O interior dos depósitos com as serpentinas em tubo multicamada. |
O
meu sistema solar térmico, desde que começou a funcionar há mais de dez anos
atrás tem sido alvo de muitas modificações no sentido de melhorar o seu
funcionamento. A última dessas alterações foi a substituição da tubagem de
plástico nos depósitos e também nos coletores, sendo que a esta última
alteração foi um pouco forçada pelas circunstâncias, dado que estavam a começar
a aparecer algumas fugas de água, tanto nas serpentinas dos depósitos como nos
tubos dos painéis.
Infelizmente,
quando tinha colocado as serpentinas de plástico e também as tubagens nos dois painéis
caseiros, ainda não tinha conhecimento da existência dos tubos multicamada,
senão nunca teria utilizado os tubos de plástico. A verdade é que não sou
canalizador, mas mesmo assim culpo-me por não estar devidamente informado, pois
para além de todas as vantagens deste tipo de tubos para o meu projeto
específico, o preço deste material é pouco superior ao dos tubos de plástico.
Mas
não adianta chorar sobre o leite derramado e agora posso considerar o meu
sistema solar térmico, que é muito original e quase totalmente de construção caseira
(a única excepção é o velhinho coletor de fabrico profissional que integra o
conjunto), um sistema de alto rendimento com os três coletores e os dois depósitos
de 200 litros
cada e as serpentinas com 100
metros .
Com
este sistema consigo ter água quente durante a maior parte do ano para banhos,
para as máquinas de lavar roupa e louça e até para cozinhar, uma vez que a água
da rede passa diretamente pelas serpentinas colocadas no interior dos
depósitos, sendo aí aquecida pela água dos depostos, não havendo qualquer
mistura ou interferência nociva na água. A exceção são, em principio, os meses
de Novembro a Janeiro, sendo que mesmo nestes meses, ainda é possível
aproveitar o calor, mesmo que pouco, da água que é encaminhada para o
esquentador e que vai acaba de aquecer mais facilmente do que se lá entrasse
gelada, vindo diretamente da rede.
Em
relação ao artigo que escrevi sobre o sistema com serpentina pressurizada,
pouco há a acrescentar em relação às serpentinas dos depósitos, elas simplesmente
foram trocadas por serpentinas de tubos multicamada, mas o seu funcionamento é
o mesmo.
Quanto
aos coletores caseiros, não se tratou de uma simples troca de tubos, mas também
de uma alteração no formato das grelhas. A forma que usei para colocar os tubos
de modo a que a água circule naturalmente por termo sifão, não foi igual para
os dois coletores, tendo utilizado duas maneiras bem diferentes uma da outra.
1º coletor
Colocação da serpentina no painel nº 1. |
Este coletor tem dois circuitos independentes de tubos em ziguezague, sem uso de qualquer acessório de ligação no interior. |
Esta
é uma forma absolutamente fácil e barata de fazer um coletor e o seu rendimento
é bastante satisfatório. Um problema poderão ser as elevadas temperaturas de
verão, mas os tubos multicamada estão preparados para suportar temperaturas
bastante altas e pressão até 10 bar, pelo que não antevejo contrariedades até
porque os meus coletores, conforme já falei em posts anteriores, têm uma
proteção de estores que podem ser corridos nos dias de maior calor
2º coletor
O 2º coletor tem uma grelha de cinco tubos, colocados em ziguezague para aumentar a distância do percurso da água. |
Os tubos foram envoltos numa rede e cobertos com uma lâmina de argamassa para que toda a sua área esteja em contato com algo sólido e não só com o ar quente do interior do painel. |
A lâmina de argamassa levou um acabamento em massa fina com um corante negro. |
Para
que essa fina placa de concreto não estale nem rache coloquei a grelha de tubos
dentro uma rede metálica e depois meti a argamassa, primeiro uma argamassa mais
grossa e depois uma camada mais fina para acabamento, sendo que nesta camada de
acabamento inseri um corante negro para evitar depois ter de pintar a placa. Os
tubos têm 15 mm
de espessura e a placa ficou com apenas dois centímetros de espessura.
Os
tubos também foram colocados de modo diferente do painel nº 1, tendo aqui feito
uma grelha com cinco tubos, mas este número corresponde na verdade a 8 ou 9
tubos pois estes foram também colocados em ziguezague de modo a aumentar o
percurso da água e também para diminuir o emprego de tês, não só porque esses
acessórios são caros, mas também para evitar o seu uso dentro coletor.
Com
estas modificações dei agora por totalmente concluído este projeto que me tem
dado imenso trabalho, mas que atende perfeitamente às minhas necessidades.
Melhor, só um moderno sistema de fabrico profissional, porém isso estará sempre
fora de questão, pelo menos a curto e médio prazo, devido não só ao seu alto
preço, mas também porque me dá grande satisfação usufruir de água quente por um
sistema ecológico e que foi feito por mim.
Vídeo com mais imagens deste projeto.
Artigos relacionados
O autor escreveu este post em tom de brincadeira, dizendo que o seu aquecedor solar de água iria revolucionar o mercado e que iriam ser construídos milhares de equipamentos destes... Brincadeiras à parte o certo é que o sistema funciona muito bem, mas entretanto os tubos que eram de plástico tiveram que ser substituídos por outro tipo de material, devido ao aparecimento de algumas fugas de água... Quero ler o artigo
COLETOR SOLAR CASEIRO COM COBERTURA DE PROTEÇÃO CONTRA SOBREAQUECIMENTO E CONGELAÇÃO
Este coletor solar foi feito com tubos finos de rega gota a gota. A ideia era que, devido aos tubos terem apenas meio centímetro de diâmetro, a circulação da água em sistema de termo-sifão, ocorreria rapidamente aquecendo mais água em menos tempo. O certo é que assim era, o coletor dava bom rendimento, até que foi decidido fazer a substituição dos tubos devido ao aparecimento de fugas. O que se manteve e que é uma mais-valia, tanto para sol excessivo, como para tempo muito frio, é a cobertura de estores... Quero ler o artigo