Os
concelhos de Penela, Miranda do Corvo e Condeixa são percorridos por rios
conhecidos por mais do que um nome. O facto de se tratar de três concelhos
vizinhos, onde em qualquer deles passa um rio que tem dois ou mais nomes (no
caso de Penela são três rios), parece indicar que existirão muitos outros nas
mesmas condições por esse país fora. Não deixa de ser curioso que os mesmos
cursos de água, que são rios ou ribeiras com apenas algumas dezenas de
quilómetros, sejam conhecidos por dois nomes diferentes. Intrigado fui à
procura de explicações para esta situação…
Projetos e engenhos caseiros sustentáveis - construção civil - agricultura - histórias de vida.
Turismo nas margens do Rio Dueça
Foi
recentemente inaugurado um moderno hotel de quatro estrelas no concelho de
Penela. Este hotel, de que já falei no blog em “Penela – destino turístico”,
situa-se na Ponte do Espinhal, muito perto da nova rotunda de acesso à A 13 e a
cerca de 100 metros
do IC3. Está encostado ao rio Dueça e foi construído a partir da recuperação de
um antigo edifício onde outrora funcionou uma fábrica de papel. Este hotel a
que foi dado o nome de “HD Duecitânia Design Hotel”, dispõe de 42 quartos,
restaurante, bar e SPA, apresentando-se como a primeira unidade hoteleira de
Penela, vindo por isso preencher uma lacuna existente num concelho onde há
grandes potencialidades turísticas, assentes nas belas paisagens, no sossego
das serranias, na boa gastronomia e sobretudo nos muitos vestígios da civilização
romana, em que o hotel foi inspirado.
Construir um catavento para bombagem de água
Os
moinhos para bombear água movidos a energia eólica que normalmente se
encontram nas zonas agrícolas e também em meio urbano, são construídos
industrialmente. Quase sempre a turbina é montada numa torre de ferro bastante
resistente com uma base bem larga, pois é necessário que ela resista não só à
força do vento quando ele sopra a níveis considerados dentro dos parâmetros
normais, mas também a possíveis alterações climatéricas que podem ocasionar
tempestades com ventos anormalmente fortes.
No
entanto, é possível construir de forma artesanal dispositivos para elevar água
com a força do vento utilizando materiais encontrados em sucatas, numa perspectiva
de economia e fazendo o trabalho pelas próprias mãos, se a exigência de
resultados não for demasiada.
No
livro “Vida - Um guia de autossuficiência” encontrei um artigo que mostra a
forma de construir um catavento hidráulico, usando apenas materiais que podem
ser adquiridos em sucatas. Segundo o que diz o livro, esse catavento pode ser
construído por qualquer pessoa desde que esta possua algumas noções elementares
de mecânica, sendo necessário dispor somente de canos velhos, uma viga ou tora
de madeira usada, dois tambores de 200 litros , um pistão de bomba de água caseira,
uma válvula de retenção, um diferencial e uma roda de automóvel.
CONSTRUÇÃO
DA BOMBA HIDRÁULICA
1
– Para construir a bomba o primeiro passo é cortar os dois tambores ao meio, no
sentido vertical. Depois disso, colocam-se as partes dos tambores em hastes
feitas com tubo de ¾ de polegada, com mais ou menos três metros de comprimento.
As quatro hastes são fixadas numa roda de carro. Para prender as hastes à roda
pode utilizar-se a solda elétrica ou solda de oxigénio.
2
– O passo seguinte é fixar a roda no eixo do diferencial, encontrado em sucata
de veículos, também por meio de solda. A caixa do diferencial tem de ser fixada
na viga de madeira com quatro metros de altura, sendo que aproximadamente um
metro deve ser enterrado no chão, para sustentação. Para a perfeita fixação do
diferencial na viga de madeira, solde quatro pequenas hastes de ferro na caixa
do diferencial. Estas hastes servirão de apoio para a fixação na viga de
madeira, com parafusos. É muito importante que o lado do eixo do diferencial
que não for usado deva ter anulada a sua rotação, por meio de solda, para que o
outro eixo não gire em falso.
3
– A seguir trabalhe no eixo central do diferencial, soldando um braço de ferro
(o seu comprimento não deverá ultrapassar a metade do tamanho do curso da bomba
pistão) como se fosse um pedal de bicicleta. Este terá uma rotação circular,
movendo uma outra haste de ferro que terá aproximadamente um metro de
comprimento. Em sua parte inferior deverá ser locada com uma presilha que
manterá o curso da haste com um único sentido. Quando o vento acionar os
tambores e o equipamento começar a rodar, a bomba começará a trabalhar.
4
– Para construir a bomba de água, pode-se utilizar o pistão de uma bomba
caseira (sistema graxeta com redutor) encontrada num ferro-velho, acoplada a um
cano de água. Quando o braço da alavanca sobe a bomba puxa a água e, quando
desce, ela empurra a água do cano que deve ser ligado a um reservatório. Não se
esqueça de colocar uma espécie de diafragma (válvula de retenção) no fundo do
poço, que impede que o líquido volte para a fonte de água. A pressão interna do
cano libera a saída da água através de um outro cano. Uma segunda válvula de retenção
deverá ser colocada no cano que desemboca no reservatório de água para impedir
a entrada de ar. O esquema ficará então assim: enquanto uma válvula de retenção
fecha a outra permanece aberta e vice-versa.
