AS ALDEIAS DO MONTOIRO E PAI VIEGAS


Foto atual da aldeia do Montoiro. Ao fundo está
a estrada que segue para Pai Viegas.
Todas as povoações têm a sua história, sejam cidades, vilas ou até a mais pequena aldeia. Quem pesquisar na Internet por uma qualquer cidade ou vila, encontra sempre qualquer coisa a respeito. No entanto, ainda há muitas aldeias sobre as quais pouco ou nada consta nesta imensa janela de informação.

Há dias resolvi colocar o nome da minha aldeia, Montoiro, na página de buscas do Google e, algo admirado, verifiquei que pouco ou nada apareceu a seu respeito. Aliás, o sistema até me pergunta se eu não quereria dizer Monteiro em vez de Montoiro, o que parece indicar o desconhecimento ou a pouca relevância da palavra para os mecanismos de busca, o mesmo acontecendo para Pai Viegas, uma pequenina e antiga aldeia que está ligada ao Montoiro pelo mesmo Santo Padroeiro (do qual falarei mais à frente) e da qual dista apenas algumas centenas de metros.

A verdade é que a minha, como todas as terras, tem a sua história, da qual conheço a das ultimas cinco décadas e por isso resolvi falar dela no blogue, mesmo arriscando-me a que seja lida por um número reduzidíssimo de pessoas, mas acho que a sua história também merece ser contada. Vamos lá então tentar colocar o Montoiro e Pai Viegas no “mapa”.

Uma das entradas para a Quinta da Paiva, junto ao
Museu da Chanfana, em Pai Viegas.
Ultimamente tem-se falado muito da Quinta da Paiva e do Parque Biológico da Serra da Lousã em Miranda do Corvo (não na Lousã, como tem sido erradamente referido na televisão). Aliás, nem compreendo como é que deram ao Parque o nome de Serra da Lousã, quando, e sem querer estar a meter-me em confusões geográficas, o referido Parque está situado na encosta de um monte, que me parece estar fora dos limites geográficos da Serra da Lousã. No entanto, pese o facto de esses limites estarem certamente bem definidos, muitas vezes eles são um pouco imaginários, tal como acontece em relação aos limites de algumas aldeias que vão crescendo e aproximando-se fisicamente umas das outras.

Ora acontece que a Quinta da Paiva e o Parque Biológico se situam precisamente dentro das áreas geográficas, ainda que um pouco imaginárias, de Montoiro e Pai Viegas; no entanto isso nunca é referido quando se fala desses locais, agora muito conhecidos devido a serem uma das maiores atrações turísticas do concelho de Miranda do Corvo.


O largo do Terreiro, bem no centro do Montoiro.
Este local , com a fonte onde os habitantes iam encher de
água os seus cântaros de barro, era um ponto de encontro
e de convívio. 
O Montoiro, nome cujas origens desconheço, não tendo ainda encontrado qualquer referência a elas, está encostado à vila de Miranda, sendo atravessado pela E.N. 17-1 e também, mais recentemente, pela variante Miranda-Lousã à E.N. 342. A aldeia desenvolveu-se nos últimos anos ao redor da E.N. 17-1, entre a Cruz Branca (a parte mais a sul da vila) e a reta de Godinhela ainda mais para sul, e também para leste, na direção da Pereira, embora a parte mais antiga do lugar esteja situada para poente ao longo do arruamento principal da aldeia, hoje chamado rua do Montoiro, que segue na direção do rio Dueça, de Pai Viegas e da Quinta da Paiva. O facto de se chamar rua do Montoiro à sua rua principal é devido à intenção da autarquia em “anexar” a aldeia à vila, transformando a povoação num bairro, no entanto para as pessoas mais antigas da terra o Montoiro será sempre uma aldeia “independente”, apesar de terem sido retiradas às duas placas identificativas que se encontravam na E.N. 17-1.

Como quase todos os lugares o Montoiro sofreu uma grande transformação depois da revolução de Abril. Também foi atingido pela explosão urbanística dos anos 80 e 90 e alguns dos seus acessos a poente e que eram caminhos agrícolas em mau estado, são hoje arruamentos com todas as condições, asfaltados e mesmo com passeios, como a Rua da Coutada, antes conhecida como Quelha da Coutada e estrada do Porto Mourisco.

