As
torres das minhas bombas de corda, ou sejam as colunas mais altas onde giram as
roldanas principais, são troncos de eucalipto que foram colocados no local
ainda em verde. Acontece que o eucalipto torce muito durante a secagem e foi por isso assim que um belo dia, durante este inverno, fui tentar acionar as bombas para
encher o depósito e qual não foi o meu espanto quando constatei que nenhuma
delas rodava. Achei estranho uma vez que na sua última utilização, há uns meses
atrás, elas estavam a funcionar perfeitamente.
Não
demorei muito a verificar qual era o problema: os paus de eucalipto tinham
torcido de tal modo que as roldanas estavam atravessadas, tinham dado quase
meia volta e isso impedia o seu funcionamento. Depois de meditar um pouco sobre
a melhor maneira de resolver o problema, decidi, na bomba eólica, cortar
cerca de 10 cm
ao eucalipto e enfiar no topo do mesmo um pedaço de tubo de PVC, de diâmetro
ligeiramente superior ao do pau. Em 10 cm desse tubo que tem cerca de 30 cm de comprimento,
coloquei cimento, deixando já chumbado o eixo onde iria trabalhar a roldana.
Essa
alteração permite que a roldana, em caso de necessidade, por exemplo se o pau
voltar a torcer, seja acomodada para estar sempre alinhada com a outras
roldanas do sistema, uma vez que o pedaço de tubo pode girar em torno da torre.
Quanto
à bomba que é acionada pela bicicleta, decidi proceder do mesmo modo, mas
aproveitando para fazer uma alteração importante de modo a corrigir um erro
cometido inicialmente, que passo a descrever:
As
bombas de corda devem ter o tubo onde circula a corda, a partir do tubo de
escoamento, um grande aumento de diâmetro no tubo, tubo esse que deverá, após o
T de escoamento, ter pelo menos meio metro de comprimento. A razão disso é para
evitar o mais possível os salpicos e consequente perda de água, pois a corda
quando está a girar a uma velocidade um pouco maior arrasta alguma água que não
cai logo para o tubo de escoamento. Se o tubo situado acima do escoamento for
do mesmo diâmetro ou de diâmetro pouco superior, muita água vai sair pelo cimo
desse tubo. Assim, quanto mais largo e mais comprido for esse tubo, menos
probabilidade existe de arrasto de água para a parte superior do sistema.
Acontece
que eu tinha cometido o erro de deixar a torre pouco alta em relação ao nível
de saída da água e, por isso também, o tubo da parte superior era curto, com a
agravante de ser pouco mais largo do que o tubo que traz a água para cima. Foi
por isso que logo de início andei a tentar remediar o caso aplicando na torre
um recipiente de metal para aparar os salpicos e também a água que saía pela
parte mais alta do tubo. Essa solução remediou, mas nunca satisfez porque a
corda, mesmo assim, salpicava muita água.
Foi
por isso que agora aproveitei para, de uma assentada, resolver dois defeitos da
bomba: o problema do pau torcido de que já falei e também o dos salpicos.
Para
isso, procedi do modo que já descrevi em relação à bomba eólica, mas aplicando
um tubo com cerca de um metro no cimo da torre. Ao mesmo tempo coloquei também
um tubo mais largo e mais comprido a partir do T de escoamento, o que veio
fazer com que os salpicos diminuíssem muito, embora não acabassem de todo,
porque a corda molhada traz sempre alguma água e, tratando-se de uma corda de
algodão, como é mais absorvente não é possível acabar de todo com os salpicos,
mas a situação melhorou bastante.
Não
fiquei por aqui e como estou muito satisfeito com o rendimento desta bomba,
resolvi colocar mais um depósito de 1.000 litros , elevado,
de modo a melhorar o meu sistema de rega ecológico e muito peculiar.
Fiz
o suporte para este depósito num local mais recôndito da chácara, para não
ficar a poluir visualmente o ambiente, tendo utilizado para os pilares tubos de
esgoto de pvc que foram cheios com ferro e cimento, em cima dos quais coloquei
um tabuleiro feito com madeira velha no qual fiz previamente quatro furos para
os tubos de pvc. Deste modo o trabalho foi realizado com mais facilidade, pois
como em praticamente todos os meus trabalhos não tinha ninguém para me ajudar.