5
– Como, por esse mecanismo, o fluxo de água é descontínuo, além de limitar a
capacidade em apenas 240
litros por hora, aproximadamente, deverá colocar no pistão
uma câmara de compensação, encontrada em casa de materiais hidráulicos ou mesmo
em ferro-velho, bastando para a sua colocação seguir as instruções do
fabricante. Por esse sistema, a água puxada pela bomba é distribuída para o cano
de saída e para a câmara de compensação, que tem um reservatório de ar. Quando
a bomba desce o ar que fica comprimido empurra a água para fora garantindo,
dessa maneira, um fluxo contínuo de líquido. Para isto será necessário um cano
maior do que uma polegada para a sucção. Assim será possível duplicar a capacidade
de 240 litros
de água por hora.
A
vantagem dessa bomba é que ela pode ser construída com material usado, além de
não depender de combustível ou energia elétrica para ser acionada. Outra vantagem
é que ela, ao contrário dos modelos convencionais de catavento, não depende da
direção do vento. O vento pode soprar de qualquer lado que a bomba assumirá a
sua velocidade seja qual for a sua direção. Essas bombas têm capacidade para
puxar água a dez metros de profundidade e elevar mais cinco.
Atualização em 03/09/20019
Depois de muito trabalho e algumas experiências frustrantes consegui finalmente construir dois cata ventos para elevar água, até mesmo com ventos fracos. Ambos funcionam através de bomba de corda, um deles gira lateralmente para manter a turbina sempre de frente para o vento, o outro é fixo e está virado para o ponto de onde predominam os ventos de verão:
PINTAR A BICICLETA
Já
perdi a conta às bicicletas que pintei. Claro que isso não faz de mim um expert
na matéria, nem sequer um bom pintor ou restaurador do que quer que seja.
Bem,
mas agora que acabei de pintar mais uma bicicleta, ou melhor o quadro e a
forqueta de uma bicicleta, porque normalmente nestas máquinas são só estes
elementos que se pintam, achei que podia relatar essa experiência no blogue,
não para ensinar como se faz, até porque existem muitas maneiras diferentes de realizar
esse trabalho, mas apenas para dar a conhecer o modo como o fiz, que não deverá
andar muito longe do que será normal num trabalho deste tipo, realizado de
forma amadora. No entanto, em pinturas anteriores nem sempre procedi do modo
como a seguir descrevo, pois nem todos os quadros estão no mesmo estado de
conservação e pode, dependendo desse estado, não ser necessário arrancar toda a
tinta antiga, bastando lixar sem chegar ao metal e, onde isso acontecer,
aplicar apenas aí tinta primária anti-ferrugem e depois a tinta acrílica com a
cor desejada.
SEMEAR E COLHER FAVAS
Finalmente
consegui fazer a minha primeira sementeira de favas deste ano. Normalmente faço
esse trabalho mais cedo, mas os sábados, único dia que tenho disponível para os
trabalhos agrícolas, têm estado chuvosos e esse trabalho tem vindo a ser
adiado. Também, diga-se em abono da verdade, que mais semana menos semana não
faz grande diferença e as favas aparecem quase na mesma altura, pois a planta
brota da terra, mas, devido ao frio, mesmo sendo a fava uma planta resistente às
geadas, só no inicio da primavera é que se começa a notar mais acentuadamente o
seu desenvolvimento.
Desta
vez, contrariamente ao que fiz na sementeira do ano passado, que descrevo em "semear favas e ervilhas", decidi utilizar a
minha motoenxada para fresar o terreno um vez que este, no local onde queria
semear as favas, tinha ficado de pousio estando, portanto, mais difícil de
cavar.
COMPRAR E VENDER PELA INTERNET
Hoje
em dia está bastante difundida a compra e venda pela Internet dos artigos mais variados.
Há vários sites especializados na matéria e qualquer pessoa pode inserir
gratuitamente um ou vários anúncios para tentar vender um produto usado de que
já não necessite, recuperando assim, se a venda se concretizar, algum do
investimento inicial empregado nesse produto.
De
qualquer maneira, esse método de comprar e vender artigos usados pela Internet,
que ultimamente tem sido muito publicitado, ainda é capaz de causar alguma
desconfiança e receio em pessoas menos habituadas à Internet, talvez por medo
do desconhecido e mistério que o mundo virtual ainda representa.
IC3/A13 - UMA NOVA ESTRADA
A autoestrada na zona de Almalaguês. Ao longe avistam-se os pilares de um viaduto em construção, no lanço que se dirige para Coimbra. |
ESCRITOS DISPERSOS DE BELISÁRIO PIMENTA
Decorreu
ontem no Auditório da Câmara Municipal de Miranda do Corvo a apresentação do
livro “Escritos Dispersos”, de Belisário Pimenta….
“…
O mirandense não sabe, em regra, a sua história e quando às vezes surge a
necessidade dumas notas em jornal ou número comemorativo, lá vêm, como quase sempre,
a reedição de lendas e erros acumulados de outros tempos, sem preocupações de
deslindar o bom do mau. E Miranda do Corvo tem oito séculos de vida municipal
ininterrupta, tem o seu lugar no desenvolvimento do reino e na história geral
da nação e se não há salientes sucessos para contar, nem por isso a história se
deve deixar de fazer com seriedade…”.
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