Modificação de um alternador com ímanes permanentes

Tenho ouvido falar tanto de alternadores de automóvel, transformados em geradores de ímanes permanentes para funcionarem em turbinas eólicas, que me senti quase na “obrigação” de modificar também um alternador.

Perdi algumas imagens que fiz do início dos trabalhos da modificação deste alternador, que era de um Renault dos anos 80, mas eu comecei o trabalho desmontando, claro, o aparelho e depois cortando as peças do rotor, junto às paredes verticais, onde está o traço branco.

Estas peças, que funcionavam como ímanes quando chegava energia vinda da bateria até à bobina que está por debaixo, não tinham espessura suficiente para as desgastar ou furar e aí aplicar ímanes que fossem fortes o suficiente para que o sistema viesse a funcionar em boas condições.
Depois de constatar esses pormenores, decidi cortar as peças e retirar a bobina, enchendo a parte que estava preenchida com a bobina e as peças metálicas com argamassa de cimento. Acham estranho? Pois olhem que eu não, pois já estou habituado a utilizar cimento em obras inimagináveis e que até podem parecer, à partida, um pouco loucas, ou até estúpidas, dependendo de quem faz a avaliação…

Bem... antes de continuar, devo dizer desde já, que este trabalho ficou ótimo, o alternador foi transformado em gerador de corrente contínua, produz energia capaz de carregar rapidamente uma bateria de automóvel, desde que seja rodado com rotações suficientes para isso e com a garantia absoluta de que os ímanes nunca se irão soltar ou deslocar.
Depois de ter enchido a concavidade do rotor com argamassa de areia e cimento em partes iguais, que introduzi através dos orifícios laterais depois de ter tapado toda a restante concavidade do rotor, esperei pelo dia seguinte e, antes que a argamassa ficasse muito dura abri oito concavidades retangulares onde iria mais tarde, quando a massa estivesse completamente seca, colar barras de ímanes de neodímio.

Entretanto, os planos que tinha para aplicar ímanes retangulares foram alterados, porque ainda tinha em armazém ímanes de disco em número suficiente e decidi que os podia utilizar poupando dinheiro, sem que o projeto perdesse qualidade. Decidi colocar dois imanes colados entre si e aplicá-los, tendo feito furos com broca de diamante para que coubessem dois ímanes.
Colei os ímanes nos furos abertos na argamassa na posição correta, ou seja respeitando as posições norte/sul e, depois da cola estar seca, respaldei o rotor com mais argamassa de tal modo que os ímanes para além de já terem sido colados ficaram chumbados no cimento de tal modo que deve ser completamente impossível que se movam dali.

Depois, esperei mais um dia para que tudo estivesse seco e procedi à montagem do gerador. De notar que, para além das modificações já mostradas, apenas é preciso retirar a peça que contém as escovas, não é necessário mexer em mais nada, bastando ligar dois fios aos parafusos já existentes no alternador e a energia sai por aí em fluxo contínuo. O parafuso mais grosso é o positivo e o mais fino o negativo.
Se, por acaso alguém quiser seguir esta ideia original e meio louca, convém que, a seguir à colocação do cimento no rotor, deixe a peça a secar à sombra e, se estiver calor, deve ir molhando ou de preferência envolver a peça em um pano molhado para que o cimento seque lentamente, sem abrir brechas.
Uma coisa para mim é certa: este é capaz de ser um dos melhores e mais seguros métodos de modificar um alternador. Ele ficou bom e a produzir muita energia, como se pode ver na imagem em que testei o aparelho ligado a um multiplicador de rotações a pedal e em que acendeu quatro lâmpadas de automóvel em simultâneo, mas se serve para gerador eólico, ou não, isso agora já é outra história que contarei mais tarde depois de o ter testado numa turbina eólica.

Quem quiser ver mais pormenorizadamente a forma como fiz o trabalho, pode assistir o vídeo.

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