Dicas para evitar o apodrecimento dos paus em contato com o solo


Quando resolvi fazer uma vedação à volta  da minha chácara, pensei em utilizar toros de pinho tratado, porque isso lhe daria um aspeto mais rústico e era uma exigência que fizera a mim próprio, fazer uma quintinha o mais ecológica possível, sem esquecer a rusticidade, utilizando materiais de pouco custo e que se enquadrassem no meio ambiente rural.

Infelizmente, o preço que me foi pedido por essa madeira obrigou-me a desistir da ideia e a procurar outras alternativas de menor custo. Espetar paus de pinho ou eucalipto na terra sem o tratamento adequado, não podia ser uma opção válida, pois rapidamente apodreceriam e teriam de ser substituídos a breve trecho.






Sempre a pensar em gastar o menos possível, decidi fazer eu mesmo os prumos ou mourões para a vedação, utilizando cimento, areia e algum ferro. Foi a melhor opção em termos de preço e também de durabilidade; em preço, porque como já disse em outros vídeos sobre a minha chácara, eu sempre utilizei na sua construção materiais reaproveitados de aterros ou mesmo de lixeiras. No caso da durabilidade, mesmo considerando que os prumos/mourões de pinho tratados podem durar muitos anos, a humidade na parte da madeira que fica em contato com a terra, irá abreviar a sua duração, o que coloca os mourões de concreto em grande vantagem, pois estes se forem feitos de forma correta, serão eternos, ou quase.

Mas, no caso em pretendamos fazer, por exemplo, um galpão ou um telheiro agrícola e queiramos utilizar troncos de eucalipto ou de outras árvores para sustentar essa construção enterrados no solo, temos que fazer obrigatoriamente o tratamento desses troncos, o que não será, mesmo assim, uma garantia de que irão durar muito tempo.

Há um mês atrás construí um telheiro para abrigar a minha moto enxada e utilizei troncos de eucalipto para os pilares de sustentação, mas não lhes dei qualquer tratamento. Em vez disso recorri a um estratagema que resultou muito bem e que irá manter a madeira sã durante muito tempo. 



Esse telheiro ficou assente em uma parede de tijolo já existente e em três troncos grossos de eucalipto. Fiz umas pequenas sapatas para sustentar esses pilares, mas não coloquei os troncos assentes em cima das sapatas. Coloquei um pedaço de tubo de pvc com cerca de 40 cm de comprimento e 20 cm de diâmetro em cimas das sapatas e antes de os encher com concreto de cimento fiz-lhes um rasgo de cada lado para que ao enchê-los com a massa, alguma dessa massa saísse para fora para ficar ligada às pedras e cimento que coloquei em redor dos tubos. Não os enchi até ao cimo, deixei cerca de 15 cm sem argamassa. Deixei a secar e, no dia seguinte preguei quatro pregos grandes no fundo dos troncos, deixando cerca de metade do comprimento dos pregos fora dos troncos, tendo então acabado de encher os tubos com massa de areia e cimento, massa bem forte, tendo colocado então os troncos em cima dos tubos com os pregos metidos na massa. Coloquei algumas escoras a segurar os troncos, tendo-os deixado um pouco inclinados para dentro, ficando assim a estrutura fazer força contar a parede, o que além de dar uma estética diferente ao telheiro também lhe deu mais segurança. Depois da massa estar bem seca, coloquei então o resto do madeiramento que compõe este telheiro e também as  respetivas telhas, telhas estas que eram provenientes do reaproveitamento de um telhado que fora remodelado. Um pormenor importante é que coloquei neste telheiro um ripado composto por ripas metálicas, porque para além de serem indiscutivelmente melhores do que quaisquer ripas de madeira, foram ainda mais baratas do que seriam as de madeira.

Bem… espero que com estas dicas possa ajudar alguém que, tal como eu, tenha orçamentos curtos e goste de fazer as coisas poupando o mais possível, mas sem dispensar um trabalho bem feito.