As
duas pontes rodoviárias da Portela do Mondego, na estrada nacional 17,
encontram-se em obras. Por esse motivo o trânsito na zona processa-se com
alguma dificuldade, sobretudo nas horas de maior tráfego. A estrada nacional 17, ou estrada da Beira como também é conhecida, é uma via muito antiga que tem
mantido ou até aumentado a sua importância no contexto regional onde está
inserida. Não existem grandes alternativas para a entrada em Coimbra dos
automobilistas que, dos concelhos de Miranda do Corvo, Lousã, Poiares, Góis e
muitos, muitos outros se dirigem diariamente para a sua cidade.
Fui
à procura de informações sobre a finalidade destas obras e, curiosamente,
apenas encontrei a seguinte notícia a esse respeito:
Coimbra,
18 abr (Lusa) – O presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares, Jaime Soares,
criticou hoje os transtornos causados ao trânsito por obras na ponte da
Portela, em Coimbra, ameaçando participar na remoção dos obstáculos com meios
da sua autarquia.
"Se
as populações quiserem, o presidente da Câmara de Poiares arrancará com
máquinas e retirará da via tudo o que a está a estrangular", disse hoje
Jaime Soares à agência Lusa.
Iniciadas
esta semana, as obras de alargamento da ponte, que na década passada substituiu
a antiga travessia do rio Mondego, no mesmo local, têm causado longas filas de
viaturas na estrada nacional 17 (EN17 ou estrada da Beira).
Esta
noticia e o aparente nervosismo do autarca apenas vêm confirmar a importância
desta estrada, uma vez que os habitantes de Poiares e dos imensos concelhos que
serve, se vêm todos os dias em dificuldades para chegar a horas aos seus
empregos, a consultas médicas, etc., não tendo outro remédio que não seja
aguentar na imensa fila de tráfego.
Quanto
às obras, elas têm a finalidade de alargamento para quatro faixas de rodagem, na ponte nova,
obra que foi inaugurada em Junho de 2004 e que, na altura, causou alguma
polémica pelo facto de conter apenas três vias de tráfego, mas não podia ser
mais larga porque não havia verbas. Não deixa de ser estranho que, na época,
quando as vacas ainda andavam gordas, não houvesse dinheiro e ele agora tenha
aparecido quando o país (segundo dizem alguns políticos) não tem dinheiro nem
para fazer cantar um cego.
A velhinha ponte vai de novo prestar serviço, após um abandono de vários anos. |
Quanto
à outra ponte (a antiga em metal), está sofrer uma intervenção para servir o
trânsito de peões. Esta ponte, há uns anos atrás foi alvo de obras de
recuperação, pressionadas pela queda da malograda ponte Hintze Ribeiro, no rio Douro,
que ruiu no dia 4 de Março de 2001, quando sobre ela passava um autocarro
de passageiros que se despenhou nas águas provocando a morte de várias dezenas
de pessoas. A velhinha ponte da Portela, que foi construída
em 1873, tem algumas semelhanças com a ponte Hintze Ribeiro e isso fez aumentar
a desconfiança sobre as suas condições de segurança. Esta ponte, cujos pilares
se diz terem sido assentes em estacaria de pinho verde foi alvo de obras
de reabilitação em 2001 e início de 2002. Entretanto, com a entrada em
funcionamento da nova ponte, em 2004, ficou em desuso e, agora,
previsivelmente, vai servir para a travessia pedonal, uma vez que a nova ponte,
por motivo do alargamento irá, possivelmente, ficar sem passeios para peões.
Esta
intervenção nas pontes e muitos outros trabalhos que irão surgir na zona são
impulsionados por essa gigantesca obra que é autoestrada 13. Essa via que vai
chegar à Portela é uma das maiores, senão mesmo a maior obra da região deste
novo século, no que diz respeito à construção de estradas. Vinda de Tomar
atravessa rios, montes e vales, numa orografia complexa que obriga à construção
de muitas dezenas de pontes de grande dimensão.
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