontem a sua montagem na torre e as necessárias pinturas para evitar a corrosão, pelo que ainda não tive a oportunidade de o ver a fazer rodar o dínamo, mas já tinha experimentado o seu funcionamento rodando a turbina à mão, não ficando esta muito pesada, pelo que é de prever que funcionará.
Para a construção deste cata-vento utilizei apenas materiais aproveitados de sucatas. No cimo da pequena torre de pedra construí uma coluna com um tubo de PVC com o interior em cimento, tendo levado ao centro um eixo de um carro de mão de duas rodas. No cimo deste eixo vertical roda uma peça também feita de um tubo cheio com cimento e ferro, onde ficou chumbado um cubo de uma roda antiga de motorizada permitindo assim que a turbina do cata-vento gire com facilidade, procurando a direcção do vento.
A turbina roda assente num eixo extraído também do cubo de uma roda de moto e as pás foram feitas de alumínio tirado do revestimento interior das paredes de uma arca frigorífica, tendo sido reforçadas com peças de estores e também com arame. Na composição desta turbina entram também um aro de bicicleta, alguns discos de aço de cortar pedra, raios de rodas de moto, ferro e cimento. Para o orientador da direcção do vento utilizei um grande disco abrasivo, daqueles utilizados para cortar vigas de pré-esforçado para pisos de casas… Enfim, mais parece uma salada russa!
Logo que tenha vento suficiente farei um pequeno vídeo mostrando a máquina em funcionamento, se possível com o dínamo já a produzir energia.