A importância primordial do orientador de vento


As modernas turbinas eólicas têm um controlo de passo para que, na presença de ventos muito fortes ou quando simplesmente se pretende que as pás se imobilizem, esse sistema atue automaticamente fazendo com que as pás rodem em um ângulo de 90 graus, colocando as pás de lado, pás que em funcionamento se encontram de frente para o vento.


Isto trata-se de um assunto muito técnico, praticamente impossível de fazer em casa, mas eu, um dia, tentei fabricar um sistema parecido em que as pás seriam colocadas em posição de bandeira, quando o vento fosse demasiado forte. Utilizei molas que seriam forçadas pelo vento muito forte que, julgava eu, quando batesse nas pás as faria rodar lateralmente. Quando o vento abrandasse, as pás retomariam a sua posição frontal para o vento.


Em teoria e fazendo rodar lateralmente as pás à mão o sistema parecia que iria funcionar na perfeição… As pás eram largas e recebiam um grande impacto com o vento a bater-lhes de frente. Com a turbina em funcionamento não dava para ver se as molas estavam a atuar ou não, mas eu, ingenuamente, pensava que iriam funcionar quando houvesse vento muito forte.


Uma bela manhã, depois de uma noite de muito vento, cheguei à minha chácara e deparei com um espetáculo confrangedor. O vento tempestuoso tinha feito vergar o eixo vertical da turbina e duas pás estavam quebradas. As pás quebraram porque embateram nas engrenagens da turbina devido à torção no eixo vertical.

Não voltei mais em investir neste sistema, mas de qualquer modo esta turbina já tinha um sistema manual para colocar as pás de lado para o vento, que se trata simplesmente de fazer rodar em 90 graus o orientador de vento.

Todas as minhas turbinas eólicas têm esse sistema de mudar o orientador de vento de posição, mas em uma de que falei recentemente no blog, o orientador ainda era fixo, só lhe tendo colocado um orientador regulável há poucos dias atrás.

Utilizei uma peça metálica em esquadro, que fixei ao tubo vertical usando uma abraçadeira que eu próprio elaborei a partir de peças de sucatas de modo a que o esquadro fique bem seguro ao tubo vertical.


O braço do orientador é fixado ao esquadro através de dois parafusos, sendo que um desses parafusos permite que o orientador gire lateralmente até pousar na parte oposta do esquadro. O outro parafuso é apertado com uma porca de borboleta de modo a poder ser apertado e desapertado à mão.

Aproveitei esta modificação no orientador para fazer facilitar o ligamento e desligamento do gerador, retirando ou colocando a correia. Agora o gerador quando não está em funcionamento fica encostado ao esquadro, de modo que a operação é muito fácil de realizar.

O sistema de escovas, por onde passa a corrente para iluminação das pás, também foi melhorado, com a colocação de uma mola, podendo assim levantar as escovas quando o gerador não está a funcionar.

O orientador de vento assume especial importância na minha turbina de bombagem de água, porque essa turbina é para funcionar só no verão quando é preciso fazer regas.

Durante o outono e inverno a minha chácara costuma ser assolada por ventos muito fortes, mas para os meus engenhos de elevação de água pelo vento, esse facto não é muito favorável, porque nessa altura do ano não é preciso fazer regas e, portanto, esses engenhos não precisam de estar em funcionamento. Aliás, com os ventos fortíssimos de outono e inverno, se os meus sistemas, que são engenhocas com alguma fragilidade, se estivessem a funcionar não iriam aguentar muito tempo, sendo, por isso, necessários desligá-los quando ocorrem estas tempestades mais violentas.

Como o local onde as turbinas estão instaladas é bastante acessível, poderia simplesmente, quando começam as primeiras chuvas, retirar as pás ou mesmo a turbinas completas com facilidade, colocá-las em local seguro e voltar a montá-las na primavera, mas não quero fazer isso porque acho que a minha chácara iria ficar um pouco “despida” sem as turbinas, mas também e sobretudo, porque gosto que elas estejam em funcionamento também no inverno, quando há menos vento, como é evidente.


Assim, quando existe a previsão da aproximação de uma tempestade mais forte, subo à torre e coloco o orientador em posição lateral. Desse modo a turbina não gira ou gira muito pouco e o impacto do vento sobre as pás é muito menor. É uma maneira fácil e eficiente de “desligar” as turbinas, mas é uma ação que tem de ser realizada antes das tempestades chegarem, porque depois pode ser perigoso fazer isso devido à rotação elevada que atingem.


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