No Montoiro, até à década de 90, existiam duas mercearias e um café, onde os habitantes faziam as suas compras, numa altura em que os super e hiper mercados ainda não tinham chegado ao concelho. Era também nesses estabelecimentos, ou na rua junto a eles, que a população masculina convivia, vendo televisão, jogando às cartas, ao fito, ou simplesmente conversando. Agora já não existem mercearias, as pessoas abastecem-se nos supermercados da vila e já não jogam às cartas, nem ao fito, e a televisão é vista por cada um em sua casa.

Nos anos 60 havia muita juventude na povoação. Ao fim da tarde e à noite os rapazes jogavam à bola no cimo da aldeia, em plena estrada nacional, quando o trânsito ainda era reduzido. Jogava-se um tipo de futebol curioso em que havia apenas uma baliza que era ela também curiosa pois tratava-se do portão da Quinta do Campo, uma quinta que pertencia ao mesmo proprietário da Quinta da Paiva, o Sr. Afonso de Melo Garcês. Neste tipo de jogo as duas equipas chutavam para a mesma baliza e o guarda-redes era neutro, pois tinha que defender os remates de todos os jogadores.

No Montoiro existiu, nas décadas de 60, 70 e 80, uma equipa de futebol a sério. Chamava-se Grupo Desportivo do Montoiro e as suas cores eram o amarelo e o preto. Esta equipa participou em alguns torneios populares que se realizavam na zona, numa altura em que quase todas as aldeias ao redor tinham também a sua equipa e havia, por isso, uma grande rivalidade entre elas. Todos os jogos que se realizavam era muito disputados e não raras vezes estes terminavam em batalha campal, mas era apenas devido ao calor do momento e tudo passava num instante. Muitos desses jogos realizavam-se em Pereira, uma aldeia vizinha que costumava organizar alguns torneios.

A Bandeira do Grupo Folclórico e
Etnográfico do Montoiro.
Para além de atividades desportivas o Montoiro esteve também ligado à cultura popular nas décadas de 80 e 90, pois ali existiu um Grupo Folclórico e Etnográfico que tinha o nome da aldeia e que se dedicava à pesquisa e recriação de usos e costumes da região e que os representava com os seus elementos vestidos com trajes da época, recriados também através de músicas, danças e cantares.

Este Grupo Folclórico levou o nome da aldeia e do concelho, durante vários anos, a diversos pontos do país, tendo chegado a atuar num programa de televisão. Foi também no Montoiro que, em meados da década de 80, nasceu o hoje chamado Carnaval de Miranda, que chegou a atingir alguma nomeada no distrito de Coimbra, mas que desapareceu por volta de 1995, tendo regressado no início do novo milénio, mas já sem o seu antigo fulgor. Esses empreendimentos culturais, Rancho Folclórico e cortejos de Carnaval, nasceram pela mão do Sr. Laurentino Rodrigues, um homem dinâmico, amante da música popular e folclore, que ainda hoje mantém um grupo de música de baile “Ritual Dueça” e faz parte de outro grupo de música popular “Ús Sai de Gatas”, que tem atuado em diversos eventos festivos em várias cidades, vilas e aldeias da região e também na televisão onde já esteve por duas vezes.

Nos anos 60 e 70 ainda a agricultura era uma atividade comum, se não como ocupação permanente pelos menos em part-time, à maioria dos habitantes do Montoiro e Pai Viegas, tal como acontecia noutras aldeias, mas as terras vieram a ser progressivamente abandonadas, porque deixou de ser rentável o seu amanho e é comum ouvir dizer, em relação a alguns produtos agrícolas, que fica mais barato adquiri-los nos supermercados do que cultivá-los.

O amanho das terras era, na maior parte dos casos, um trabalho extra dos habitantes destas aldeias, pois a grande maioria, sobretudo os homens, (naquela altura ainda poucas mulheres estavam empregadas) trabalhavam como operários nas indústrias e comercio da vila e também na cidade de Coimbra, distante cerca de 20 quilómetros, para onde se deslocavam utilizando o transporte ferroviário, numa altura em que existiam na vila várias fábricas de serração de madeiras e também cerâmicas, que davam trabalho a um grande número de pessoas. Dessas fábricas já muito poucas se encontram em laboração, mas há uma que tem resistido e ainda se encontra a laborar na zona da Cruz Branca, paredes-meias com o Montoiro.

Dentro do perímetro do Montoiro e Pai Viegas também existiram pelo menos duas pequenas fábricas; tratava-se de uma serração de madeiras e de uma fábrica de púcaros de barro para a recolha da resina dos pinheiros. De salientar que nas décadas de 60 e 70, ainda a atividade de resineiro tinha bastante preponderância, antes da proliferação dos eucaliptais.

