A minha resposta é: sim e não. Sim porque é possível construir um gerador destes em miniatura,
mas não para produzir energia
suficiente para alimentar sequer uma lâmpada das nossas casas. É possível
construir um aerogerador para acender algumas luzes de led e até fazer uma
máquina decorativa para refletir luz a alegrar a nossa vista, mas para acabar
ou só diminuir um pouco a nossa conta da luz, não.
Um gerador como ests pode atingir 100 metros de altura ou
mais e as suas pás cerca de 80 metros e estão instalados no cimo de montanhas
ou junto ao mar onde o vento é constante. Então como é que iremos tirar
rendimento dum pequeno gerador instalado a cinco ou seis metros do solo e com
pás de 50 cm ou mesmo de um metro ou dois, junto das nossas casas onde só há
vento de vez em quando?...
De resto a evolução dos geradores eólicos ao longo do tempo
mostra que estes sempre foram crescendo em tamanho e nunca constou que tivessem
descoberto uma forma de produzir energia compactando uma turbina. Isto torna-se
fácil de entender porque é necessário que exista um certa área que receba o
impacto do vento, área que quanto maior for mais eficiente será, por mais
perfeitas que sejam as pás.
Nós agora vemos estas turbinas eólicas a girar em quase
todos os locais elevados. São muito grandes e geram muita energia, mas até
chegarmos a máquinas com esta perfeição houve um longo caminho percorrido e, como já disse, a sua evolução foi
sempre acompanhada do seu crescimento em tamanho. Vejamos então…
O primeiro gerador de eletricidade foi construído em 1887
por James Blyth, um professor e engenheiro escocês. Blyth foi um pioneiro no
campo da geração de eletricidade através da força dos ventos e a sua turbina
eólica que foi usada para iluminar sua casa de férias em Marykirk , foi a
primeira estrutura do mundo conhecida pela qual a eletricidade era gerada a
partir da energia eólica.
Blyth construiu esta turbina eólica de pano ou "moinho
de vento" no jardim da sua casa de campo em Marykirk e usou a eletricidade
produzida para carregar os acumuladores; a eletricidade armazenada era usada
para acender as luzes da sua habitação, que assim se tornou a primeira casa do
mundo a ser alimentada por eletricidade gerada pelo vento. Blyth descreveu a
sua turbina eólica como sendo “de tripé, com um defletor de 10 metros, quatro
braços de 4 metros com velas de lona e um dínamo Burgin acionado a partir do
volante, usando uma corda ". A turbina produzia energia suficiente para
acender dez lâmpadas de 25 volts com uma "brisa moderada" e poderia
até mesmo ser usada para alimentar um pequeno torno.
Como curiosidade, podemos avaliar o tamanho desta máquina,
olhando para a senhora que está junto à cabine.
Nos anos seguintes Blyth trabalhou na construção de uma nova
turbina, tendo ensaiado vários projetos diferentes. Os seus trabalhos levaram à
construção desta turbina que foi usada para fornecer energia de emergência para
o Asilo Lunático, Enfermaria e Dispensário de Montrose. Este sistema operou com
sucesso durante 30 anos.
No ano de 1888, portanto apenas um ano depois do primeiro
gerador de Blyth, o americano Charles F. Brush construiu uma gigantesca turbina
com mais de 18 metros de altura que forneceu 12kW de potência para 350 lâmpadas
incandescentes, 2 lâmpadas de arco voltaico e uma série de motores em sua casa
durante 20 anos. O seu rotor tinha 17 metros de diâmetro. A grande forma
retangular à esquerda do rotor é o orientador usado para colocar as pás de
frente para o vento. O dínamo girava 50 vezes por cada revolução das pás e
carregava uma dúzia de baterias, cada uma com 34 células. Para poder obter
uma visão da grandeza desta turbina, observe o jardineiro empurrando a máquina
de cortar relva por baixo e para a direita da turbina. Parece uma formiga ao pé
dum arranha-céus.
A turbina eólica Smith-Putnam foi
a maior turbina eólica construída até ao ano de 1979. Em 1941 foi
conectada ao sistema de distribuição elétrica local no Grandpa's Knob em Castleton,
Vermont nos EUA. Foi projetada por Palmer Cosslett Putnam e
fabricada pela S. Morgan Smith
Company. A turbina de 1,25 MW operou 1100 horas antes de uma lâmina falhar
em um ponto fraco conhecido, que não havia sido reforçado devido à escassez de
material durante a guerra. . Operava um gerador síncrono de 1250
kW, 600 RPM, fabricado pela General Electric , produzindo 2.400
V a 60 ciclos.
A turbina foi montada no cimo de uma torre metálica com 36
metros de altura. Cada lâmina tinha aproximadamente 20 metros de comprimento
por 2,4 metros de largura e pesava 8 toneladas.
Como disse no início do texto as turbinas eólicas atuais
estão montadas em torres de 100 metros ou mais e as suas pás têm cerca de 80
metros. Basta olharmos para as fundações destas máquinas para aferirmos da sua
grandeza e percebermos que não é possível produzir energia com uma turbina com
pás de 1 metro colocadas em cima de um telhado a não ser, talvez, em presença
de ventos muito fortes, mas esses ventos fortes, provavelmente em vez de
produzirem energia destruiriam antes a nossa máquina.