Eu tinha esta bonita turbina de 16 pás arrumada a um canto
da minha chácara, porque ela tinha sido preparada para funcionar no meu cata
vento de engrenagens. Quando fiz a modificação do sistema de engrenagens
retirei esta turbina da torre. Ela esteve a funcionar pouco tempo e por isso
está como nova.
Esta turbina ficou muito bem feita e é resistente. O cubo
central, que é bem pequeno, alberga os 16 braços que suportam as pás e o furo
para o eixo é de 13 mm. A ligação dos braços dentro do cubo foi feita com
argamassa de cimento e a cerca de 20 cm do centro, no sítio onde começam as pás
coloquei um aro metálico a ligar todas as pás. As pontas das pás foram todas
ligadas entre si por barras de ferro roscado de 4 mm. O único ponto menos bom é
o facto de as pás terem sido feitas com chapa de bidons que não é material anticorrosivo,
mas isso não interfere em nada na robustez da turbina, que posso considerar indestrutível.
Quando construí a minha bomba eólica fixa, aquela bomba de que já falei no blog e que considero uma superbomba devido à quantidade de água
que eleva com ventos fracos, não me lembrei de que tinha esta turbina sem uso,
tendo na altura feito uma nova turbina de três pás…
Decidi colocar esta turbina nessa bomba de direção
fixa, porque, com as suas dezasseis pás, iria com toda a certeza aumentar ainda mais
o rendimento da bomba e, melhor que tudo, poderia elevar água com ventos ainda mais
fracos. (o que se veio a confirmar).
Depois de pensar um pouco sobre como é que deveria fazer a
alteração, esse trabalho não demorou mais de três horas a realizar.
Coloquei uma outra roda de bicicleta, para servir de roldana
de transmissão à corda da bomba, isso não era absolutamente necessário, mas
rodas velhas de bicicleta é material que abunda no meu armazém de sucatas e não
há problema por aí. Para alargar a base onde gira a corda coloquei um pedaço de
meio tubo flexível em volta do aro.
Também tive que colocar um eixo de menor diâmetro por causa
do furo do cubo e fazer um enchimento com tubos de plástico no eixo, no local
onde ele entra no bloco de rolamentos
Coloquei a turbina na torre já com o bloco de rolamentos
incorporado, porque o bloco de rolamentos que era do tambor de uma máquina de
lavar roupa está agarrado, com parafusos e uma abraçadeira, a um pedaço de tubo
um pouco mais largo que o tubo da torre. Esse pedaço de tubo entra no tubo da
torre e fica encaixado na posição certa, graças a um encaixe que tem e também é
seguro com um parafuso lateral para que a turbina se mantenha naquela posição.
A roda de bicicleta foi colocada no eixo e aparafusada, tendo o cuidado de deixar bem centrada com a roda submersa para que a corda não salte para
fora de nenhuma das roldanas.
A turbina já está a funcionar e, como poderão ver no vídeo que está no final do post, a bomba puxa a água com ventos muito fracos. Quando fiz as filmagens consultei previamente o Instituto de Meteorologia para saber qual era a
velocidade do vento para esse dia e hora e a velocidade de vento prevista era
de 5 a 10/Km por hora.
Mesmo com vento fraco e rotações baixas a bomba eleva uma
quantidade apreciável de água e isso só é possível, usando uma bomba deste tipo
(bomba de corda, ou bomba rosário), graças a um pormenor de que falarei mais à
frente.
A turbina está voltada para noroeste, porque é deste ponto,
que os ventos sopram predominantemente durante os meses de primavera e verão,
ou seja sensivelmente de Abril a Setembro, com algumas variações como será
óbvio, mas atendendo a esta direção predominante do vento nos meses em que é mais
necessário elevar a água para fazer regas, não se justifica outro tipo de bomba
de construção mais complicada.
O segredo para que uma bomba deste tipo puxe água com ventos
fracos está, como já falei em outros posts e vídeos do meu canal, no diâmetro
da roldana submersa. Quanto maior for esse diâmetro mais leve fica a bombagem
da água, mas também não se pode exagerar… creio que o diâmetro desta roda (roda
26) está bem, mas, atenção que o diâmetro da roda da transmissão deverá ser
igual ao da roda submersa, porque se for mais pequeno a corda roda a pouca
velocidade e se for maior gira com mais velocidade mas o giro fica mais pesado.
Vamos exemplificar, vendo como funciona a transmissão de uma bicicleta…
Esta bicicleta tem três rodas pedaleiras, mas vamos imaginar
que apenas tem uma. Quando a corrente que neste caso, em sentido figurado, é a
corda da bomba, está no carreto mais pequeno o giro da engrenagem é mais pesado
e a roda da bicicleta gira a grande velocidade.
Se mudarmos a corrente para o carreto maior o giro fica mais
leve e, o que é muito importante, é
que a corrente mantém a velocidade, apesar da roda da bicicleta girar a menor
velocidade.
Como todos sabem, quando vamos a pedalar numa subida
colocamos a corrente em um dos carretos maiores para que a pedalada fique mais
leve. Ou fazemos isso ou temos que levar a bicicleta à mão. Vamos imaginar a
subida da água pelo tubo como sendo uma subida da bicicleta na estrada. Ou
metemos a corda num “carreto maior, ou temos que puxar a água à mão…
Fiz um vídeo mostrando tudo com mais detalhes. Clique para assistir!
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