Estas duas indústrias também já desapareceram. A serração encontra-se em ruínas e da fábrica de púcaras já pouco resta, pois grande parte dos seus terrenos foram ocupados pela variante Miranda-Lousã que passa no local.

Num local um pouco mais afastado, penso que já fora do perímetro da aldeia, no sítio denominado de Vale Feijão, existiu também uma pequena indústria de fabrico de telhas do tipo serrana, de que já só restam as ruínas de alguns fornos. (No blogue encontra-se um artigo em que estes fornos são referidos mais detalhadamente.)

No Montoiro passava outrora a antiga Estrada Real que vinda de Lisboa se dirigia para as Beiras e de que ainda subsiste um pequeno troço, embora modificado. É de supor por isso que o Montoiro, em tempos muito recuados, já tivesse alguma importância, pois tratava-se de um local onde passavam muitos viajantes, a exemplo do que acontece no Corvo que dista dois ou três quilómetros e onde se fala que teria existido uma estalagem e um posto de muda de cavalos, sendo por isso, nessa altura, tida como uma povoação muito importante, talvez mais do que aquela que é hoje a sede do concelho, pois a esta foi dado o nome de Miranda do Corvo, parecendo indicar uma subalternização à povoação do Corvo. Montoiro poderá também ter sido um ponto importante, ainda que só de mera passagem, pois nesse tempo, como é sabido, as estradas não abundavam.

Mas se o cimo do lugar foi importante, a parte mais abaixo, para poente, junto ao rio Dueça, Quinta da Paiva e Pai Viegas, não o terá sido menos, pois era aí que existia uma grande área de campos agrícolas, que marginavam o Dueça desde o limite da vila até à vizinha Godinhela. Das explorações agrícolas aí existentes sobressaía a Quinta da Paiva, com os seus 5 hectares de terrenos cultivados, com o açude, levada parra irrigação e moinho de água.

Um helicóptero a descer sobre a piscina da Quinta
da Paiva, durante o incêndio de 2009.
O Montoiro, ao fundo, está protegido por uma linha de montes que integram uma área florestal, onde pontificam os pinheiros e eucaliptos. Estes montes erguem-se a poente, para lá da margem esquerda do rio Dueça e dos terrenos da Quinta da Paiva, encobrindo precocemente o sol sobre o rio e os terrenos que o ladeiam. Um outro monte, mais pequeno, ergue-se sobre a margem direita do rio, na zona limite norte da Quinta. Esta colina é conhecida pelo Cabeço da Forca, ou simplesmente Cabeço e eleva-se a uma centena de metros acima do nível do rio.

Estes montes têm ao longo dos anos sido alvo de incêndios, o último dos quais ocorreu em 2009 e este fogo que poderia ter tomado proporções dramáticas foi, graças à rapidíssima intervenção dos Bombeiros e Proteção Civil, depressa controlado, tendo a piscina da Quinta da Paiva, que foi evacuada de banhistas, servido como ponto de abastecimento de um helicóptero que assim combateu mais eficazmente o fogo.

O açude do rio Dueça que foi construído de forma a elevar as águas para permitir a irrigação por gravidade dos campos da Quinta da Paiva e fazer mover a roda do moinho de água situa-se junto a Pai Viegas, onde foram recentemente construídos alguns edifícios que fazem parte de vários empreendimentos da ADFP, como um Centro Hípico, oficinas de artesanato e também o restaurante Museu da Chanfana, este mesmo no centro da aldeia. Pai Viegas vive paredes-meias com a Quinta da Paiva e poderia, num passado já distante, segundo algumas pesquisas que fiz junto de uma das mais antigas habitantes do lugar, ter surgido mesmo dentro dos terrenos da quinta, pois o seu nome está relacionado com um seu antigo proprietário que se chamaria Viegas e da conjugação de Paiva e Viegas nasceu o nome da aldeia.

O rio Dueça e o açude, para além da sua importância para a irrigação dos terrenos que o rodeiam, teve, antes da construção das piscinas na Quinta da Paiva, uma enorme relevância no bem-estar físico dos habitantes do Montoiro e Pai Viegas e também de lugares vizinhos, pois o rio, principalmente na zona do açude funcionava no verão como uma autêntica praia fluvial, onde se usufruíam de alguns momentos de lazer e onde várias gerações dos habitantes destes lugares aprenderam a nadar.

