COMO TER SEMPRE FEIJÃO VERDE FRESCO

O título deste post é um pouco exagerado, porque não é possível, em todas as regiões do globo, ter sempre feijão verde fresco, mas, pelo menos em Portugal, acho que é possível ter esse legume à disposição na horta durante grande parte do ano sem recorrer a estufas. A excepção é o inverno e algumas semanas do início da primavera e de final do Outono.

Como sempre, no corrente ano fiz a sementeira anual de feijão em Abril. Esta sementeira é a maior do ano, pois para além do feijão verde, destina-se à produção de feijão seco que irá abastecer a despensa durante um ano, ou pelo menos é essa a intenção. Depois, até ao final do verão, com intervalo de cerca de mês, mês e meio, faço pequenas sementeiras de canteiros de feijão, que se destinam apenas à produção de feijão para consumir em verde, ou em louro para fazer sopa.
É muito fácil ter feijão verde durante todo o verão e outono semeando pequenos canteiros, a intervalo temporais regulares, mas as sementeiras em pleno verão, quando as temperaturas rondam os 40 graus, exigem alguns cuidados, para que os feijões germinem quando os solos estão completamente secos.

Vou explicar como normalmente procedo, mas isso não quer dizer que essas explicações devam ser seguidas. Elas destinam-se simplesmente a mostrar como faço para que, eventualmente, ajudar alguém que não tenha conhecimentos de agricultura. Não quero ensinar agricultura a ninguém, (quem sou eu para o fazer? …) no entanto esta forma que utilizo de semear feijões no verão tem-se revelado um sucesso e, por isso, aqui vai…

Normalmente semeio os canteiros de feijões no local de onde extraí as batatas, devido à facilidade de preparar a terra que foi cavada à pouco tempo. Depois de ter revolvido a terra e retirado as ervas daninhas faço regos pouco fundos espaçados cerca de 30 a 40 cm e aí coloco os feijões distanciados cerca de 10 cm. Utilizo feijões da sementeira do ano anterior que foram previamente colocados de molho em chorume de urtigas durante um dia ou algumas horas. Depois molho  bem o rego onde foram colocados os feijões, também com chorume de urtigas, após o que cubro as sementes com cerca de quatro ou cinco cm de terra, evitando que torrões ou pedras caiam em cima dos feijões.

De seguida cubro todo o canteiro com feno, para que o sol ardente de verão não seque a terra rapidamente. Depois, todos os dias, ou dia sim, dia não, de acordo com o calor que faz, rego o canteiro em modo de chuveiro, por cima do feno.

Passados cinco ou seis dias os feijões já terão germinado e nessa altura retiro o feno do canteiro. De notar que o feno só deverá lá estar até os feijoeiros começarem a irromper do solo, pois como é evidente as plantas necessitam do sol para crescerem devidamente.

Depois vou regando diariamente ou de dois em dois dias e, alguns dias após a retirada do feno, terão de ser colocadas as empas ou estacas no canteiro pois os feijoeiros com o calor cressem rapidamente.

Para as estacas utilizo canas, varas de acácia ou qualquer outro tipo de material. Qualquer coisa serve e não me interessa estar com grandes preciosismos na estacagem dos canteiros. Após uma rega abundante espeto as estacas que foram previamente aguçadas e depois, nas regas seguintes, haverá sempre uma ou outra estaca que tombará mas resolvo isso enterrando um pouco mais a estacas que tombarem.


Depois deste trabalho é só esperar três ou quatro semanas e começar a colher o feijão verde…



Atualização em 31/10/2016:

O canteiro de feijões a que se refere a foto e o vídeo deste post, está nesta altura a começar a dar as primeiras vagens. Como foi uma sementeira muito tardia, já em pleno mês de Setembro, demorou um pouco mais a produzir e mesmo assim as plantas só vingaram porque o tempo tem estado anormalmente quente para esta época do ano, pois já estamos quase a meio do outono. 



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