Passados quase trinta após a construção da minha primeira
nau em miniatura e, depois de estar vinte e cinco anos desligado desta atividade
que durante algum tempo me apaixonou, decidi aventurar-me na construção de uma
nova nau.
Esta miniatura tem cerca de 80 cm de comprimento e 16 cm de largura. |
A finalidade deste novo trabalho é, para além do gosto por
esta atividade, filmar todas as fases da construção e apresentar todo o trabalho
em vídeo para que quem queira realizar um trabalho semelhante e não o saiba
fazer, possa com esse vídeo (ou vídeos) ficar com algumas luzes sobre o
assunto. Isto significa que não pretendo ensinar ninguém a construir navios,
mas apenas mostrar como fiz o trabalho, os métodos que utilizei, os materiais que
empreguei na construção, etc., porque eu faço tudo de forma original,
recorrendo à reciclagem de materiais, produzindo todas as peças sem comprar
nada e apenas com as ferramentas que tenho à mão.
É um trabalho de minúcia e, no meu caso, como não pretendo
construir nenhum modelo fiel, recorro muitas vezes à imaginação, tentando
sempre fazer algo original mas que se pareça com uma nau verdadeira.
Esta nau, ao contrário das anteriores em que não lhes dei um
nome, irá ser batizada e já tenho um nome em mente. Será, possivelmente, o “Sopro
das Torres” e este nome tem um fundamento, mas não vou dizer do que se trata,
por agora.
A estrutura desta nau já está concluída e já empreguei até
agora neste trabalho cerca de 50 horas, mas neste espaço está incluído, o tempo
que gastei a alterar o casco da nau que inicialmente estava muito estreito e
não condizente com o tamanho da miniatura. Tive de alterar isso e gastei nessa
alteração cerca de 16 horas. Também o facto de estar a filmar um pouco de todas
as fases do trabalho faz demorar esta tarefa.
Pode parecer que o mais difícil já está feito, mas não será
bem assim porque agora segue-se o trabalho da construção de muitas das pequenas
coisas que fazem parte de uma nau, como os mastros, as escadas de corda, as
escadas de madeira, a colocação de janelas, o leme, as gáveas, as peças de
artilharia, as velas e muitas, muitas outras coisas. Por isso é natural que
ainda tenha pela frente outras tantas horas de trabalho, ou muito mais ainda,
dependendo da qualidade e da aproximação à realidade que queira dar à construção.