A rua principal do Montoiro, nos anos 60 e quando os veículos que ali passavam eram unicamente carros de bois, era ainda em terra batida e, principalmente no inverno, por causa da lama e talvez também devido a algumas escorrências dos currais situados junto ou mesmo na parte debaixo de algumas casa, os habitantes “atapetavam”, nalguns locais, a rua com mato e era habitual as aves de capoeira andarem por ali a passear e a esgravatar. Mais tarde, talvez já nos anos 70, a rua foi calcetada, mas as pedras eram muitas vezes levantadas devido a ali passar um tubo que transportava água do rio para a quinta existente no cimo do lugar. Esse tubo vastas vezes se rompia e, devido a isso, a calçada nunca estava nas devidas condições. Mais tarde a rua foi asfaltada, mas o problema ainda subsistiu por mais alguns anos até que o tubo foi desativado.

A Capela do Senhor do Alto.
O Santo padroeiro do Montoiro e também de Pai Viegas é o Senhor do Alto e a sua Capela foi erigida junto à Estrada Nacional, muito perto também da antiga Estrada Real que, entretanto, naquele local desapareceu com as obras da variante Miranda-Lousã. É nos dias 1 de Janeiro de cada ano que se celebra o Senhor do Alto, tendo durante muitos anos essa data sido festejada com alguma pompa; normalmente as ruas eram percorridas por um grupo de gaiteiros (Zés Pereiras) havia missa na Capela e também um bailarico e não faltava o estalejar dos foguetes. Entretanto, essa data tem vindo a ser relegada para segundo plano e os festejos maiores agora são realizados no verão e o Santo homenageado é o Santo António, que também está presente na Capela. Na Capela está também uma imagem de Nª Senhora de Fátima e durante muitos anos, em Maio, se realizou uma procissão em honra de Nossa Senhora. Esta procissão percorria as aldeias do Montoiro e Pai Viegas e todas as ruas por onde passava eram enfeitadas com arcos e muitas flores e o chão era atapetado com junco, rosmaninho e muitas outras verduras. Entretanto, essa tradição tem vindo a desaparecer, ou pelo menos a perder muito da sua intensidade de outrora.

O antigo lavadouro do Montoiro, convertido na sede da
Associação Recreativa, Cultural e Desportiva.
Uma das vantagens da revolução de Abril foi a de proporcionar muitos melhoramentos nas aldeias, tal como água canalizada, esgotos, luz eléctrica (onde ainda não havia) e outras. Também o povo pode passar a reunir-se e a discutir abertamente os seus problemas tendo para isso sido criadas comissões de moradores, centros de convívio, etc. No Montoiro foi também construída uma sede para a realização de eventos e convívio dos moradores que nasceu a partir da adaptação do antigo lavadouro público, que deixara de funcionar à vários anos, pois tal como noutras aldeias a melhoria das condições de vida das populações e o aparecimento das máquinas de lavar levaram ao abandono desses locais, tornando-os disponíveis para outros usos.

Esta é a história do Montoiro e Pai Viegas, uma história que se resume às minhas memórias de algumas décadas. Pode parecer banal e sem qualquer relevância para a grande maioria das várias centenas de visitantes que diariamente entram no blogue. Porém, para quem vive nestes lugares ou para quem por cá passou, não deixa de ter a sua importância. Afinal todas as terras têm a sua história e todos os habitantes fazem parte dela…


13 comentários:

  1. Muito interessante amigo, sabe que estamos ( eu e a família) com um projeto de mudar desta casa onde vivemos e, sempre que percebo a proximidade dessa mudança, me enche a mente de memórias porque vivo nela desde que tinha 3 anos de idade e, agora já estou com 43 anos. Imagine voce que , apesar da vontade de seguir o projeto adiante, ainda assim me apego fortemente as lembranças e por minutos transpassa o receio , a incerteza ...
    somos apegados as nossas raízes e nossa história ... nossas memórias são sempre importantes!
    beijinho e boa semana meu amigo!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Não deve ser nada fácil mudar de casa após 40 anos e mais difícil será se a mudança for para outra cidade, vila ou aldeia.
      A terra onde nascemos e crescemos é sempre a mais linda de todas e fica para sempre no nosso coração. Compreendo perfeitamente as suas incertezas!
      Uma boa semana também para a minha amiga.
      Beijinho.