Coloquei
também o depósito em cima do suporte sem qualquer ajuda, recorrendo a uma
escada de madeira na qual coloquei o depósito deitado de lado tendo depois
empurrado aos poucos o recipiente para cima. Quando já estava perto do cimo foi
só levantá-lo para cima do suporte. Poderia ter pedido ajuda para fazer esta
trabalho mais pesado e difícil, mas gosto de me desenrascar sozinho e de testar
as minhas capacidades em condições mais difíceis.
Após
a conclusão destes trabalhos e já depois de ter feito uma nova turbina para a
bomba eólica, da qual falei no post anterior, resolvi, nada mais nada menos, do
que construir outra turbina porque, depois das experiências que fiz admiti que
esta roda não estaria apta para funcionar com ventos mais ligeiros, devido a
ter só oito pás e também porque, para ser sincero, não gostava muito da sua
aparência visual, apesar de saber que tinha sido construída com segurança.
O
método da construção desta nova turbina foi basicamente o mesmo da anterior,
tendo utilizado materiais reaproveitados, mas fazendo desta vez 16 pás que
recortei de um bidão metálico. A intenção é conseguir que a bomba funcione no
verão quando os ventos são mais moderados.
Esta
turbina tem 16 hastes metálicas tubulares, muito leves, que foram embutidas no
bloco do eixo. Este bloco do eixo é composto de um recipiente de alumínio onde
abri o orifício central e também orifícios para as pontas das hastes metálicas.
O recipiente levou dentro um tubo onde irá entrar, à justa, o eixo e foi
enchido com argamassa de cimento. As hastes, colocadas em meia esquadria,
passam também por um aro metálico para travação e maior segurança e depois
deste aro foram fixadas as pás às hastes.
A nova turbina já na fase final da construção. |
As
pás têm cerca de 15 cm
na parte mais larga e no topo estão ligadas umas às outras com arame de 4 mm que foi aparafusado às
pás. A roda de bicicleta com as engrenagens foi fixada às hastes com 16
parafusos (um em cada haste). Assim a roda ajuda a ligar também todas as hastes
entre si, ficando tudo muito seguro, estando convicto que poderá aguentar com
tempestades fortes desde que o orientador esteja a colocar a turbina na posição
de bandeira, porque já verifiquei que não é possível utilizar o sistema com
ventos demasiado fortes, porque isso iria sempre causar prejuízos no sistema.
Como
já disse no post anterior, o local onde está instalada a bomba eólica não é
muito propício para o aproveitamento deste tipo de energia, porque os ventos
ali são muito inconstantes: ou sopra muito fraco ou sopra com rajadas furiosas,
sendo poucos os períodos em que há vento de feição para a máquina, mas de
qualquer modo, mesmo sem vento o sistema de rega continuará sempre a funcionar
ecologicamente, com a utilização da bomba a pedal que, esta sim, funciona na
perfeição e com óptimo rendimento.
Atualização:
Entretanto, coloquei também na bomba um tubo mais largo para aumentar a capacidade de elevação de água e melhorei o sistema de transmissão através da bicicleta: Depois disso, fiz um teste de rendimento da bomba e consegui ultrapassar um pouco os 100 litros por minuto de água elevada pela bomba. Foi uma importante melhoria., pois a bomba agora eleva mais do dobro da água do que anteriormente. Fiz um vídeo onde explico as alterações introduzidas e faço o teste de rendimento.
Entretanto, coloquei também na bomba um tubo mais largo para aumentar a capacidade de elevação de água e melhorei o sistema de transmissão através da bicicleta: Depois disso, fiz um teste de rendimento da bomba e consegui ultrapassar um pouco os 100 litros por minuto de água elevada pela bomba. Foi uma importante melhoria., pois a bomba agora eleva mais do dobro da água do que anteriormente. Fiz um vídeo onde explico as alterações introduzidas e faço o teste de rendimento.
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