Depois
de um inverno e início de primavera muito chuvosos, os trabalhos agrícolas
estavam bastante atrasados e agora, naturalmente, a azáfama é grande para
aproveitar o bom tempo para fazer as sementeiras de batatas, milho, feijão etc.
e também as plantações de cebolas, alfaces, tomateiros, couves, pepinos… No
mercado os vendedores destas plantas não têm tido mãos a medir para atender as
pessoas que agora adquirem estas plantas ainda em estado minúsculo e com a raiz
envolta num pequeno pedaço de terra, o que favorece a adaptação à sua mudança
para outro local e faz com que estas se desenvolvam mais rapidamente.
Pela
procura destes produtos para plantação é aparente um aumento das pessoas que se
estão a dedicar a produzir alguns dos produtos hortícolas que consomem, o que
pode querer dizer que se está a procurar na pequena agricultura um modo de
fazer frente à terrível crise que atormenta, sobretudo, aqueles que nela não
têm qualquer responsabilidade.
Eu
também estou a seguir esse caminho e este ano a minha agricultura ultrapassou
as “fronteiras” da minha chácara e estou a amanhar um terreno que mandei lavrar
por um trator agrícola e que depois fresei utilizando a minha velhinha motoenxada. Plantei alguns produtos hortícolas e semeei milho, cuja produção se
destina a ajudar a alimentação de algumas galinhas poedeiras. Já tinha semeado
as batatas há três meses atrás e estas brevemente deverão ser extraídas da
terra, no entanto foi um erro tê-las semeado tão cedo, pois devido à muita
chuva que caiu e também às geadas, a produção foi fraca.
O faval |
O
faval que semeei em Janeiro desenvolveu-se muito bem e estou agora a começar a
colher as primeira favas. No artigo anterior “semear favas” descrevi essa
sementeira que foi feita por duas vezes. Uma pequena área de terreno foi
semeada primeiro e passado um mês semeei outra igual na tentativa de poder
colher favas durante um espaço de tempo maior, mas, como antevi nesse artigo,
elas estão a produzir quase de modo uniforme, apesar das plantas que foram
semeadas mais tarde estarem um pouco mais pequenas.
Uma ameixeira |
As
árvores de fruto estão bem bonitas e dá gosto ver as macieiras em flor ou as
ameixeiras tão carregadas que parecem cachos. Até as oliveiras, apesar de ainda
ser prematuro fazer previsões, parecem prenunciar uma boa colheita e a única
exceção são os pessegueiros que foram atacados pela lepra muito cedo e quase
não têm frutos.
Como
acima falei em galinhas poedeiras e acrescentando ao que tinha escrito em
“criação de galinhas”, devo dizer que o vendedor não se enganou quando disse
que estas galinhas punham muitos ovos, porque de verdade elas não têm falhado
com o seu ovo todos os dias, quase à mesma hora. Agora, quanto a comerem pouco,
como ele também disse, isso já depende muito do ponto de vista, porque falta de
apetite elas não têm não, mas não são difíceis de alimentar pois não são nada
esquisitas, nesse aspeto.
A
pequena agricultura caseira não dá para ninguém enriquecer, nem sequer para ser
autossuficiente em muitos produtos agrícolas, mas é bom saber que estamos a
consumir aquilo que produzimos, com total confiança e além disso é muito bom
ver as plantas a crescer, as árvores a florir e depois colher os frutos do
nosso próprio trabalho.
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