Tenho
andado preocupado com as palmeiras da minha chácara. Já vi abater algumas na
minha zona devido ao ataque do escaravelho das palmeiras (Rhynchophorus
ferrugineus) e, recentemente, o jornal Diário de Coimbra deu conta do abate de 55
exemplares na cidade, desde 2008.
Esta palmeira foi encontrada abandonada e moribunda numa lixeira, mas sobreviveu. |
O
escaravelho das palmeiras é originário da Ásia oriental e Polinésia e tem-se
expandido para regiões ocidentais como o norte de África e, mais recentemente,
para o sul da Europa. Foi sinalizado no Algarve na segunda metade da década de
2000 onde já provocou avultadas perdas e prejuízos em espaços públicos e
privados. A praga tem-se alastrado para norte tendo já ultrapassado o centro do
país e, ao que parece, não tem fim à vista.
Algumas
Câmaras Municipais tentam salvar as espécies situadas em locais públicos e
aconselham os particulares a fazerem tratamentos preventivos nas árvores ainda
não atingidas, mas esses tratamentos necessitam de intervenção especializada e
são bastante dispendiosos.
A
palmeira das Canárias e a palmeira tamareira, espécies do género Phoenix são as
mais susceptíveis de serem atacadas, mas nenhumas estão imunes e o facto das
minhas palmeiras não serem desta espécie (são palmeiras de leque) não me deixa
muito descansado.
Na
minha chácara plantei duas e tenho um carinho especial por uma delas, devido a
tê-la encontrado moribunda numa lixeira ou aterro quando procurava materiais
para as construções. Estava meio seca, mas sobreviveu e hoje é uma árvore
saudável e em franco desenvolvimento que apesar do seu ainda reduzido porte empresta
frescura e beleza ao local.
As
palmeiras são arvores que se forem plantadas nos locais certos tornam esses
lugares aprazíveis, no entanto já vi muitas pessoas abaterem palmeiras sãs porque as plantaram sem terem sido previstos os danos futuros causados pelo crescimento
das árvores plantadas em jardins pequenos, ou próximo de muros e casas. Com o
desenvolvimento das raízes estas podem causar brechas em pavimentos, muros e
paredes, não restando mais tarde aos proprietários outra alternativa a não ser
o arranque ou corte das árvores.
Devido à profusão de fios no local o corte foi complicado e teve de ser feito aos poucos, de cima para baixo. |
Este pinheiro foi plantado junto da habitação, desenvolveu-se muito e teve que ser abatido devido à destruição que causava no muro e pavimentos. |
Este
problema não se restringe apenas às palmeiras, mas também a outras árvores e eu
falo por experiência própria, pois recentemente fui obrigado a cortar dois
pinheiros que tinha plantado há cerca de vinte anos e que estavam a rebentar
com o piso do jardim e com um muro de suporte. Quando os plantei não previ as
consequências futuras e o resultado foi ter de os abater para não sofrer danos
maiores nas construções. É por isso de toda a conveniência avaliar bem as
condições do local antes da plantação de árvores de grande porte.
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