A
caraterística mais original do meu sistema solar caseiro é o facto dos
depósitos, onde é armazenada a água quente, terem sido adaptados de duas arcas
frigoríficas, cujo interior foi revestido com mosaicos cerâmicos, aquelas peças
que são normalmente utilizadas para revestir paredes ou pavimentos. Já falei no
blogue em “sistema solar térmico artesanal” e “sistema solar caseiro” das
dificuldades encontradas para fazer o isolamento das arcas, de modo a impedir
que vertessem e do recurso que utilizei servindo-me de peças cerâmicas que
tinha guardadas, provenientes de sobras das obras de casa. Mas a verdade é que
ainda não tinha apresentado nenhuma imagem do interior desses depósitos e este
post tem essa finalidade principal.
Apesar
da sua rusticidade arcaica este sistema tem funcionado muito bem, essencialmente
durante os meses de Março a Outubro, em que praticamente não é necessário
recorrer a outras formas de aquecimento de água. Tem também a vantagem de se
poder limpar convenientemente o interior dos depósitos, o que é uma tarefa
impossível nos depósitos convencionais.
Foi
isso que fiz, há cerca de dois meses atrás, quando coloquei novamente o sistema
em funcionamento, depois deste ter estado desativado durante o inverno para
evitar que a congelação da água provocasse o rebentamento das tubagens dos
painéis, tendo então tirado algumas fotografias.
O
interior das arcas frigoríficas é revestido com uma fina folha de alumínio, mas
esse material mesmo que impedisse fugas de água, não iria resistir è corrosão
provocada pelo calcário e depressa seria destruído. Não consegui impermeabilizar
o depósito e foi em desespero de causa que recorri ao material cerâmico, mas,
por acaso, até foi uma boa opção, pois já lá vão seis anos e tem-se mantido sem que existissem novas fugas de
água.
Para
a colagem dos mosaicos às paredes de alumínio das arcas, a lógica pedia que
fosse utilizada algum tipo de cola especial, mas eu não estive com grandes
cerimónias e simplesmente apliquei os mosaicos “à pedreiro”, tal como estava
habituado a fazer, utilizando simplesmente cimento-cola, o produto que
normalmente é utilizado na colagem dos mosaicos ao chão ou paredes de cimento,
tendo vedado as juntas com silicone do tipo que é utilizado na construção de
aquários.
Os
tempos de crise profunda que atravessamos não permitem grandes investimentos e
o meu sistema solar original e rudimentar quanto baste, lá se vai mantendo e
cumprindo a sua missão de ano para ano, superando as minhas próprias
expetativas e previsão de durabilidade.
Muitíssimo interessante meu caro amigo! Verdade que esses sistemas são caros e, muitas vezes fica difícil adquirir. Eu ainda não tenho nada igual, a sorte é que aqui onde moro, principalmente no verão, tomamos banho de água fria, o que ajuda porque o calor é intenso. Esse último verão praticamente inteiro não usamos energia elétrica para a água, não foi preciso. Porém, gostaria de ter algo assim para algumas ocasiões com tempo mais frio, ajudaria muito. Voce é muito habilidoso amigo José Alexandre, parabéns!
ResponderEliminarOlá, Cintia!
EliminarImagino que por aí os sistemas solares térmicos não sejam muito usuais, mas possivelmente estarão a utilizar painéis solares fotovoltaicos para produzir energia em grande escala, tal como também está a acontecer em Portugal, o pior é que, como diz em relação aos sistemas de água, tanto uns como outros são caros. Também imagino que não deve interessar muito aos governos que as pessoas produzam a sua própria energia, porque há que defender os interesses das grandes companhias de eletricidade...