      Eliminar
    2. Parabéns pelo Blog José! Gostei muito deste post, que nos faz viver e reviver estes dois lugares! Mais uma vez parabéns e sucesso!

      Eliminar
    3. Obrigado, Pedro, pelo teu comentário. Era ótimo que mais conterrâneos aqui deixassem as suas opiniões, pois acho que este post é inédito. Apesar da modéstia do documento, penso que ainda ninguém tinha escrito tanto sobre a nossa terra na Internet.

      Eliminar
    4. Um bom artigo para o Mirante quem sabe :) Tanta gente fala nestes dois lugares...mas no fundo pouco sabem sobre os mesmos...! Felicidades e sucesso!

      Eliminar
  2. " Montoiro" suponho ser o local onde se despejava o lixo. A esse local dava-se o nome de Montoiro. Abraço Zé

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Oi Arménio!
      Sabes que, agora, com essa tua tirada brincalhona fiquei pensativo… andei à procura da origem do nome da nossa terra e não encontrei nada. Quem sabe se o nome deriva de monturo que é um local onde se depositava lixo?…
      NÃO, não pode ser!… A nossa linda e arejada aldeia nunca poderia ter sido local de despejo de lixo…
      Continuo à procura de significados para o seu nome. Se souberes de outro melhor, diz alguma coisa.
      Um abraço e obrigado pela visita.

      Eliminar
  3. Penso, n tenho a certeza, que o nome evolui de "Monturo"

    ResponderEliminar
  4. Camarada Henriques. Tenho boas recordações do Montoiro dos anos 60,antes de ingressar na Briosa. Passei aí algumas férias em casa de um tio que penso que era o encarregado de uma fábrica de púcaros para a resina que havia no entroncamento da estrada que vai para a capela que existe no alto da serra(peso que é a Srªda Pedra)não tenho a certeza. Depois como o meu tio mudou para o Bairro Novo perto do Padrão num mais aí voltei.Também ai estive num acamoamento da MP e foi aí que eu bebi pela 1ª vez vinho morangueiro.
    Um abraço
    Cruz

    ResponderEliminar
  5. Foi como anónimo que eu consegui entrar.
    Estou no blog do nucleo marinheiros da Lousã.
    Manuel Rodrigues Cruz

    ResponderEliminar
  6. Olá camarada Cruz.
    É com grande prazer que registo o comentário de um Filho da Escola, aqui neste post, onde não esperava que tal acontecesse.
    Fico também muito contente por teres boas recordações do Montoiro dos anos 60. Isto agora está muito diferente, o progresso também aqui chegou e a fábrica de púcaros para a resina que mencionas quase desapareceu, infelizmente. Aliás, eu falo dessa fábrica no artigo e até cheguei a trabalhar lá quando tinha dez anos e o teu tio foi, portanto, meu encarregado. Até me lembro de quando ele mudou para o Bairro Novo.
    A capela no alto da serra de que falas não é da Srª da Pedra, mas sim da Srª da Piedade de Tábuas. De resto, vejo que te lembras de tudo muito bem.
    Um abraço.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Camarada Henriques, foi engano meu o nome da capela da NºSrª da Piedade. Fui lá uma vez nesses anos 60 e ainda me lembro de um grande castanheiro que lá havia. Ainda te lembras de um camião antigo que havia dentro da fabrica de púcaros? e de apanhar pardais dentro do poço que lá havia? Eu nasci em 50 e devia ter entre os 10 e 12 anos quando lá estive.Já á uns 3 anos que não vou a Miranda. Quando ai for a ver se me lembro de ir ver como está o Montoiro.
      Um abraço
      Cruz

      Eliminar
    2. Camarada Cruz:
      Do camião tenho uma vaga ideia, agora de apanhar pardais dentro do poço, não me lembro. Do que me lembro perfeitamente era do modo como se faziam os púcaros ou tigelas para a resina. A máquina era movida à mão por um operário e estava outro a olear os moldes com um bocado de desperdício, de cada vez que se fazia uma tigela e a colocar uma bola de barro dentro do molde. Tinha que ser tudo feito com muita rapidez e era um bocado perigoso, pois a parte superior do molde caía com força em cima da bola para formar a tigela.
      Quando vieres ao Montoiro, deixa uma mensagem aqui ou no meu email: joalexhenriques@gmail.com para nos encontrar-mos para beber um copo e conversarmos um pouco.
      Um abraço.

      Eliminar